A Fórmula Para Captar Investimento com Patrícia Roque (StartUp Portugal)

A Fórmula Para Captar Investimento com Patrícia Roque (StartUp Portugal)

Neste Episódio

Patrícia Roque

Patrícia Roque, Head Of Community and Communications da StartUp Portugal, dá-te o empurrão que precisas para começares a tua start-up. Fica a compreender melhor a perspectiva do investidor e do empreendedor.

Show Notes

Neste episódio do podcast, Patrícia Roque — Head Of Community and Communications da StartUp Portugal — ajuda-nos a clarificar o que é uma Start-Up e por que é que nem todas as empresas o são, o que torna uma empresa atrativa a ponto de captar fundos de investidores e ainda, como é possível mergulhar no universo do empreendedorismo mesmo não sendo empreendedor.⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Correção: Um dos requisitos para uma empresa requerer o estatuto de startup é ter menos de 50 milhões de euros de faturação, ao invés de 500 mil euros, como referido durante a entrevista.

Transcrição

As transcrições são geradas automaticamente, com recurso a Inteligência Artificial. Podem conter erros.

Intro 00:00:00
Manual de Boas Ideias um podcast sobre pessoas por trás de negócios brilhantes com Diogo Pires.

 

Diogo Pires 00:00:07
Olá! Bem vindos a um novo episódio do Manual de Boas Ideias. O episódio de hoje, eu diria, é 100% acionável. Vamos falar sobre como implementar novos negócios, como captar investimento, como chamar a atenção de investidores e como é que o ecossistema empreendedor em Portugal está a potenciar tudo isto. Porque a verdade é que, por muito que se diga que uma em cada três startups fracassa nos primeiros anos de vida em Portugal, em 2023, 75% das startups não apresentavam risco de falência. Como é que se consegue atingir estes resultados num ecossistema como o nosso? O que é que nós temos de tão especial? No ano passado, existiam 4073 startups em Portugal que geravam 2,3 mil milhões € em volume de negócios e 1,3 mil milhões € em exportações. Há muito trabalho envolvido por parte das startups que apresentam estes resultados, mas há também muito trabalho de uma outra parte que é poucas vezes tido em conta aquela parte que envolve todos os organismos públicos e privados, cuja missão é apenas a de fomentar este ecossistema empreendedor.

 

Diogo Pires 00:01:20
A minha convidada de hoje vem exactamente desse mundo. Patrícia Roque tem sido um dos rostos responsáveis pela promoção do empreendedorismo em Portugal, na Startup Portugal, onde hoje é Head of Community and Communications. Falámos sobre empreendedorismo, obviamente falámos sobre estas startups que estão a alavancar a economia, sobre como qualquer negócio precisa de investimento. Mas talvez nem todos precisem de um investidor. E pusemos os pontos nos is numa espécie de glossário do empreendedorismo. E começámos logo por definir o que é, afinal, uma startup.

 

Patrícia Roque 00:01:58
Assim, na generalidade, não é uma startup, é uma empresa que traz algum tipo de inovação e que tem potencial de escalabilidade, ou seja, de crescer exponencialmente sem gastar muitos mais recursos. Nós em Portugal temos uma coisa muito à frente, porque recentemente foi foi aprovada uma lei que define o estatuto legal de startup e que diz que uma startup é uma empresa que tem até dez anos, tem até 250 trabalhadores ou uma faturação não superior a 500.000 € e depois que deve responder a um de três critérios, Ou seja, deve ser inovadora ou é ter um selo, um certificado da ANI, da ANA e da nossa Agência Nacional de Inovação que é dado, pode ser pedido pelas pessoas startups e que certifica isso.

 

Patrícia Roque 00:02:56
Ou então que tenha sido investida numa ronda de investimento. Pelo Banco Português de Fomento ou outros investidores, portanto. Assim, na generalidade e isto em Portugal, temos esta definição específica que é muito importante para nós podermos contabilizar e especificar que empresas são startups ou não. Mas de uma forma assim, geral é uma empresa recente, não é? E que traz algum tipo de inovação, seja através do seu produto, ou seja do seu, da forma como criou o seu negócio. Podes fazer uma bebida nova, não é? Mas também podes arranjar uma forma nova de vender essa bebida e portanto, a inovação pode funcionar nesses dois eixos, não é? Pois, porque.

 

Diogo Pires 00:03:44
Nem todas as empresas que nascem agora são automaticamente startups. Eu acho que estás a dizer que um conceito meio não é que seja difícil de explicar, é só uma questão de e é raro nós irmos à procura do que é efetivamente uma startup.

 

Patrícia Roque 00:03:58
Sim, às vezes pode ser difícil também porque acho que nos últimos anos e também porque o empreendedorismo e as startups têm estado mais na moda.

 

Patrícia Roque 00:04:09
Mas e tem? Tem ganho mais visibilidade e ainda bem. Não é porque elas trazem, Elas trazem muito valor para a nossa economia, não é? E eu acho que isso faz com que muitas pessoas queiram colar a essa ideia de empreendedorismo. E como é evidente, muitas pessoas criam negócios e pronto. E podem achar que é que é empreendedorismo e na verdade serem empresários. E isso não tem mal nenhum, porque também é importante.

 

Diogo Pires 00:04:36
Também é importante fazermos esta distinção. O que é que é um empresário? O que é que é um empreendedor? Não é um empresário. É uma coisa factual, é um facto. Sim, ser se empreendedor é quase que uma característica, não é?

 

Patrícia Roque 00:04:47
Sim. Olha, noutro dia estava numa conversa, estava numa universidade, também numa conversa e houve uma pessoa que disse algo quando recrutou agora jovens para a minha empresa, eu só procuro pessoas que sejam, que sejam empreendedoras, porque eu não quero pessoas que estejam à espera que ele esteja sempre a dizer o que é, que o que é que tem de fazer.

 

Patrícia Roque 00:05:05
Quero que tenham proatividade, espírito de iniciativa, pronto. E acho que nem todos nós temos de ser empreendedores. Atenção porque ser empreendedor é uma coisa muito difícil e acho que as pessoas com quem já falaste aqui, algumas delas terão dito isso. E acho que qualquer empreendedor, especialmente aqueles que têm percursos, os chamados unicórnios, têm percursos em que escalam muito rapidamente. Te vão dizer que é uma. É uma escalada muito, muito difícil, porque são muitas noites em branco. É muita pressão, não é? Temos de dar contas a muitos stakeholders diferentes.

 

Diogo Pires 00:05:43
Sabes ouvir falar e isto é fascinante. Há coisas que na primeira temporada do Manual de boas Ideias eu fui sentindo que íamos falando muito sobre um determinado tema. nesta temporada. Nós estamos constantemente sem querer mergulhar no tema a responsabilidade de gerir muito dinheiro.

 

Patrícia Roque 00:06:00
Sim, exatamente. Não, não é muito fácil. Quando quando tu tens muito, muito investimento e de muitos investidores diferentes, imagina o que é, não é? Simplificando as coisas, claro que isto tem tudo camadas e é complexo, mas imagina o que é tu receberes dinheiro de muitas entidades diferentes e teres de prestar contas a todas essas entidades? Não é sobretudo aquilo que tu estás a fazer.

 

Patrícia Roque 00:06:21
Portanto, há pressão, mas também recrutar pessoas, gerir uma equipa. Quem? Quem já geriu algo, alguma equipa, percebe a pressão que também é. Não é porque tu queres manter a tua equipa feliz e saudável, mas ao mesmo tempo tens de promover a produtividade e garantir que os objetivos são, são, são concretizados, não é?

 

Diogo Pires 00:06:42
Claro que sim.

 

Patrícia Roque 00:06:43
E, portanto, são equilíbrios às vezes difíceis de de de gerir. E por isso é que o papel do empreendedor às vezes é mais. O papel de empreendedor é mais difícil porque ele contempla uma coisa que é muito diferente, acho eu, em relação ao empresário, que é o fator risco, não é? Quando tu estás a inovar, ainda não sabes se aquilo vai resultar, não é? E, portanto, existe um maior risco de falhar. Enquanto que eu diria que um empresário, à partida, se estamos a fazer uma ou a replicar uma receita que já existe à partida, se se nos rodear mos das pessoas que precisamos e de dos recursos que já se sabe que funcionam à partida, aquilo funcionará bem.

 

Patrícia Roque 00:07:26
Sim, quando tu és um empreendedor e estás a testar uma coisa nova, não sabes, não é? Existe muita gente a fazer perguntas até agora. E vai funcionar ou não, não é? E, portanto, aí esse factor risco acrescenta alguma pressão. E acho que é essa esse o principal. A principal diferença não é?

 

Diogo Pires 00:07:44
E agora sobre. Eu estou a adorar que o início deste episódio é mesmo para pôr a pratos limpos. O que é que é uma coisa e o que é que é a outra? Sim. Por isso, seguindo esta leva, o que é que é Startup Portugal?

 

Patrícia Roque 00:07:56
Ok, então a senhora Portugal é uma associação privada sem fins lucrativos que tem como principal missão promover o empreendedorismo em Portugal e também fora de portas. Portanto, promover o ecossistema empreendedor fora de Portugal e atrair investimento. Portanto investidores para Portugal atrair talento. Nós trabalhamos com todos os. Vou tentar usar palavras em português com todos os atores do ecossistema, aquilo a que isto nós chamamos um ecossistema e chamamos o ecossistema, porque ele é mesmo uma comunidade que não funciona com atores independentes.

 

Patrícia Roque 00:08:34
O ecossistema empreendedor vale pelo seu talento e acho que eu acho que quase toda a gente dentro desta comunidade concorda que ele só começou a florescer porque nós temos talento incrível em Portugal e isso é notório com todas as pessoas de fora. Eu falo com investidores, com empresas grandes que instalam aqui centros de tecnologia e todos eles dizem a mesma coisa, que é os vossos engenheiros. O vosso talento é do melhor que nós conseguimos encontrar no mundo e, portanto, é isso que faz. E esse essa acho que é a semente fundamental do ecossistema empreendedor. E nós trabalhamos com, portanto, o talento destes empreendedores, mas também com investidores, que são as pessoas que têm, que têm capacidade de assumir o risco com estes empreendedores, de investir nas suas ideias e financiá las para que eles tenham os recursos necessários para avançar com os seus negócios, mas também com as universidades que formam o talento e onde é preciso também criar, ajudar também a criar competências para o empreendedorismo. Há também com grandes corporações, Grandes corporações e empresas, não é? E também com as entidades governamentais.

 

Patrícia Roque 00:09:53
Isto é uma parte também muito importante da nossa ação, porque nós temos o estatuto de utilidade pública e isso significa que nós ajudamos o governo também a desenhar e implementar políticas públicas para promover o empreendedorismo em Portugal. Portanto, esse é o nosso papel. Fui clara, mas é muito confuso.

 

Diogo Pires 00:10:14
Clara A questão é que a vossa ação é muito abrangente, abrangente.

 

Patrícia Roque 00:10:18
E no meu trabalho, por exemplo. Por isso é que esta parte de comunidade tem uma área. Não é porque realmente a comunidade é uma coisa muito importante no empreendedorismo, porque nós não trabalhamos uns sem os outros, não é? Precisamos sempre das universidades, Precisamos sempre. Acho que é acima de um muito importante, que são as incubadoras que são, que são espaços. E há mais de 120 em todo o país. São espaços que acolhem as startups e que ajudam, que lhes dão os recursos para que lhes faltam para elas conseguirem desenvolver os negócios, por exemplo. Imagina! Eu sou engenheiro e desenvolvi uma plataforma tipo tenho um código. Uma coisa que eu acho que pode ser muito fixe e que vai resultar no mercado.

 

Patrícia Roque 00:11:03
Mas por exemplo, eu não percebo nada de contabilidade ou encontrei um co-founder. E agora, como é que eu faço para quando isto crescer? Vai ser de quem? Como é que eu preciso de advogados para gerirmos um bocadinho esta relação? Então, estas incubadoras têm mentores e têm contactos com outras empresas que podem ajudar os empreendedores a criar e a dar mais, a reforçar as suas startups.

 

Diogo Pires 00:11:26
Onde é que vocês, Startup Portugal, entram nessa equação? Como é que é o vosso dia a dia? E na prática, como é que vocês fomentam o empreendedorismo em Portugal?

 

Patrícia Roque 00:11:39
Ok, então nós temos muitas áreas diferentes. Olha, eu vou começar pela minha, que talvez seja também mais simples para mim. Eu trabalho comunicação e comunidade, portanto, o meu papel principal é primeiro gerir uma série de canais ajustados a Portugal, que têm conteúdos que promovem o empreendedorismo português. Ou seja, eu tenho um site que tem notícias, tem um blog e onde eu promovo startups portuguesas, incubadoras e investidores. Tenho uma newsletter que também promove tudo aquilo que acontece em Portugal acerca do empreendedorismo.

 

Patrícia Roque 00:12:13
Por exemplo, uma startup recebeu uma onda recentemente, lançou um novo produto. Há uma incubadora que tem um programa novo para startups ou, por exemplo, alguém, alguma startup ganha um prémio. E nós comunicamos isso com dois objetivos, não só internamente, para a nossa comunidade em Portugal, para nós sabermos o que é que está a acontecer. Mas, por outro lado, também para lá fora. Quem está a seguir o ecossistema português? Perceber a evolução e aquilo que que acontece dentro da nossa economia. E o que é que a comunidade empreendedora contribui para a economia portuguesa? Pronto, isso é e é um dos papéis. Depois temos imensos, temos imensos programas e eventos de comunidade que são, no fundo, eventos, não é? Nós juntamos todas estas estas entidades que eu estive a falar. Temos uns hangouts mensais nas últimas quartas feiras do mês, onde onde escolhemos um tema, por exemplo, o último foi Gaming, não é? E falar sobre inovação em gaming. Então nós convidamos um empreendedor que tenha feito a.

 

Patrícia Roque 00:13:21
Convidámos um empreendedor que fez já um jogo, Convidámos um investidor que investe neste tipo de negócios de jogos e depois temos normalmente alguém de uma incubadora que também está habituado a lidar com este tipo de negócio. Pronto. E falámos das especificidades de inovar naquele tipo de indústria. Pronto. Isso é, por exemplo, um evento que acontece em Lisboa e no Porto, é aberto a toda a comunidade e é emitido também em streaming e, portanto, qualquer pessoa pode participar e é um bom ponto de partida para quem está a pensar começar a empreender para conhecer algumas pessoas e saber como é. Pronto. Depois temos pronto. Fazemos também um programa que se chama Start e que vai às universidades portuguesas também fazer umas uma sessão, uma masterclass e que, portanto, pega num empreendedor daquela cidade, num investidor, numa incubadora também local. E vamos lá falar de exemplos concretos de pessoas que iniciaram a sua startup e como é que elas fizeram. Pronto, falar um bocadinho dos altos e baixos deste percurso. Como é que se faz? Como é que se começa, Não é no fundo.

 

Patrícia Roque 00:14:37
Mas depois temos outros programas, por exemplo. O Business Abroad, que é um programa para startups que já estão numa fase mais avançada e que estão a internacionalizar se. E então nós escolhemos todos os anos alguns destinos. Este ano vamos a seis conferências internacionais de tecnologia como a WebSummit e o que fazemos e reunimos uma delegação portuguesa e vamos com essa malta toda para uma conferência e vamos lá representar Portugal, mostrar startups boas que Portugal tem e é uma oportunidade para estas startups também de interagirem com os atores da economia desses países. Por exemplo, em Espanha ou em França ou no Canadá, por exemplo, são alguns dos destinos onde nós vamos. Mas depois temos. Temos uma equipa, temos uma equipa de data, gente que trabalha muito também. A parte de Intelligence não é? Ou seja, quando fazer esta contabilização? Quanto às startups, é que a perceber quantas e quanto é que elas estão a contribuir para para a nossa economia. Portanto, tentarmos contabilizar, no fundo, aquilo que o ecossistema empreendedor está a gerar e podermos trabalhar esses dados de forma a que eles sirvam de base para depois desenhar a tal política pública.

 

Patrícia Roque 00:15:54
Não é que nós, que nós trabalhamos com as entidades públicas a pronto e depois temos uma área também de de. De Growth and Acceleration, que é uma área mais dedicada às incubadoras e que dá suporte às incubadoras, ajudando as a desenvolver programas também a dar a fazer algum alguma formação destas pessoas que estão dentro destes organismos. E depois temos uma área a mais dos financiamentos e que é um pouco mais segregada e que neste momento está a gerir a montante do do PR, nomeadamente os vouchers para startups. E é pronto. E essa equipa está a gerir? Está a avaliar essas candidaturas e, portanto, a gerir esse montante, o PR, que são 90.000, 90 milhões, jogou bem 90 milhões € para startups.

 

Diogo Pires 00:16:49
Uma dúvida minha não é que todas as outras não sejam. Sim, mas esta em particular. Existem programas específicos para o fomento da inovação em sectores ditos tradicionais. Isto porquê? Porque cada vez que oiço falar em startups, automaticamente a minha cabeça vai para empresas tech focused.

 

Patrícia Roque 00:17:10
Sim.

 

Diogo Pires 00:17:11
Mas não é obrigatório que o sejam.

 

Diogo Pires 00:17:13
Não e não, Não.

 

Patrícia Roque 00:17:15
Ou seja, a questão da tecnologia entra aqui. Eu acho que, e normalmente entra por causa da escalabilidade, não é? Eu acho que se nós voltamos atrás um bocadinho também à Revolução Industrial e nós pensamos que também a tecnologia de outra maneira, não nos computadores, mas nas máquinas, não é.

 

Diogo Pires 00:17:32
Aquilo também era a tecnologia?

 

Patrícia Roque 00:17:33
Exactamente. E a tecnologia, exactamente. É portanto, isso. Portanto, a Revolução Industrial veio introduzir um elemento que acelerou exponencialmente a nossa capacidade de produção de coisas, não é? Pronto, eu acho que o que acontece com as startups e com a tecnologia é a mesma coisa. Não é que normalmente a tecnologia é que é aquela alavanca que faz com que. Com que as startups cresçam. E por isso é que nós associamos sempre a startup, a tecnologia. Não tem de ser sempre. Mas é importante que exista algum tipo de de escalabilidade. Ou seja, esse é um fator importante para avaliar se é uma uma startup ou não é. A escalabilidade normalmente assenta numa tecnologia que é utilizada para alavancar o negócio.

 

Patrícia Roque 00:18:25
Agora não precisa de ser sempre. Eu acho que até é mais comum, não necessariamente sempre, mas é mais comum. Por exemplo, em negócios de impacto, muitas vezes A tecnologia. Pode ser um enabler, mas não é não e não é o aspecto fundamental. Eu estou agora aqui a pensar. Por acaso queria ter feito uma lista de exemplos antes de ir para aqui e não fiz. Mas por acaso agora não estou assim. Olha um exemplo de uma de uma startup que começou há algum tempo e na verdade envolve tecnologia, mas não é assente necessariamente na tecnologia que é a academia de código. Não sei se já ouviste falar. Pronto. E, portanto, é uma startup que faz. No fundo, é formação, não é? E tem uma metodologia de ensinar que é diferente e que é inovadora. Mas não necessariamente o seu modelo de negócio assenta numa. Numa tecnologia, talvez. Agora, assim de repente, este é assim um dos exemplos que me estou a lembrar mais. Mas. Mas não necessita de ser.

 

Patrícia Roque 00:19:32
Não acho que desde que seja, desde que seja inovador, Voador às vezes a. Já conhecia algumas startups que tinham alguns produtos. Até mais. Como é que. Como é que eles explicar mais exclusivos, não é? Ou coisas que são, que são? Que são mais exclusivas? Por exemplo, uma muito próxima de mim, que é o que é o benefício? Que começou por fazer. Edições de. Eram sempre edições de produtos, portanto. E eram sempre sem produtos e, portanto, eles só faziam a. Que eram personalizados e não faziam mais. Por exemplo, fizeram uma mochila, criaram uma mochila feita com cintos de segurança. Viste isso? Já viste isso? Pronto!

 

Diogo Pires 00:20:19
Então é exatamente esse o exemplo que eu vi.

 

Patrícia Roque 00:20:21
A sério? Pronto, então eles fizeram. Portanto, havia 100 mochilas pronto e chegando ao 100 já já não há mais pronto. Ou seja, é inovador porque realmente são produtos que não que, que não existiam também têm um fator de sustentabilidade e tudo mais. Não necessariamente assenta em tecnologia.

 

Patrícia Roque 00:20:42
Por acaso eles agora estão a preparar umas coisas novas e já vão, já vão, já vão voar para esse lado, para e já vão ter um pendor tecnológico. Mas pronto. Mas não precisa de ser sempre. Não, não, não. Acho que sim.

 

Diogo Pires 00:20:54
Há uma. Uma desculpa que eu oiço recorrentemente que eu em tempos também já me disse a mim mesmo. Mas que nem sei até se algumas vezes não será verdade que tem que ver com o facto de as oportunidades estarem sobretudo concentradas nos grandes centros urbanos como Lisboa? Porto? Ainda é assim? E se não, como é que? Como é que vocês estão a pegar nesta missão de descentralizar as oportunidades para o universo empreendedor?

 

Patrícia Roque 00:21:27
Então, eu acho aquilo que acreditamos é que o potencial existe. E mais em Portugal, em todo o país. Nós recentemente fizemos um um programa que foi acima Sarko e tenho que corremos todos os distritos do país. E foi inacreditável ver que todas, todas estas cidades tinham boas comunidades de empreendedores. Eu acho que existe o potencial.

 

Patrícia Roque 00:21:58
Claro que em alguns sítios pode ser a comunidade, pode ser mais pequena ou pode não estar tão desenvolvido. Mas todas estas regiões têm indústrias específicas ou ou algumas características específicas que têm o potencial de criar inovação e de criar novos negócios. E, portanto, isso pode estar por explorar. Mas eu acho que existe. Existe em quase todo o país. É um bom exemplo de como isso pode fomentar e normalmente diz que no litoral é que estão concentradas as oportunidades, etc. Mas, por exemplo, o Fundão fez um trabalho exemplar em trazer a tecnológicas para lá, não é? Teve também um programa da academia de código lá que gerou talento, formado em tecnologia, que depois também se estabeleceu ali. Também aconteceu o mesmo nos Açores, na Terceira. E eu acho que, havendo alguma vontade, tanto a comunidade como o próprio, a economia local pode promover, pode promover isso. Agora é o nosso papel também. Sorte a Portugal fazer essas pontes, não é? Ou seja, para nós é importante que se faltam.

 

Patrícia Roque 00:23:19
Se, por exemplo, vou dizer assim ao Carlos, mas uma cidade não tem acesso a investidores. Nós convidarmos também esses investidores para irem a um evento naquele local, conhecerem os atores daquela daquela cidade e promover isso. E portanto, tentamos sim identificar algumas lacunas e promover desafios para que as coisas possam vir a desenvolver. Agora, como é evidente, claro que os centros urbanos, normalmente onde estão as empresas, onde estão as universidades, as universidades e aí é onde há mais. Onde é mais fácil isso acontecer? Mas nos outros sítios não é impossível. E dizes bem, acho que a universidade, Mais uma vez, o talento é a semente fundamental para que um ecossistema empreendedor consiga florescer.

 

Diogo Pires 00:24:15
Eu gostava muito de falar contigo sobre dinheiro, ok? É preciso dinheiro para começar um negócio? É? Bom, mas sim, quebrando aqui um pequenino monstro que às vezes se cria na cabeça de novos empreendedores e que eventualmente nos possam estar a ouvir. Será que todos os negócios precisam de investidores?

 

Patrícia Roque 00:24:38
Então depende do dinheiro que tu tiveres, não é?

 

Diogo Pires 00:24:42
Ou seja, a resposta é sim.

 

Diogo Pires 00:24:44
Eu é que posso ser um investidor do meu próprio negócio.

 

Patrícia Roque 00:24:47
Então, sim, aquela velha normalmente diz que a primeira ronda é dos três, que é o Friends, Family and fools, não é? Portanto, são os teus amigos que te apoiam e vão investindo no teu. Assim, eu acho que sem recursos tu não fazes uma startup. Não é porque nem que seja o teu tempo, não é? Ele é valioso, não é o tempo de qualquer pessoa. É valioso. É ele ele, ele vale dinheiro e, portanto, é preciso. Acho é que depois depende dos estágios da startup, aquilo que é necessário fazer hoje, noutro dia, porque eu estava a falar com Com um investidor. E estávamos a conversar sobre como hoje, por exemplo, com o desenvolvimento da inteligência artificial e das tecnologias e hoje já temos acesso a plataformas como o chat GPT. Não é que facilmente criam coisas ou que têm APIs que ligam a ao nosso produto e que podem gerar coisas muito facilmente? Portanto, hoje em dia se calhar é mais difícil alguém te dar dinheiro sem ver uma coisa a funcionar.

 

Patrícia Roque 00:25:55
Porque hoje tu tens acesso a muitos recursos de forma quase gratuita ou rápida. Não é como antes não tinhas.

 

Diogo Pires 00:26:03
E se em vez de diz muito da experiência que vais tendo? E se em vez de ver algo a funcionar, visse Se um investidor visse um produto ou a ideia de um produto validada por um público.

 

Patrícia Roque 00:26:22
Pois isso seria espetacular? Sim.

 

Patrícia Roque 00:26:26
Acho que.

 

Diogo Pires 00:26:28
Estou a lançar esta coisa para aqui para a conversa, mas não me lembro de nenhum exemplo claro disto. Mas isto porque volta e meia vou ouvindo podcast e lendo livros onde se fala muito disto de antes, de quase. Antes de construir, vende. Não é bem assim. Mas sim antes de empenhar tempo e recursos na produção de um produto ou de um serviço. Quero que seja a validar com o mercado. Sim, isso hoje em dia ainda é uma uma métrica importante para quem investe em projectos, certo?

 

Patrícia Roque 00:27:06
Sim, eu acho aquela a máxima do fail fast and break things, que é tipo ok, é mais importante tu pores uma coisa não perfeita no mercado e testares e receberes feedback e poderes afinar do que estares imenso tempo a preparar uma coisa que é incrível e depois vais a ver e se calhar aquilo não funciona, não é? Portanto, isso já não faz muito.

 

Patrícia Roque 00:27:30
Havia aquela coisa do ai, o segredo da alma do negócio. Epá, e então? Isso é completamente errado neste neste quando se. Quando nós começamos a circular aqui nestas conversas sobre empreendedorismo e com os investidores dizemos epá, se tu não contas a tua ideia a ninguém, ninguém, ninguém te vai ajudar, nem ninguém te vai dizer se isso funciona ou não, se quer experimentar ou não. É muito comum, por exemplo, em sessões de pitch. Eu pelo menos vejo às vezes quando tou no jurídico assim eu quero, eu quero usar isso, se fizeres isso, eu quero. Portanto, isto são respostas que qualquer empreendedor precisa para continuar a avançar. Não é, portanto, essa. Acho que acho que é importante a rapidez do teste, não é? Agora, depois há o outro lado. Quando falamos de tecnologia tipo deep tech, Não é que são tecnologias que exigem muita investigação, o que são fruto de investigação, por vezes até de pessoas que estão a fazer um doutoramento por uma investigação mais a fundo.

 

Patrícia Roque 00:28:34
Tecnologias que precisam de muito mais teste, às vezes em laboratório e pronto. É claro que pode haver lugar, tem de haver uma patente antes de o pôs no mercado antes de poderes comunicar a alguns stakeholders, porque se te roubarem a ideia, podes ficar ali numa situação difícil. Mas eu diria que na generalidade, talvez, se calhar 80% dos projectos que chegam a programas de startups e etc. São coisas que evoluem muito desde que fazem o seu primeiro pitch e se apresentam pela primeira vez até se calhar conseguirem a primeira ronda de financiamento. E portanto e os investidores também são, são, são pessoas importantes e são entidades importantes para ajudar a afinar o produto, a gerar foco, a ajudar o empreendedor também a gerir a sua equipa, a dar alguma orientação. Acho que aquela ideia de que tipo ah, eu recebi um investimento e agora vou para casa, vou trabalhar e depois falo com ele quando tiver de prestar as minhas contas, isso já é. Se não, não é. Não funciona bem assim. Ou seja, existe alguma, algum trabalho em conjunto? Pois claro, Imagino que dependa mais do perfil de cada investidor, não é? Mas.

 

Patrícia Roque 00:29:59
Mas já existe muito trabalho em conjunto e no fundo são dois aliados que estão a trabalhar em conjunto para o sucesso daquela daquele negócio. Por isso, eu diria que em algum momento a startup precisa de dinheiro. Pode não ser logo no início. Hoje em dia já é possível e conheço muitas pessoas que começaram por fazer os primeiros os MVPs, as minimum variable Product que fizeram os seus primeiros ainda nos seus, enquanto estavam a trabalhar noutro sítio ou pronto, ou nas férias ou nos tempos livres e que e pronto e que e conseguiram fazer alguma coisa antes de ter, antes de ter o investimento. Sim.

 

Diogo Pires 00:30:42
Eu estou a adorar que a nossa conversa volta e meia vai se encaminhando para um pequenino glossário. Sim, nós já falamos aqui várias vezes sobre rondas de investimento e agora estamos a falar em particular sobre esta questão do dinheiro. O que é que são rondas de investimento e o que é que elas implicam, Qual é o benefício e o que é que implicam?

 

Patrícia Roque 00:30:56
Ok, então uma ronda de investimento e, portanto, um empreendedor está num estágio.

 

Patrícia Roque 00:31:04
Vamos imaginar que pronto, eu criei a minha ideia. Eu tenho um protótipo do meu produto, por exemplo. Vamos? Posso usar como exemplo esta garrafa? Eu queria uma garrafa inteligente. Pronto, é, e esta garrafa inteligente, custa me, sei lá, 100 € a produzir, mas eu, para poder vendê lo ao mercado, tenho de produzir isto em massa, em escala e tentar perceber se as pessoas vão comprar ou não. Só que eu não tenho esse dinheiro. Então eu peço a um investidor para colocar algum dinheiro na minha empresa em troca de uma parte da minha empresa. Há, portanto, uma onda de investimento. No fundo, é isso. O que acontece normalmente nas startups é que hoje em dia as rondas há muitas delas. Diria que a maior parte já não se fazem só com um investidor. Então chama se Ronda, porque estamos a concentrar vários investidores e vários investimentos numa única ronda, que depois normalmente é comunicada ou assegurada em conjunto. Não e pronto. E depois essas rondas podem ir subindo e à medida que os objetivos da minha startup vão, vão crescendo.

 

Patrícia Roque 00:32:24
Portanto, por exemplo, eu agora fiz levantei este capital e destes investidores para conseguir produzir mais garrafas para pôr no mercado. Mas mais tarde eu posso querer. Por exemplo, tenho de expandir para outros países, eu preciso de recrutar mais equipa, etc. Então vou precisar ainda de mais dinheiro para conseguir fazer isso, Então vou a uma segunda ronda. Pronto, Essas rondas têm séries a que normalmente preciso, não é que são? O primeiro vai ali até 1 milhão normalmente e depois depende de país para país e da economia. Não é porque, por exemplo, uma ronda seed em Portugal é menos do que uma ronda seed, normalmente nos Estados Unidos, mas cá em Portugal diria até até 1 milhão, que é uma ronda seed e depois vai escalando de seed até A, B, C, D e pronto. Até agora não tenho aqui. Não quero induzir ninguém em erro e não tenho aqui em memória os valores certos. Mas pronto. Mas o que eu acho que é importante reter é que dependendo dos objectivos da empresa e à medida que ela vai crescendo, as rondas podem tornam se maiores.

 

Patrícia Roque 00:33:33
Tipicamente. Sim.

 

Diogo Pires 00:33:35
Esses termos todos. Eu volta e meia vou apanhando em notícias. Quando quando comunicam que a startup A ou B conseguiu X milhões numa série e não sei quê numa ronda de investimento. E na minha cabeça passa me sempre esta questão como é que aquelas pessoas chegaram ali? Portanto, para os investidores, aliás, para os empreendedores que precisam deste investimento, qual é que é o primeiro passo a dar? E como é que presumo que sejam vocês que façam essa ponte? Como é que um empreendedor consegue contactar com o investidor a fim de captar investimento?

 

Patrícia Roque 00:34:12
Sim.

 

Patrícia Roque 00:34:13
Olha, é assim, eu não sou empreendedor e, portanto, eu nunca passei por esse processo, mas das E, portanto, aquilo que eu tenho conversado com alguns empreendedores e com os investidores é a ideia que eu tenho é que é sempre uma relação, ou seja, não é uma coisa tipo ah, eu vou agora ali fazer o meu pitch. Não é uma coisa tipo shark tank, tipo, ou é ou não é agora.

 

Diogo Pires 00:34:36
Acho que era exatamente essa imagem que eu estava na cabeça quando estava a ouvir a tua resposta.

 

Patrícia Roque 00:34:39
Sim, acho que pronto. Claro que isso pode acontecer. Por exemplo, há programas de aceleração em que há um pitch final, por exemplo, na Web Summit. Não é que é um sítio que toda a gente conhece e há 1 a 1 concurso de startups e no fim elas ganham um prémio. Pode acontecer estar lá no júri e algum investidor que acha Epá, esta este founder é mesmo é mesmo incrível. Eu vou vou investir nele.

 

Diogo Pires 00:35:04
Mas aí beneficia da estrutura que está montada para que aquilo aconteça daquela forma.

 

Patrícia Roque 00:35:08
Mas Ou seja, não é só por causa disso. Normalmente existe. Existe todo um processo até se chegar ao momento do investimento. E eu conheço várias startups que receberam nãos e depois há um momento em que recebem sim. Portanto, hoje em dia, felizmente, os investidores são são entidades e pessoas que estão muito próximas dos empreendedores e que querem muito. Por exemplo, nestes eventos de comunidade que nós criamos e tudo, eles querem muito participar e estar ali e dar feedback.

 

Patrícia Roque 00:35:39
Portanto, é uma relação que se vai criando e essa é a forma como os empreendedores lá chegam. Acho que é através de eventos de comunidade, através de programas de incubação e aceleração e, portanto, isso são meios onde é mais fácil chegar aos investidores. Depois, claro que há o e-mail tradicional e esses esses canais mais que nós chamamos tipo cold call. Não é tipo mandou uma mensagem no LinkedIn? Sim, mas acho que estes momentos em que se proporciona a conversa até mais informal entre investidor e startup. E são momentos onde é possível chegar lá pronto, de uma maneira mais, talvez até mais eficiente, acho eu, para criar essa ligação.

 

Diogo Pires 00:36:28
Eu estava a ouvir falar sobre agora, quando puseste aí sim, o alfinete do email e dos emails e tudo mais. E isso levou me imediatamente para aquele livro que nós estávamos a falar antes de começarmos a gravar este episódio. O 04h00 de trabalho por semana for hours workweek. Sim, do Tim Ferriss. E falando dele, queres falar sobre a conferência que vai acontecer agora.

 

Patrícia Roque 00:36:53
E desta relação entre startups e investidores? Então, nós. Entre o dia dois e 4 de maio, a Startup Portugal está a organizar no Porto a Startup and Investment Matching, que é uma conferência que vai juntar fundadores e investidores Através de um processo de matchmaking, mas que é aberto, evidentemente, a toda a comunidade também incubadoras. Portanto, temos um bilhete que se chama Start up entusiastas que são pessoas que podem não ser de start ups nem nada, mas querem também conhecer este esta comunidade e conhecer o que se está a fazer de melhor do empreendedorismo em Portugal e também para para para corporate. E pronto. E nessa, nessa conferência temos. Tivemos a felicidade agora de contar com com o Team que vai estar no dia três numa conversa em palco na SIC. Portanto, desde já convido toda a gente que queira participar. Podem registar se através do nosso site e ir ao Porto Alfândega nos dias dois, 03h04 de Maio.

 

Diogo Pires 00:38:08
Estava só aqui a deixar o separador aberto para não me esquecer. Tenho que.

 

Patrícia Roque 00:38:13
Na agenda tem.

 

Diogo Pires 00:38:14
Mais de atenção. Sim, Não, porque eu acho mesmo que em particular a questão do deste livro que falávamos é do Tim Ferriss. Eu olho para o tempo que passei a ler esse livro como o Ignição que eu precisava para para dar os primeiros passos naquela que hoje em dia é a minha jornada enquanto empreendedor também. Sim, é. E é uma óptima, um óptimo speaker para ter por cá.

 

Patrícia Roque 00:38:47
Sim.

 

Patrícia Roque 00:38:48
Acho também que é um livro que nos ajuda. A identificar e estabelecer prioridades, não é? E a valorizar o nosso tempo?

 

Diogo Pires 00:38:59
Exactamente. E sobretudo, a tomarmos consciência de que não. Primeiro não tem que ser tudo perfeito, nem tem que ser tudo conforme nós idealizamos. Delegar é a chave. Ele diz mesmo, está a certa altura. Sim, essa foi uma das mais valias que tirei desse livro, entre tantas outras. Cada capítulo é uma chuva de conhecimento.

 

Patrícia Roque 00:39:22
Sim, e depois.

 

Diogo Pires 00:39:23
Dos.

 

Patrícia Roque 00:39:23
Podcasts e o blog são são também. É bom ficar a par do que ele tem para partilhar, porque realmente faz diferença depois, na prática, na nossa vida, não é?

 

Patrícia Roque 00:39:37
Sem dúvida.

 

Diogo Pires 00:39:38
Sem dúvida alguma, Patrícia. Eu decidi nesta temporada do Manual de Boas Ideias, criar aqui uma rubrica que decidi chamar de Action Plans, porque muito motivado pelas mensagens de feedback que fui recebendo na primeira temporada, percebi que há aqui uma necessidade de de termos várias perspectivas sobre como é que começamos um negócio, como é que faríamos, como é que cada pessoa que se senta nessa cadeira. A conversa comigo faria hoje se tivesse que relançar os seus negócios do zero, adaptado aqui à realidade da Startup Portugal. Quais é que são os cinco passos essenciais que tu quiseres? Quais são os passos essenciais para quem procura lançar uma startup em Portugal, no mundo que quiseres?

 

Patrícia Roque 00:40:32
Quem quer lançar uma startup pode vir por duas vias, mas quem quer lançar uma startup à partida tem uma missão ou tem uma ideia. Não é uma uma ideia. E a primeira coisa que acho que é importante fazer é partilhá la com com pessoas à nossa volta e tentar perceber se aquilo que eu estou a querer fazer é realmente uma coisa que que que faz sentido.

 

Patrícia Roque 00:40:55
Às vezes acontece ouvir se muitos nãos, portanto ouvir muitos nãos e eu continuar a acreditar naquilo. Então, se continuas a acreditar naquilo, é mesmo que toda a gente tida que não te diga que não faz a coisa e testa a. E assim sucessivamente. Eu acho que o primeiro passo acho que é nós deitar, fazer a coisa ok e não idealizar estar ali imenso tempo a pensar e tipo fazer rapidamente. Pronto. E depois disso é arranjar companhia, porque de todas as experiências que eu.

 

Patrícia Roque 00:41:40
Com.

 

Patrícia Roque 00:41:40
Quem eu tenho contacto, acho que a jornada de qualquer empreendedor é muito, às vezes solitária e difícil. E é bom nós termos alguém não igual a nós, mas que nos complemente nesse processo. E arranjar um co-founder é às vezes um desafio difícil, mas que eu acho que é muito importante para o sucesso de um do negócio. Até porque hoje em dia falamos muito estas coisas do Work Life balance. Hoje já há muitas startups que fazem têm conscious e, portanto, têm um CEO durante seis meses e outro durante os outros seis, que é para eles terem alguma flexibilidade.

 

Patrícia Roque 00:42:23
Pronto. Portanto, isso. Segundo passo. Assim. Resumindo. E depois o terceiro passo e lá está eu. É assim um bocadinho difícil, porque acho que depende muito do que é que é o foco da startup. Mas eu diria que o terceiro passo é pensar num plano que te ajude a definir quais são os recursos que precisas e em que estágio não é e e a definir prioridades. E depois, com base nisso, começares a contactar e a falar com as pessoas que te vão dar acesso a esse tipo de recursos, seja um investidor, seja ir buscar talento para a tua equipa. Não sei seja gerar alguma comunicação em algumas acerca do teu produto ou da tua ideia. Portanto eu diria que isso são assim para quem quer começar assim os 3/1 passos. Agora, puxando a brasa à minha sardinha na certa Portugal temos um programa que se chama o Stop Shop e que é o Balcão do Empreendedor Digital. Ok, é onde qualquer pessoa e online, qualquer pessoa pode ir ao site, escreve onde Stop shops, exorta Portugal e responde a um inquérito.

 

Patrícia Roque 00:43:35
Nós perguntamos uma coisa muito breve, muito simples. Nós perguntamos o que é que estás a procura? E depois, com base nisso, damos de volta uma série de informação que pode ser útil. Por exemplo, se eu estou a começar o meu negócio e tenho só uma ideia, pode ser interessante eu participar num programa de de aceleração que uma incubadora faz e aí posso ter ajuda de outras pessoas para me ajudar a pôr no papel aquilo que eu estou a pensar e a criar O meu primeiro protótipo, por exemplo.

 

Diogo Pires 00:44:12
Boa. Estava mergulhado na. Estava a idealizar o que é que seria eu nesse processo?

 

Patrícia Roque 00:44:18
Sim.

 

Diogo Pires 00:44:19
Foi, foi. Foi uma ótima resposta. Há alguma questão que eu não tenha feito e que levasse a nossa conversa para um tema qualquer que gostasses de abordar?

 

Patrícia Roque 00:44:30
Não acho que seja uma mensagem importante sobre o empreendedorismo e que acho que é importante deixar é que ser empreendedor não é para todos, mas o empreendedorismo precisa de muitas pessoas e de muito talento. E acho que é importante e relevante pensar que mesmo que eu não tenha, que eu não tenha a disposição para ser empreendedor, pode residir numa startup ou numa casa de investimento ou numa incubadora o meu próximo trabalho.

 

Patrícia Roque 00:45:06
E pronto. Por exemplo, eu não me imagino muito a criar uma startup, mas eu adoro o ecossistema empreendedor e acho que estou rodeada de pessoas realmente, muitas delas muito inspiradoras. E então, às vezes formos a olhar para as casas, para as, para as para os negócios de impacto, há empreendedores que realmente estão a transformar o mundo e tipo assim, literalmente. E isso é muito inspirador. A resiliência que eles têm e tudo mais. Portanto, eu acho que eu sou um exemplo de uma pessoa que adora circular neste neste meio. Eu não sou. Acho que não sou uma empreendedora, mas na verdade encontrei aqui um pouco o sítio onde eu gosto de trabalhar e as pessoas com quem eu gosto de trabalhar. É e é uma comunidade cheia de oportunidades e, portanto, nesse sentido, acho que pode ser importante e há quem tenha a curiosidade aguçada, mesmo que não tenha esse perfil de querer, de querer empreender, de conhecer um bocado mais aquilo que se faz no ecossistema empreendedor. O que é que fazem os empreendedores? O que é que eles trazem para a nossa economia e como eles fazem a nossa economia crescer? E que são importantes porque realmente pagam melhores salários 60% a mais do que a média das empresas nacionais e, portanto, acho que é só uma comunidade, uma uma área que é importante ter em atenção e ir espreitando o que é que está lá, está lá a acontecer e nós estamos aqui para ajudar a facilitar isso.

 

Diogo Pires 00:46:47
Muito obrigado, Patrícia.

 

Intro 00:46:48
Obrigada Eu Manual de boas ideias.

 

Diogo Pires 00:46:52
Eu espero honestamente que estejam a tirar notas destes últimos episódios do Manual de Boas Ideias, porque há por aqui muitas respostas às vossas dúvidas, aquelas que me vão deixando na minha caixa de DM no Instagram, em mensagens diretas no LinkedIn ou mesmo por e-mail na resposta a episódios deste podcast. Por isso, eu espero mesmo que estejam a aproveitar estes últimos episódios. O de hoje com a Patrícia foi de longe aquele em que mais se falou sobre questões acionáveis. Como é que podemos passar à prática? E se há algo que eu gostava de destacar e disse ali a meio da conversa, é que nesta segunda temporada do Manual de Boas Ideias, sem querer, estamos constantemente a cair nesta ideia de que gerar muito dinheiro acarreta uma responsabilidade acrescida e vamos só ficar a pensar nisto. E com isto vale a pena dizer que se ainda não subscrevem o manual de boas ideias, não sei do que é que estão à espera. Subscreva o manual de Boas ideias na aplicação de podcasts que escolheram para ouvir este episódio.

 

Diogo Pires 00:47:51
Basta fazer isto mesmo subscrever. Se estiverem a ouvir no Spotify, ativem também as notificações para que, quando um novo episódio sair, sejam logo notificados.

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Manual de Boas Ideias

com Diogo Pires