As contas para te reformares aos 44 anos com Rita Piçarra (ex-CFO Microsoft Portugal)

As contas para te reformares aos 44 anos com Rita Piçarra (ex-CFO Microsoft Portugal)

Neste Episódio

Rita Piçarra

Rita Piçarra, ex-CFO da Microsoft Portugal e a mais recente reformada aos 44 anos. Autora do livro “A Vida Não Pode Esperar”, onde se exploram estratégias para gerir finanças pessoais e, assim, atingir objetivos tão ambiciosos como a reforma antecipada ou o lançamento de um negócio.

Show Notes

Neste episódio recebo a Rita Piçarra, ex-CFO da Microsoft Portugal e a mais recente reformada aos 44 anos. Autora do livro “A Vida Não Pode Esperar”, onde se exploram estratégias para gerir finanças pessoais e, assim, atingir objetivos tão ambiciosos como a reforma antecipada, o lançamento de um negócio… o que puderes imaginar que podes fazer com dinheiro a mais de lado.

Transcrição

As transcrições são geradas automaticamente, com recurso a Inteligência Artificial. Podem conter erros.

Intro 00:00:00
Manual de Boas Ideias um podcast sobre pessoas por trás de negócios brilhantes com Diogo Pires.

 

Diogo Pires 00:00:07
Bem vindos à primeira conversa da segunda temporada do Manual de Boas Ideias. Tive saudades de dizer isto. Alguma vez sofreram de FOMO? Provavelmente FOMO significa Fear of Missing Out e aquela estranha sensação capaz de nos consumir de cada vez que nos lembramos que por estarmos onde estamos, com quem estamos e a viver o que nos está a acontecer naquele momento, estamos, por isso, a perder outras tantas coisas. A psicologia não lhe chama doença, chama lhe antes fenómeno e é um conceito recente. Foi identificado pela primeira vez em 1996 e foi se popularizando já depois de 2000. Isto tudo porque quero confessar vos uma coisa eu achava que ia sentir um vazio sem lançar novos episódios do podcast para vocês. Foram três meses e pouco. Para mim foi um bocadinho mais a gravação das entrevistas da primeira temporada terminou ali mais ou menos em novembro e terminou aí porque estava a ser demasiado para aquilo que eu tinha que fazer naquela altura. Turns out. Não senti assim tanto esta pausa, ou antes, soube me verdadeiramente bem parar.

 

Diogo Pires 00:01:17
E agora que penso nisto, olha que forma pouco inspiradora para arrancar a segunda temporada e voltar à gravação de episódios. Eu explico isto depressa. É que, apesar de ter parado de lançar episódios, eu não deixei de falar convosco. Afinal, os episódios do manual viveram mesmo durante a pausa na produção chegaram novos ouvintes e como em cada episódio novo ou mais datado, não interessa como, em cada episódio fui dizendo para me darem feedback. Ele foi chegando porque havia sempre alguém que estava a ouvir algum episódio pela primeira vez. Por isso fui falando convosco com mais tempo e com genuína intenção de vos conhecer. Olhem, gostei. E agora, pausa feita, voltemos às conversas. Já que falávamos sobre feedback, eu aproveito para vos dizer que li tudo, mesmo tudo o que me foram dizendo, o feedback sobre a primeira temporada, o que gostavam de ouvir nesta. E é por isso que nesta temporada do Manual de Boas Ideias, vamos conversar sobre ideias de negócios, progressão na carreira, pequenos negócios, marketing e vendas.

 

Diogo Pires 00:02:22
Saduceus é o tópico mais pedido de todos nestes meses Finanças pessoais. Por isso vamos abrir esta segunda temporada a falar sobre isto mesmo Finanças Pessoais. No episódio de hoje do Manual de Boas Ideias, eu recebo a Rita Pissarra, a SF da Microsoft de Portugal e a mais recente reformada aos 44 anos, autora do livro A Vida não pode Esperar que no mês de lançamento, março de 2024, já ia para uma segunda edição. É um livro onde a Rita explora estratégias para gerirem as vossas finanças pessoais e assim atingir objectivos tão ambiciosos como a reforma antecipada, o lançamento de um negócio próprio, enfim, o que puderem imaginar que podem fazer com dinheiro a mais de lado. Agora, como eu sou excelente na arte de bem receber e vocês sabem disso, decidi abrir a conversa colocando simplesmente em questão se o que a Rita afirma é realmente verdade. Será que a Rita Piçarra está mesmo reformada ou não?

 

Rita Piçarra 00:03:28
O conceito de reforma, segundo o dicionário, é alguém que deixou de trabalhar. Mas eu acho que em Portugal nós associamos muito ao facto de estar reformado, receber um subsídio da Segurança Social, que não é o caso de todo e não recebo dinheiro nenhum da Segurança Social.

 

Rita Piçarra 00:03:42
E o que eu fiz foi retirar me do mundo corporativo, ou seja, deixar de trabalhar por conta de outrem em troca de um salário. O que eu fiz foi comprar a minha liberdade, comprar o meu tempo de volta e deixar de trabalhar nos moldes em que a sociedade espera que todos nós o façamos.

 

Diogo Pires 00:04:01
Portanto, já assumimos aqui, já estabelecemos o que é que é estar. Estar ou não reformado? Doravante? É disto que falamos. É comum dizer se que nós atingimos a independência financeira no momento em que saímos da casa dos nossos pais. Mas tu dizes que atingiste a independência financeira aos 44 anos. O que é que é, afinal, ser se financeiramente independente?

 

Rita Piçarra 00:04:23
Olha, eu acho que quando nós dizemos que somos independentes financeiros, somos independentes dos nossos pais, não é? Não somos independentes e independentes porque nós fazemos. É transferir a independência. A dependência pede desculpa. É transferir a dependência dos pais para uma entidade patronal, para alguém que nos paga um salário. Portanto, nós deixamos de ter os pais a pagar nos as contas, a dar nos uma mesada para passar, a ser uma empresa que nos passa a dar um salário em troca do nosso tempo, não é em troca de 40 horas semanais ou mais, muitas vezes.

 

Rita Piçarra 00:04:53
Portanto, eu acho que é, no meu ponto de vista, ser independente, financeira e não necessitar nem dos pais nem de uma entidade terceira para sobrevivermos. Ou seja, o que eu fiz foi investir em ativos, ou seja, comprar coisas bens que geram rendimento e com esse dinheiro eu consigo viver a minha vida sem ter de receber um salário. E por estes bens eu digo podem comprar ações como eu fiz, que geram dividendos, podem comprar imóveis, casas que geram rendas e com esse dinheiro e o dinheiro que eu uso para o meu dia a dia e isso sim é ser independente, não depende de ninguém para para viver, sair de casa dos pais. Eu acho que ainda precisamos de uma empresa para nos pagar os salários. Eu pelo menos precisava.

 

Diogo Pires 00:05:42
Tem que ser, não tem que ser. Quando é que tu decidiste que irias traçar este plano para te reformar muito antecipadamente?

 

Rita Piçarra 00:05:51
Olha, infelizmente começou em 2006, com a morte prematura do meu pai. Meu pai faleceu aos 54 anos, vítima de ataque cardíaco numa sexta feira 13, que é aquelas coisas que chocam.

 

Rita Piçarra 00:06:05
Eu não sou supersticiosa, mas nunca mais gostei de sextas feiras 13, portanto, a minha irmã tinha feito anos no dia anterior, Dia 12 de outubro, tínhamos estado todos lá em casa a celebrar o aniversário da minha irmã. O meu sobrinho tinha nascido há seis dias. Era o primeiro neto do meu pai. Tudo corria bem e no dia a seguir eu recebo o telefonema que o meu pai estava caído no chão da cozinha, vítima de um ataque cardíaco. E nesse momento, com 54 anos. E nesse dia eu percebi que há muito mais para além da vida que o trabalho. Há muita coisa que nós queremos fazer e muitas vezes deixamos para depois. Depois, quando me reformar, depois quando eu tiver tempo. E eu percebi que naquele momento eu ia ter que me retirar do trabalho, do mundo do trabalho aos 50. Esse era o meu objectivo. Aos 50 eu queria deixar de trabalhar, eu queria ter dinheiro suficiente para não ter que trabalhar mais, para conseguir sim, depois viver a vida como eu quiser, sem ter que depender de ninguém.

 

Rita Piçarra 00:07:01
Porque se acontecesse o mesmo que ia acontecer ao meu pai, a desculpa que aconteceu ao meu pai ser aos 54 anos, pelo menos eu tinha quatro anos de viver a vida louca. E depois reforçou se muito mais com o falecimento da minha mãe, uns anos depois, aos 59 anos. Isto ainda veio reforçar mais esta, esta minha ideia. Agora é muito, é muito bom. Nós queremos dizer aos 50 eu quero deixar de trabalhar, aos 50 eu quero parar. A questão é precisamos de dinheiro? Então não foi só um planeamento financeiro muito apertado que eu fiz e fiz também um plano de carreira muito, muito, muito, muito ambicioso. Ou seja, eu queria ter cada vez mais responsabilidade. Eu queria atingir o trabalho dos meus sonhos, que era ser se a favor da Microsoft Portugal e tive 18 anos na Microsoft. Esse era o meu grande objetivo era era chegar lá. E porquê? Porque era o meu sonho, mas também porque ia ganhar cada vez mais dinheiro. E à medida que vamos subindo na cadeia hierárquica das empresas e vamos ganhando mais responsabilidade, vamos também ganhando mais dinheiro.

 

Rita Piçarra 00:08:04
Só que, por outro lado, não adianta só ganharmos mais dinheiro se gastarmos também mais dinheiro. O que é que acontece muitas vezes na nossa sociedade é que quando eu ganho mais dinheiro, eu gasto mais dinheiro, eu ganho mais dinheiro, eu gasto mais dinheiro. O custo de vida está sempre a aumentar, muitas vezes também porque nós gostamos muito de fazer parecer mais do que ser, não é. Em Portugal há muito esta esta questão do carro, de eu tenho que ter um carro de alta cilindrada para parecer. Eu tenho que vestir esta roupa muitas vezes porque não se fala de dinheiro, porque o dinheiro é tabu, não se fala de dinheiro à mesa, não se pergunta quanto é que custou, não se pergunta quanto é que a pessoa ganha, não se pergunta qual é o salário para aquela posição. Estamos a concorrer e então normalmente as pessoas fazem este tipo de correlação de quanto dinheiro é que a outra pessoa tem pelos sinais exteriores de riqueza. E eu tentei sempre a andar, não nesta onda, não surfar essa onda, ir para o outro lado, ou seja, viver um estilo de vida minimalista, muitas vezes sem comprar roupa, sem comprar coisas que para mim não me traziam uma felicidade imediata.

 

Rita Piçarra 00:09:06
Para conseguir poupar, poupar cada vez mais e depois investir, investir de forma diversificada.

 

Diogo Pires 00:09:13
No livro falas de de um movimento que que me deixou muito curioso e depois fui à procura de demais saber mais sobre isto. Mas nas tuas palavras o que é que é o movimento Fire?

 

Rita Piçarra 00:09:25
Fire, O Fire? As iniciais querem dizer Finantial Independent Requirements, retired early, ou seja, independência financeira, reforma antecipada. E o que é este movimento? Começou nos Estados Unidos. Basicamente é o que nós na tugalândia já chamávamos do viver dos rendimentos. Ok, pois é assim assim, de uma maneira geral é isso mesmo.

 

Diogo Pires 00:09:46
É que essa expressão é muito e tão genérica que dá para tudo. Não é tudo e todos, tudo é rendimento.

 

Rita Piçarra 00:09:52
E tu, o que é que eles dizem? Eles dizem que, de uma maneira geral, nós temos que ter 25 vezes os nossos gastos anuais. Ok, temos que ter um bolo de dinheiro ou de investimentos que são iguais a 25 vezes os nossos gastos anuais e depois podemos usar 4% desse valor todos os anos para viver a nossa vida.

 

Rita Piçarra 00:10:15
Imagina o teu salário Ganhas sei 20 capas por ano? Não sei, não faço a mínima ideia. 20 capas por ano Tens que ter 25 vezes 20 capas e vestidos, de preferência guardados no banco. Não dá dinheiro, não é investido em alguma coisa e depois todos os anos podes tirar 4% desse valor para usares e para viveres. O que é que acontece nestas contas? Ora, se tu tivesses este bolo de dinheiro investido, ele seguramente vai te dar mais do que 4% de tudo. Bem e ao tirar 4% para gastar, a coisa fica equilibrada. Mas isso foram um ano de crise e os teus investimentos derem menos de 4%. Ora vais ver o teu bolo de dinheiro a diminuir. E isso para mim ia ser ataque cardíaco, ansiedade e eu não ia conseguir gerir esse esse tipo de sentimento. Portanto, o que eu fiz foi uma coisa ligeiramente diferente, que é ter ativos. Sim, ter investimentos, mas não 25 vezes os meus gastos anuais. O que eu quis foi ter investimentos que me dessem uma renda mensal igual ou superior aos meus gastos mensais.

 

Rita Piçarra 00:11:32
Ok, é diferente. De um lado eles dizem Epá, tens que ter este dinheiro todo aqui. Todo. Não sei, Eu não sei como vamos poder ter 1 milhão € e depois podes gastar um bocadinho todos os anos. E o que eu fiz foi diferente. Epá, não interessa quanto é que eu tenho lá no topo. Eu quero é que o rendimento que isto der for o suficiente para eu viver a minha vida todos os meses e não depender do salário da Microsoft. E este movimento começou nos Estados Unidos. E é engraçado que quando eu vivia em Miami com o meu marido, já havia muita gente neste movimento Fire. Então eles olhavam para nós e identificávamos nos e identificavam nos como o working couple, o casal que trabalha. Portanto, nós éramos os que trabalhavam e eles já não trabalham. E era muito, muito engraçado. Então eu quando comecei a poupar e quando comecei a investir, não foi com o movimento Fire em mente, foi com o viver dos rendimentos, ou seja, foi ter investimentos que me dessem dinheiro para eu conseguir viver a minha vida e claro, continuar a poupar e manter o meu estilo de vida.

 

Rita Piçarra 00:12:40
Sem dúvida. Mas é um movimento muito interessante que eu acho que tem tido muita aderência, tem tido muita gente a seguir, principalmente depois da pandemia, em que muita gente começou a revolucionar as suas prioridades, começou a ponderar as suas escolhas e olha para o movimento Fire como algo que que é muito apelativo.

 

Diogo Pires 00:13:00
Sem dúvida. Quais é que foram os maiores desafios que tiveste que ultrapassar durante a jornada?

 

Rita Piçarra 00:13:06
Olha, bastantes para já. Quer dizer, foram duas coisas que eu fiz para Passo e uma coisa foi tentar subir na carreira o máximo que conseguisse até atingir o meu trabalho de sonho. E nesta subida de carreira, nesta subida de da Microsoft rumo à função de ser fã da Microsoft Portugal, eu comecei aqui em Portugal, fui passear, eu fui para Paris, fui para o Brasil, fui para Miami e fui para Madrid e voltei. Eu acho que um dos principais desafios é ir conseguindo as posições. Não é? Para conseguir desenvolver todas as competências necessárias para atingir o meu sonho, para atingir a posição de ser fã da Microsoft Portugal, sendo que fui mãe, sou casada, portanto tive sempre que conciliar o aspeto familiar com o aspeto profissional de cada vez que nos nós mudávamos de país.

 

Rita Piçarra 00:13:57
Ter em atenção ser se a equipa familiar não estávamos todos de acordo do país onde íamos, se era um país estável, se era um país bom para criar crianças, toda esta dinâmica. Do outro lado, a maior dificuldade sempre, claro, foi a poupar, mas sempre ter em atenção que não é poupar a todo o custo, ou seja, não é poupar todos os tostões. Porque é que eu digo isto? Porque eu também não quero ser a mais rica do cemitério, não é? Quando comecei a fazer esta jornada já eu emigrei, porque há muito mais oportunidades lá para conseguir atingir atingir o meu sonho de ser assessor da Microsoft Portugal. Mas emigrei durante estes 12 anos também em busca de melhores salários, em busca de uma taxa de IRS mais baixa para conseguir poupar mais. Mas houve uma coisa que eu também percebi que eu não poderia poupar em tudo, porque senão ia me gerar infelicidade. Eu tive que escolher as coisas nas quais eu estava disposta a poupar e não me ia gerar infelicidade. Ou pelo menos eu poderia abrir mão.

 

Rita Piçarra 00:15:04
E sabia que a felicidade que eu ia obter no fim da jornada era melhor e maior do que aquela que eu estava inicialmente a perder e outras coisas que eu não estava disposta a abdicar de tudo. Duas coisas que eu nunca estive disposta a abdicar. Uma delas são as viagens. Eu adoro viajar, adoro ter. Eu conheço 74 países a um dos meus grandes objectivos agora no pós reforma, que é conhecer 100, portanto, ainda me faltam, ainda me faltam alguns e eu nunca, nunca tive disposta a abdicar de viajar. Lógico que viagens que fazem sentido não vou em primeira e não fico em hotéis cinco estrelas. E é tudo não. Eu tão depressa fico num albergue que é um nível acima de acampamento, como não tenho. Mas nunca, nunca, nunca gostei de abdicar de viagens porque gosto muito E é outra coisa que eu não abdico são de celebrações de vida. Por exemplo. Agora lá fiz o lançamento do meu livro, convidei 200 dos meus amigos e familiares mais perto, mais próximos e celebrei o lançamento do livro À Beira Rio com uma festa.

 

Rita Piçarra 00:16:10
Quando é o meu aniversário? A mesma coisa agora que foi a segunda edição do livro, a mesma coisa.

 

Diogo Pires 00:16:16
Parabéns pela segunda edição.

 

Rita Piçarra 00:16:17
Obrigado, obrigado. Estou contente e, portanto, eu gosto muito de celebrar. Porquê? Porque ao ver os meus pais falecerem cedo e noutro dia alguém, um jornalista qualquer me perguntou para eu escolher um algo que representasse a história da minha vida. E eu escolhi um colar de pérolas da minha mãe, porque a minha mãe só usava aquele colar de pérolas quando era um dia de festa, quando era algo para celebrar. E agora, olhando para trás, por que é que só podemos usar o colar de pérolas quando é uma festa? Por que é que não podemos celebrar a vida sempre que nos apetece, Sempre que temos vontade, sempre que estamos junto com os nossos amigos? E, portanto, eu nunca estou disposta a abrir mão disso. Nunca estou disposta a abrir mão das celebrações. Destaques Meus amigos, não queres ir, gasta muito dinheiro, mas eu tenho é que marcar o momento e celebrar com eles.

 

Rita Piçarra 00:17:03
Pode ser um tchim tchim com uma coca cola ou com alguma peça que passa por.

 

Diogo Pires 00:17:09
Todos.

 

Rita Piçarra 00:17:10
Todas, todas vocês, sem restrições nenhumas. Mas temos. Temos que celebrar sempre. E portanto, um dos maiores desafios foi perceber também como é que eu conseguia poupar e que coisas é que eu estava disposta a abrir mão para continuar sempre a poupar e depois investir. Onde é que eu vou investir? Tive que passar bastantes horas a aprender sobre o mercado da bolsa, a aprender sobre mobiliário, aprender sobre tudo o que são investimentos, o que é uma rentabilidade. Todos esses conceitos. Porque se não aprendermos sobre investimentos, não é só porque alguém nos disse para fazermos um investimento que nós devemos fazer.

 

Diogo Pires 00:17:46
Sim, normalmente é até perigoso fazê lo assim, não é? Como é que, como e onde é que se aprende aquilo que tu aprendeste?

 

Rita Piçarra 00:17:53
Olha, eu gosto de ler livros sobre o assunto. Gosto de ler artigos de revistas e jornais sobre o assunto. Alguns. Há alguns vídeos de YouTube que são bons, mas aí é mais perigoso, ok, porque há muita gente a fazer conteúdos e isso nós não conhecemos.

 

Rita Piçarra 00:18:14
De onde é que vem o conteúdo? É preciso termos muito, muito, muito cuidado, principalmente com aqueles com aquelas ofertas de pague agora este curso de 400 € e vou lhe ensinar tudo o que eu sei sobre. Não. Ok, tenham cuidado. Portanto, se tiverem no meu livro eu ensino algumas coisas mais básicas, portanto, o investment wanna one. Portanto, aquele básico, básico básico. Mas há um livro de Warren Buffett muito bom sobre investimentos a um livro do Investment for dummies, aqueles para tótós, aqueles amarelos. Porque eu acho que acima de tudo, nós não devemos ter vergonha de coisas que nós não sabemos. Parte do processo de aprendizagem e nós reconhecermos que não sabemos a pior coisa que nós podemos fazer. Não, não, não. Eu tenho a coisa controlada e depois quando começamos a andar, vemos que não temos as bases. Portanto, reconhecer que não sabemos é reconhecer que eu vou aprender e não há. Não há vergonha nenhuma em aprender e começar do zero é uma ótima estratégia. Portanto, há dois ou três livros desses.

 

Rita Piçarra 00:19:16
Eu recomendo muito. E leiam, Leiam de pessoas acreditadas no mercado, acima de tudo nomes sonantes e façam o vosso próprio julgamento, ok? Nunca, nunca ninguém, ninguém pode dizer nada que seja 100% certo. Ok? Take away with the green of salt não é olhar sempre para a informação com uma pitada de sal, porque o que foi verdade há dez anos atrás pode não ser verdade nos próximos dez anos e rentabilidades passadas não garantem rentabilidades futuras.

 

Diogo Pires 00:19:46
Sem dúvida. Nós aqui há tempos falávamos sobre sobre um livro que que ambos lemos O Pai Rico, Pai Pobre, do Robert Kiyosaki. E há uma frase que há momentos da vida em que nós percebemos coisas que depois também percebemos que são elementares. E foi a ler O Pai Rico, pai pobre que, como sabes, eu não acabo livros que não acabei de ler, mas pelo menos cheguei a essa parte. Foi no Pai Rico, pai pobre que eu tomei consciência de que esta coisa de que nos dizem é que nos ensinam para poupar dinheiro. Ter uma conta conta poupança, na lógica de serve para poupar, não necessariamente aquela que tem o dinheiro a render.

 

Diogo Pires 00:20:36
Não é necessariamente assim que a coisa deve ser feita, porque o dinheiro parado está sempre a desvalorizar.

 

Rita Piçarra 00:20:44
Exactamente. E dou te um exemplo muito simples imagina tu tinhas 1.000 € há dez anos atrás, tinhas 1.000 € com 1.000 €. Tu podias fazer duas coisas ou compravas o novo telefone aí topo de gama X ou comprava as acções da empresa que têm a massa para fazer publicidade. Sim, dez anos depois aquele telefone vale nada. Deve estar numa lixeira qualquer, num país qualquer. Dez anos depois, se tivesses comprado as acções agora valiam 13, 14, 15.000 €. Portanto, isto, o que é que acontecia? Por outro, também outro exemplo se tu tivesses, se tivesses comprado aquele telefone, não valia nada agora. Mas se tivesse esperado mais um ano para o comprares, ele em vez de custar 1000 e a custar 1000. E dez ou 1015, não sei, dependendo do valor da inflação, mas o dinheiro no banco, se tivesse ficado parado no banco tu não ias ter 1015 porque a taxa de juro que os depósitos a prazo normalmente dão estão inferiores à inflação.

 

Rita Piçarra 00:21:48
Portanto, algo que tu compravas com 1.000 € este ano, para o ano já não compras com 1000. Portanto, se a inflação estiver a 5% para o ano já vai custar 1050. Mas tu do banco em vez de 1000 tens 1000 e não sei quanto é que está a taxa de juro um, portanto está em 1010.

 

Diogo Pires 00:22:06
Sim, compras um certificado de aforro sempre que dá mais qualquer coisa, não é? Para já não sei a data que este episódio também será. Daqui uma semana vai estar igual. Exato.

 

Rita Piçarra 00:22:13
Portanto, dinheiro no banco não é dinheiro investido. Quando é que o dinheiro deve estar num depósito a prazo? Um fundo de emergência, que é a primeira coisa que as pessoas devem constituir quando começam a poupar o fundo de emergência, que deve ser seis vezes os nossos gastos mensais. Serve para fazer face a emergências. Imagina, tens um carro? O teu carro tem seguro contra terceiros? Bateste com o carro? Precisas de dinheiro para arranjar o teu carro porque o seguro contra terceiros cobre o arranjo do outro e não cobre o teu.

 

Rita Piçarra 00:22:44
Então vais ao teu fundo de emergência e pagas o arranjo do carro. O dinheiro tem que estar num sítio que seja de fácil acesso, com uma liquidez muito rápida, ou seja, tu consigas usar rapidamente. Se ele tiver investido em ações no plano de poupança, reforma em ETFs, em criptomoedas ele não tem liquidez, ou seja, tu não consegues tirar o dinheiro rapidamente, portanto precisas de um fundo de emergência que esteja ali fácil. E aí um bom sítio para ter é sem dúvida um depósito a prazo que deu uma taxa de juro de bocadinhos, mas eu acho que é um dos poucos exemplos. Tu deves ter o dinheiro no depósito a prazo. A partir daí tens que ter o dinheiro investido. E pegando no conceito do pai rico, pai pobre nos ativos. Eu gosto muito de um determinado momento ele fala do dinheiro como se fosse um fluxo de rio e não sei o que é que era. O dinheiro entra na nossa esfera pessoal através dos salários, não é? Normalmente ganhamos um salário e o objectivo é que o dinheiro não saia da nossa esfera.

 

Rita Piçarra 00:23:45
Portanto, temos que gastar o mínimo possível, que é para não sair. Portanto, temos que investir em ativos. Este dinheiro que entra tem que ir para ativos que vão gerar mais rendimento. Portanto, nós investimos em ativos dentro da nossa esfera, que vão gerar mais dinheiro, que ficam dentro da nossa esfera e assim sucessivamente. Fica tudo aqui. O que é que acontece quando o dinheiro entra em nós? Investimos em passivos, como ele diz, o dinheiro começa a sair porque o passivo é algo que não nos dá rendimento e só gera despesa. É um grande exemplo disso contra a sociedade portuguesa. É o carro, o carro. A não ser que tu seja condutor de Uber ou alguma coisa e que tu consigas tirar rendimento do teu carro. É um passivo porque assim que tu compraste sais do stand já desvalorizou. Tens que pagar a manutenção, os seguros, as autoestradas, é sempre o dinheiro a sair, sempre há dinheiro a sair e não ele. Esteja preparado não é? Já estás a pagar imposto, portanto está sempre a sair.

 

Rita Piçarra 00:24:40
O carro é um passivo, ele diz outra coisa também muito interessante, que também é muito chocante, que é se o teu maior investimento é a casa onde tu vives. A coisa está mal parada e o pai pobre disse lhe isso a determinada altura no livro. O meu maior investimento é a casa onde nós vivemos e ele não lá está, porque a casa onde vivemos também é um passivo, não gera rendimento e, portanto, é lógico que isto para a sociedade portuguesa é muito, muito, muito difícil de entender, porque todos gostamos de ter e sermos donos da casa onde vivemos, não é? Eu sei que o imobiliário agora está está horrível, mas. Mas na realidade é um passivo e portanto, muitas vezes aquele dinheiro da casa todo que é preciso para pedir o empréstimo ao banco e afins, mas só de entrada o dinheiro que temos que dar de entrada para uma casa investido vai dar uma rentabilidade muito melhor do que numa casa onde nós estamos a viver. Portanto, há muitos conceitos interessantes no livro do Pai Rico, Pai pobre, muitos que eu gosto e que já usava na minha vida.

 

Rita Piçarra 00:25:44
E depois ele pôs preto no branco, como se costuma dizer, e eu gostei muito. Mas também é preciso ter cuidado, porque entretanto ele entretanto deu a louca.

 

Diogo Pires 00:25:52
Eu entretanto fui. Fui à procura disso. Ele realmente não está muito bem.

 

Rita Piçarra 00:25:56
Não está? Não, não está, não está e pronto. Ele tem biliões ou triliões de dívida, ou banco com biliões ou triliões de casas. Problema E se aquilo descamba? E se ele morre? Os filhos herdam dívidas, as dívidas herdam se e portanto ele vai deixar um mega pepino. Para o resto da família gerir é muito difícil. Enfim.

 

Diogo Pires 00:26:22
Espero que estejam a gostar da conversa neste episódio. Estávamos aqui a falar, eu e a Rita Pissarra, sobre o livro Pai Rico, Pai Pobre do Robert Kiyosaki e lembrei me que essa foi uma das recomendações que fiz recentemente na minha newsletter Clube da Nata. Se ainda não subscrevem a nata, deixem me contextualizar vos. O Clube da Nata é uma newsletter onde semanalmente partilho insights valiosos sobre empreendedorismo, negócios e produtividade.

 

Diogo Pires 00:26:49
Eu tento sempre que o conteúdo do Clube da Nata se torne uma vantagem para quem subscreve estes emails. Na última edição, por exemplo, falámos sobre a mente irrequieta de um empreendedor e também partilhei um episódio um bocadinho mais conturbado que vivi no final do ano passado. Podem ler esta e todas as edições anteriores do Clube da Nata e subscrever também a nata para que recebam no vosso e-mail todas as próximas edições da newsletter em Diogo Pires, com newsletter, um e-mail todas as semanas 100% gratuito e, claro, podem cancelar a qualquer altura. Não é bem isso que eu quero, não é? Tento que o conteúdo vos seja útil. Mas sim, podem cancelar quando quiserem. Importante é saberem que podem subscrever a newsletter em Diogo Pires com a newsletter. Ou então cliquem simplesmente no link que deixei na descrição deste episódio. Eu quero fazer te uma pergunta. É de todo que é um julgamento. Farei de tudo que é um julgamento. Nós Antes desta conversa eu passei pelo teu LinkedIn e na.

 

Rita Piçarra 00:27:49
Secção ou não.

 

Diogo Pires 00:27:51
Claro que sigo, Ainda bem.

 

Diogo Pires 00:27:52
Claro que sigo. Sigam também.

 

Rita Piçarra 00:27:54
Sigam também que eu quero chegar número um no LinkedIn to top três.

 

Diogo Pires 00:27:57
Top três top.

 

Rita Piçarra 00:27:58
Três tá? Ex Ministra do Trabalho e Segurança Social, Ana Mendes Godinho. Dá lhe tempo. Pois. Exato. Agora, Agora pronto, vai embora. Depois de horas depois está a CEO do Gato Preto, a Carolina. Sim, estou eu. Portanto, por favor.

 

Diogo Pires 00:28:17
Rita Piçarra, Rita Piçarra LinkedIn. Eu passei pelo teu LinkedIn e na zona da experiência profissional tu tens a Deloitte. E a Microsoft, isso sim. E como te digo, isto não é de todo um julgamento. Tu fizeste a tua carreira em duas empresas.

 

Rita Piçarra 00:28:35
Fiz.

 

Diogo Pires 00:28:38
Isto na altura, quando estava a passar pelo teu LinkedIn, fez me lembrar uma uma conversa, um episódio. Há dias tive o privilégio mesmo de estar numa sala onde o Presidente da República fazia um bocadinho de discurso para um grupinho muito privilegiado que estava na apresentação de um livro. E o Presidente falava. Do quão estranha a ideia de fazer carreira numa só empresa.

 

Diogo Pires 00:29:10
Para as gerações que estão agora a ingressar no mercado de trabalho. Tu estiveste 18 anos na Microsoft, estive em vários roles. Eu sinto que esta tua progressão de carreira foi empreender dentro da Microsoft. Como é que isto se faz? Como é que se empreende dentro de uma empresa? Em termos práticos, tu tinhas este sonho de chegar a CF? O que é que tu foste fazendo para lá chegar? Foi, Foi. Partiu de ti? Não partiu de ti.

 

Rita Piçarra 00:29:37
Olha, é o capítulo número um do meu livro. Chama se Ambição. E é engraçado porque eu tive 18 anos na Microsoft, mas olhando para trás, eu sinto que trabalhei em sete ou oito empresas diferentes. A Microsoft, quando eu entrei, era, para muitos, a empresa de computadores. Sabes, eu lembro quando saí da Deloitte e fui para a Microsoft, o meu pai disse Ai, filha, o que é que vais fazer? Tens aqui um contrato com esta empresa e agora vais sair para essa empresa dos computadores, Sabe lá Deus.

 

Rita Piçarra 00:30:05
Isso é futuro?

 

Diogo Pires 00:30:08
Sim.

 

Rita Piçarra 00:30:09
Não é. A Microsoft agora é a empresa com o maior market share no mundo, portanto a empresa mais valiosa no mundo neste momento. É dentro da Microsoft e por isso eu já disse várias vezes, a Microsoft é a melhor empresa para trabalhar, do meu ponto de vista, e é por isso que eu não saí. E eu recebi muitas propostas para sair. Muitos headhunters me quiseram aliciar enquanto eu estava na Microsoft para sair e muitas vezes eu fazia apenas uma pergunta que era Eu posso ter uma carreira internacional na vossa empresa? E eles Carreira internacional? Carreira? Pois não sabemos. Quer dizer, temos que ir investigar, mas talvez quer dizer a pessoa certa. Eu não.

 

Diogo Pires 00:30:47
Falei.

 

Rita Piçarra 00:30:48
O que eu gostava muito na Microsoft e como é que eu consegui chegar onde eu gostava. A Microsoft valoriza muitas pessoas e quase desde o dia um, quando eu entrei na Microsoft, a minha manager na altura disse me Rita, tens que fazer o teu plano desenvolvimento de carreira. E eu disse tem que fazer o quê? E ela não, Pois tens que saber onde é que queres chegar.

 

Rita Piçarra 00:31:07
Qual é o teu sonho, o que é que tu queres ser quando fores grande? E ai tu já me queres mandar embora? E ela Não, não, não, não, não tens planeado. Olha, está aqui. Este template preenche fácil. Então eu sou muito ambiciosa, não? E portanto, o que é que eu quero ser? Qual é a coisa maior que se pode ser enquanto financeiro? Ela é a TI Financial Officer, que é director financeiro da Microsoft. Então é isso e é isso que eu quero ser. É algo que eu pus na altura, um bocadinho para despachar. Olha, já está feito numa feliz mais com isso que eu estou numa empresa nova e tem que aprender um monte de coisas, tornou se este bico de luz. Não é este farol a guiar me naquela direção e todas as funções que eu fiz foram para ir desenvolvendo as competências necessárias para lá chegar. Como é que o descobri? Quais eram suas competências? Marquei uma reunião com a directora financeira da altura, que depois fui validando.

 

Rita Piçarra 00:31:59
Não é a cada dois ou três anos. Olha, X se mantém. E a pergunta era sempre quais são as competências necessárias para se ser o melhor diretor financeiro que se pode ser? E eles dizem nos precisas de conhecimento do negócio, visão estratégica da empresa gerir pessoas, capacidade analítica, sintetizar o complexo, um monte de competências. Ok, quais é que eu tenho? Tenho esta, Tenho um bocadinho desta. Esta não tem nada. Ok, tenho o meu primeiro assessment feito. Então agora como é que eu hoje consigo desenvolver? Para onde é que eu vou? Quem é que me ajuda? Como é que eu faço isto? Eu tive que arranjar mentores, pessoas que já possuíam aquela competência que olhava para elas e para esta pessoa É excelente. Nisto. Eu quero aprender com o melhor, eu quero aprender com esta pessoa para ter esta competência também. Portanto, consegui mentores através de uma network, às vezes a pedir ajuda a managers e a pedir ajuda a chefias. Peço desculpa managers, chefes e aos recursos humanos para me indicarem na direção certa, para ter mentores para me ajudarem nessas competências e outras vezes também no próximo rol.

 

Rita Piçarra 00:33:11
Okay, agora já conclui este ciclo. Eu acho que cada vez que nós fazemos uma função numa empresa tem mais ou menos três épocas diferentes. Uma primeira etapa, três etapas, primeira etapa nós não percebemos o que é que é suposto fazer. Andamos ali um bocado a apanhar do ar. Não é tipo que Himalaias que eu recebi? Que reunião é aquela? Eu posso falar, não posso falar, tenho que tirar notas, Eu tenho que tirar notas? Tenho que responder, Não tenho que responder. Depois há um segundo momento em que nós já percebemos o que é que temos que fazer. Sabemos exactamente quais são os nossos objetivos, como é que vamos chegar lá e conseguimos entregar tudo no nível excelente. E isso é fantástico. Quando entregamos tudo no nível excelente, todos os objetivos a que nos propomos. Entramos então na terceira fase, quando nós estamos a fazer a função que é, como é que vamos deixar o nosso legado, como é que vamos deixar a nossa marca, Como é que nós, ou no meu caso, eu enquanto directora financeira da Microsoft Portugal, foi diferente das outras pessoas todas que estiveram a fazer a função antes e que é diferente das que vão fazer a função seguinte.

 

Rita Piçarra 00:34:08
Portanto, eu durante esta época toda fui fazendo estas funções para aprender as competências. Muitas vezes também pedia projetos especiais noutras equipas para ir desenvolvendo mais uma competência. Por exemplo, enquanto eu não fui people manager, enquanto não gerir pessoas, o que é que eu podia? Se houvesse um estagiário na equipa, o estagiário pode ficar a reportar a mim. Eu posso ser mentor do estagiário, posso ser eu que lhe dou interação dia a dia. Ou seja, não era gestora de equipas, mas já tinha ali alguém, um passarinho debaixo da minha asa. Não é quem eu cuidava e ajudava todos os dias para ir já começando a desenvolver as competências e portanto, ao longo dos anos eu fui sempre fazendo este checklist ou que esta competência já está esta ainda estou a trabalhar, que é para quando o momento chegou e a posição da Microsoft Portugal Directora financeira Abril Eu disse Oi pessoal! E eu? Eu tive 12 anos a desenvolver tudo o que era necessário e tudo aquilo que vocês me pediram, tudo aquilo que é importante, eu acho que estou pronta.

 

Rita Piçarra 00:35:09
Eu vou me candidatar e gostava muito do vosso apoio, porque vocês sabem que eu tenho estado a trabalhar para isto. Claro que ia ter uma posição e tudo mais. Consegui, portanto. Como é que se faz com um plano como plano Desenvolvimento de Carreira, que começa sempre por percebermos? Eu acho que isso é o mais difícil. O que é que eu quero ser quando eu for grande? Quando nós somos pequeninos, toda a gente nos pergunta e nós dizemos bombeiro, médico, jornalista.

 

Diogo Pires 00:35:37
Não é? É uma cena fascinante.

 

Rita Piçarra 00:35:39
Depois entramos na faculdade, começamos no mercado de trabalho. O que é que acontece aos nossos sonhos? Deixamos de pensar neles também.

 

Diogo Pires 00:35:46
É muito cultural esta coisa de ser se ambicioso, confundir se com ser se ganancioso.

 

Rita Piçarra 00:35:52
Muito. São duas palavras completamente diferentes. Eu volto ao dicionário novamente, não é? Nós abrimos o dicionário competência e, a meu ver, também tem a ver com o facto de queremos ser excelentes, que têm a ver com o facto de queremos chegar mais além ou o facto de sermos melhores todos os dias, de conseguirmos atingir aquilo a que nos propomos.

 

Rita Piçarra 00:36:14
Mas para isso temos que ser excelentes. Só que as pessoas acham que ganância é desculpa. As pessoas acham que ter ambição é o mesmo que não sei quê. Eu quero isto e os outros vão perder. Eu vou ter tudo para mim e os outros não vão conseguir ter nada e eu não. Nós só conseguimos chegar ao topo se tivermos com uma equipa por trás de nós, que é muitas vezes muito melhor do que nós. Nós somos parte de um todo. Nenhum líder consegue chegar a uma posição mais alta se não tiver uma equipa fantástica por trás deles. Por isso é que muitas vezes dizem que a liderança é a solitária. Não é porque um bom líder, quando algo corre bem, dá os escudos e, como dizem na gíria corporativa, dá os parabéns à equipa e dá os créditos à equipa. Quando algo corre mal. O líder a carta com a culpa. Mas só assim é como diz o Mandela if you wanna go for you go fast e if you go fast if you. Se queres ir rápido, vais sozinho.

 

Rita Piçarra 00:37:12
Se queres ir longe, vai junto. E é isso. Ou seja, para se conseguir atingir os objetivos a que nos propomos, não é uma coisa solitária, jamais é uma coisa de equipa, de trabalho, com muita gente envolvida que nos ajuda e que nós ajudamos outras pessoas para conseguirmos subir. E atenção, pessoas a ajudar nos não são cunhas, ok? Isso é outro conceito aqui em Portugal que as pessoas não entendem, não é Cunha? Há uma realidade que eu falo no livro, uma coisa chamada Os sponsors, que são as referências, que são pessoas que viram o nosso trabalho, que conhecem o nosso trabalho, que sabem quão bons nós somos a fazer determinada tarefa e, portanto, vão nos referir para potenciais novas funções, porque elas sabem que nós somos bons a desempenhar aquela tarefa. Não é uma cunha, não é alguém que nos meteu lá. São duas coisas completamente diferentes.

 

Diogo Pires 00:38:00
Este é um bom momento da conversa. Só para fazer aqui um callback. Há um outro episódio que tivemos na primeira temporada do Manual de Boas Ideias, em que introduzimos esta ideia de sponsors no mundo corporativo.

 

Diogo Pires 00:38:09
Foi o episódio três, acho eu. Agora também acho que é o episódio 13 com a Mafalda Rebordão e a Sara Aguiar, claro. E falamos muito sobre isto, sobre sponsors e ia bem. Agora eu ia dizer te qualquer coisa. Voltem ao episódio três, Como eu vou voltar a este agora também?

 

Rita Piçarra 00:38:29
Mas tenho a certeza que tinha a ver com a importância dos sponsors e que se não são, não são cunhas.

 

Diogo Pires 00:38:35
Sim, mas não era isso. Mas é muito isto. Culturalmente nós tendemos. Tendemos sempre a esperar a cena mais negativa do lado ambicioso de toda a gente e depois, quando alguém consegue alguma coisa, é do género vamos ver agora.

 

Rita Piçarra 00:38:53
Vamos ver. Aliás, quando o podcast que eu gravei o outro ficou viral, a quantidade de feedback.

 

Diogo Pires 00:38:59
Negativo dizer qual.

 

Rita Piçarra 00:39:00
É? Podemos dizer Pronto, Se eu é o limite da SIC Expresso. Cátia Mateus ADORO-TE! Muito obrigado por me teres convidado pelo para o podcast. A quantidade de feedback de negativo que eu recebi no momento em que o podcast se tornou viral porque a Rita roubou a Microsoft como se isso fosse possível.

 

Rita Piçarra 00:39:18
Não há processos nenhuns, não há controlos nenhuns. É fácil ai não, porque ela é filha de pais ricos ou eu sou da Serra das Minas, linha de Sintra. Ambos meus pais tinham dois trabalhos para nos dar um bocadinho mais de conforto também não é verdade? Mas a quantidade de pessoas aí ela tinha cunhas. Ela é prima do Salgado. Chamaram me prima do Salgado. Eu Não, não é a quantidade de de. As pessoas olham sempre para alguém que atingiu alguma coisa, um feito, como.

 

Diogo Pires 00:39:44
Há sempre algo escondido, não é?

 

Rita Piçarra 00:39:46
Ela fez alguma coisa de mal. Ela roubou alguém. Ela passou alguém para sempre, sempre, sempre, sempre, sempre. O que é assustador é, portanto, ter sponsors. Não é isso, Não são cunhas. Ter sponsors tem a ver com o facto de nós sermos bons profissionais, fazermos um bom trabalho e portanto, as pessoas quando sobem na cadeia hierárquica e precisam de alguém com as nossas competências, vão se lembrar de nós e vão nos chamar para nos candidatar mos a posições que eles tenham aberto e para fazermos integrarmos parte da nova equipa também a pouco.

 

Diogo Pires 00:40:16
Palavras sobre. Sobre esta conversa que tiveste com com a então CF ou da Microsoft de Portugal, quando lhe perguntavas o que é que é preciso para aquele desempenhar aquele cargo com. Com sucesso. Eu quase que conseguia ouvir alguém na minha cabeça a questionar. Pois, mas o meu manager se calhar não iria levar isto, não iria reagir bem a esta pergunta. Como é que se faz nestas situações em que. É muito difícil fazer essa pergunta a um diretor ou a alguém que está num cargo onde tu gostarias de estar porque pode, de repente, ser uma ameaça. Podes te tornar uma ameaça.

 

Rita Piçarra 00:41:01
Sair dessa empresa a correr. Basicamente porque é assim e eu falo disso no meio das três caixinhas e estes momentos de introspeção que eu faço todos os dias de manhã na caixinha do eu, da família e dos amigos e depois a caixinha do trabalho. E quando eu penso na caixinha do trabalho, as perguntas que eu me fazia na altura que eu estava no Microsoft e eu estou a trabalhar numa empresa que me permite atingir os meus sonhos, Eu estou a trabalhar numa empresa que reconhece o meu potencial e que me deixa maximizá lo.

 

Rita Piçarra 00:41:30
E depois também há o reverso da medalha, não é? Eu estou a ser a melhor profissional que eu possa para ajudar a empresa a atingir os seus objetivos e eu estou a ser a melhor profissional que eu possa ser para a empresa e ser bem sucedida. Se eu estou numa empresa que não me valoriza como profissional. Se eu trabalho para uma empresa que não tem os valores com os quais eu me identifico. Se eu estou numa empresa onde não há abertura para eu exprimir o facto de que eu tenho ambição e eu quero chegar mais além, então eu não vou conseguir atingir os meus objectivos nesta empresa. Se calhar não estou na empresa certa. Não é? Mas também fala muito sobre a capacidade de liderança em Portugal. E eu noutro dia vi uma estatística qualquer. Tenho pena de não ter sabido a fonte, não ter memorizado a fonte já tão velha. Estão a perceber isto? Não dá para tudo. Reformados aos 44.

 

Rita Piçarra 00:42:23
Anos.

 

Diogo Pires 00:42:25
Agora podes usar essa expressão em praticamente todas as situações.

 

Rita Piçarra 00:42:29
Em tudo, não é? Eu agora esqueci me.

 

Rita Piçarra 00:42:31
Estava a falar de.

 

Diogo Pires 00:42:34
Eu sei que estamos a falar de cultura empresarial.

 

Rita Piçarra 00:42:36
Os líderes já sei, os líderes, os líderes em Portugal têm muito esta noção de que saber é poder. De que abrir mão de conhecimento é perder esta capacidade. Ser se líder é sobre inspirar, é sobre ajudar as outras pessoas a serem melhores. É sobre ir junto. Não é sobre mandar. E tu vais para ali. Não é isso. Isto é um chefe e as empresas devem contratar. São líderes. Há muita gente que diz, e com razão Iron Kid Companies é o kit managers, ou seja, tu não deixas empresas, tu deixas os chefes e eu mesmo dentro da Microsoft, que é uma empresa que tem uma excelente cultura, houve dois ou três managers para os quais eu trabalhei, que não viviam a cultura da empresa e que me fizeram passar as passas do Algarve. Fizeram me até desacreditar enquanto profissional. Tive um manager uma vez que me dizia Rita, tu não podes rir tanto Eu Como assim não podes ter que manter uma postura mais séria? Eu tenho uma postura séria quando o tema é sério e tenho uma postura alegre, mais leve.

 

Rita Piçarra 00:43:44
Quando estamos num ambiente mais leve.

 

Diogo Pires 00:43:47
Somos pessoas.

 

Rita Piçarra 00:43:47
Somos pessoas. Não, não podes. Pois que eu não estou disposto a mudar esse aspeto sobre mim, claro, Tive de passar a conviver com este aspeto e tenho que ter alguma atenção. Mas não é para este tipo de chefes que a gente quer trabalhar. Nós queremos trabalhar para líderes inspiradores. Portanto, se as pessoas estão numa empresa onde não têm uma abertura para falar sobre as suas, sobre as suas aspirações dentro da empresa, das duas três ou é o manager, então há mais marés do que marinheiros. Esperem dois ou três anos. Talvez a pessoa se vá embora e venha uma pessoa nova, ou vocês possam candidatar ao cargo e ser o líder que as pessoas precisam, ou então mudem de empresa, porque parte do nosso bem estar e nós conseguirmos conseguirmos atingir os nossos sonhos, concretizar os nossos objectivos. Estamos numa empresa que não nos vai permitir fazer isso. Mais vale ir embora.

 

Diogo Pires 00:44:46
Bom, quero falar contigo sobre as tuas ocupações hoje. Vamos a isto então.

 

Diogo Pires 00:44:53
Se as reformado é conforme dizes no teu livro, isso traduz se na liberdade que tens para gerir o teu tempo de uma forma completamente diferente. Quais é que são as tuas ocupações? Hoje eu quero muito ouvir a tua resposta.

 

Rita Piçarra 00:45:06
De certeza.

 

Diogo Pires 00:45:07
De certeza.

 

Rita Piçarra 00:45:07
Absoluta. Estás preparado? Portanto, as minhas ocupações primordiais hoje em dia são.

 

Diogo Pires 00:45:15
Vamos buscar um lenço?

 

Rita Piçarra 00:45:16
Exato. Portanto, de manhã é o treino pronto. Despachar a criança para ir para a escola, não é? Depois disso, eu treino das nove às dez todos os dias na praia de Carcavelos, todos os dias, segunda feira e pernas, terça feira, braços, quarta feira, alongamentos, quinta feira, pernas, sexta feira e braços. Depois disso, às terças. Aula de skate também. Carcavelos Se não se for outro dia da semana, normalmente é surf. Vejo se o mar está bom, se dá para surfar, se a maré está bem, se não está surf. Depois disso, almoço com o marido. Eu não cozinho.

 

Rita Piçarra 00:45:50
Esse é o meu maior defeito. Eu não sei cozinhar, Já tentei várias vezes, não sei para depois. Tem que escolher um sítio onde vou almoçar ou se mando vir o marido ou se alguma coisa depois da parte da tarde, normalmente liga às amigas a ver quem é que está disponível. Se não vou jogar padel com um grupo de amigas que eu tenho que também já não fazem nada e portanto, certo, vamos jogar padel. E depois há dias assim, fantásticos como hoje, que tenho um podcast, ou uma palestra, ou a apresentação do livro. E depois a Teresa chega da escola que é a minha filha. Jantamos e às 09h30 eu vou dormir todos os dias. Às 09h30 vou dormir sem falta. Portanto, o que é que eu gosto mais no meu calendário? É que antigamente eu tinha as reuniões todas de trabalho e depois tinha que encaixar as coisas que eu gostava nos buraquinhos. E agora é o contrário. Eu tenho as coisas todas que eu gosto e depois estes convites encaixam nos buraquinhos que eu tenho disponíveis.

 

Rita Piçarra 00:46:51
E depois algum dia vocês convidam para fazer uma coisa qualquer. Sexta feira não tenho agenda, não tenho.

 

Diogo Pires 00:46:58
O maravilhoso.

 

Rita Piçarra 00:46:58
Sexta feira e sexta feira não trabalho. É igual ao sábado, que é igual ao domingo. Não faço nada, mesmo nada. Quer dizer, a não ser que seja uma coisa mesmo. Um amigo meu pediu muito. Para fazer uma coisa qualquer. Mas normalmente não faço nada. E gosto muito disto. Porquê? Porque passo muito tempo a fazer coisas que eu gosto muito, a comer mais saudável, a fazer exercício físico, que é algo que eu precisava e sentia muita necessidade. Aliás, eu não quero morrer nova, não é? Quero me cuidar. Mas também gosto muito deste momento onde eu consigo falar com pessoas, contar a minha história e de alguma maneira, inspirar as pessoas a tomarem controle da sua vida profissional, da sua vida financeira para atingirem os seus objectivos.

 

Diogo Pires 00:47:38
Tal e qual tu gostavas. Eu pedi que escrevesses estas dicas. Quais são as tuas ocupações durante uma semana? Exactamente porque é possível e acho que é muito essa também a mensagem que passas no teu livro sem te pedir que dês spoiler do livro, até porque já vai na segunda edição compra, mas em traços gerais.

 

Diogo Pires 00:48:03
Rita, como é que alguém é isto? Incluído aqui numa rubrica que nós temos no podcast Action Plans, onde é onde peço para empreendedores dizerem como é que fariam hoje se tivessem de voltar ao início do seu plano, seja na fundação de uma empresa, seja numa estratégia, como no teu caso, de independência financeira? Em traços gerais, como é que alguém que está a ouvir esta conversa e que acabou de ouvir a descrição do que é que são as tuas ocupações numa semana pode começar a trilhar um caminho rumo a esta liberdade financeira.

 

Rita Piçarra 00:48:35
Olha, são três grandes aspetos, sendo que há um outro, mas esse eu deixo para vocês verem no livro três grandes aspetos. O primeiro tem a ver com a ambição de que nós já falámos. Primeiro tem que saber qual é o vosso sonho, tem que querer ter e querer atingir o vossa profissão de sonho para ganhar cada vez mais dinheiro. Como é que se chega lá? Já vimos. Há que fazer um planeamento, desenvolvimento de carreira, desenvolver as competências e ser excelente naquilo que nós fazemos.

 

Rita Piçarra 00:49:05
Porquê ser excelente? Porque ser excelente vai nos dar sponsors e esses sponsors, como nós falámos, vão nos ajudar a crescer também. Como é que uma pessoa se torna excelente a pedir feedback, a perguntar o que é que tu? Como é que tu achas que correu esta gravação deste podcast? O que é que eu poderia ter feito melhor? Se eu tiver isso, tu me convidares daqui a três meses novamente para vir cá falar de outra coisa qualquer? O que é que eu poderia fazer diferente? Qual era a tua expectativa que eu não concretizei? Este tipo de perguntas são fundamentais para nós nos tornarmos excelentes. O que é que acontece muitas vezes quando nós recebemos feedback construtivo? Muitas vezes não recebemos porque não há uma cultura de receber feedback, mas quando recebemos e ele não é positivo, é construtivo. O que acontece? Muitas vezes nós entramos em modo defensivo de arranjar uma desculpa. Ai eu nesse dia doía me o dedo mindinho do pé, ai eu nesse dia estava doente e eu nesse dia bati com a cabeça e nós não ouvimos o que a pessoa está a dizer para melhorarmos.

 

Rita Piçarra 00:50:03
Nós ouvimos para responder, para argumentar. É tão ou mais difícil dar feedback construtivo como recebê lo. As pessoas não precisam dar feedback para nós melhorarmos. Se a pessoa deu e dispensou um bocadinho do seu tempo para nos dizer algo que acha que nós podemos melhorar, o mínimo que nós podemos fazer é ouvir, pedir exemplos. Se não percebermos para depois aplicar, ir para casa, meditar é porque, Epá, ok, eu lembro me desse exemplo. Efetivamente podia ter feito melhor. Então da próxima vez eu vou tentar fazer diferente para ser melhor. E isto é muito difícil, muito difícil, mas é uma das formas que nos leva a ser excelentes. Então sermos excelentes, termos objetivos, olharmos para o nosso plano de carreira e irmos redefinindo sempre e corrigindo à medida que vamos evoluindo para chegarmos lá, chegarmos onde nós queremos ir e, claro, vamos ganhar mais dinheiro se tudo correr bem. E não é. Não interessa se é para ser o CEO da Microsoft Portugal ou se é para ser o melhor eletricista da minha rua.

 

Rita Piçarra 00:51:06
O plano é um plano e as competências hão de estar lá. Vocês têm é que fazer o vosso que faça sentido. O segundo aspeto tem a ver com o equilíbrio entre a vida profissional e a vida pessoal. Na minha geração e noutro dia fiz esta piada e toda a gente se riu. Portanto, agora espero que se riam também, riam se em casa, por favor, que é a minha geração e a Beyoncé. Workbook Workbook Work Work.

 

Rita Piçarra 00:51:28
Estás a ver? E portanto.

 

Rita Piçarra 00:51:30
Eu acho que já não há tanto este problema nas gerações mais novas. Manager. Na minha geração nós trabalhávamos muito e vivíamos pouco a vida. Portanto, lembrem se sempre, eu falo do método das três caixinhas. Não vos vou dizer qual é, tem que ler o livro, mas tentem sempre equilibrar a vossa vida profissional e a vossa vida pessoal, porque vocês só podem ser os melhores profissionais se tudo o resto à vossa volta estiver bem. Quando vocês andam de avião, as aeromoças, as comissárias de bordo, ótimo termo em português do Brasil e que eu vivi quatro anos no Brasil.

 

Rita Piçarra 00:51:59
Então há coisas que eu acho que faz mais sentido. Aeromoças e comissárias de bordo dizem ah, se houver despressurização, ai.

 

Diogo Pires 00:52:10
Despressurização da cabine.

 

Rita Piçarra 00:52:12
É exatamente mais fácil. Inglês Low Kevin Pressure cai as máscaras de oxigénio. Em quem é que nós somos a máscara de oxigénio? Primeiro em nós. Porque se nós não estivermos bem, nós não vamos conseguir ajudar mais ninguém. E isto é verdade no avião e é verdade na nossa vida pessoal. Se nós não estivermos bem, se nós não andarmos a comer saudável, se nós não tivermos a fazer exercício físico, se nós não cuidarmos de nós, não vamos cuidar da nossa família, não vamos conseguir estar com os nossos amigos e não vamos ser os melhores profissionais. E terceiro e último para concluir planeamento financeiro. Lembrem se de poupar. Lembrem se de investir de forma diversificada. Eu sei que os salários em Portugal são baixos, Eu sei que as taxas de IRS são altas. Emigrar pode ser uma opção, mas lembre se acima de tudo, fazer um orçamento financeiro pessoal.

 

Rita Piçarra 00:53:06
Nós passamos 40 horas da nossa semana a ganharmos dinheiro e depois não dedicamos 01h00 da nossa semana a perceber para onde é que o dinheiro está a ir. E isto é muito difícil. E quando eu faço palestras e pergunto às pessoas vocês sabem quanto é que gastaram em alimentação o mês passado? Tem para aí 10% da audiência e dez, dez e 15% da audiência levantar a mão. Portanto, se nós não sabemos para onde é que o dinheiro está a ir, nós não sabemos como é que o podemos poupar. Isto é fundamental, porque é fácil dizer que o dinheiro é pouco, mas não sabemos onde é que ele está a ir. Como é que nós sabemos quais são as decisões mais acertadas que podemos fazer? Muitas vezes pode passar por renegociar o crédito habitação, pode renegociar a conta da eletricidade, renegociar a conta da internet. Há montes de coisas que podemos renegociar, que muitas vezes deixamos por lá em débito directo e deixamos andar. E eu sou um cafezinho. Cinco cafezinhos por dia, vezes cinco dias. Se for a 1 € a cada um, cinco, seis, cinco, 25 já é dinheiro.

 

Rita Piçarra 00:54:05
25 € investidos é dinheiro. Portanto, há escolhas que nós podemos fazer. Temos é que perceber quais são as coisas que estamos dispostos a abdicar para ter uma vida mais confortável no futuro. Pode ser também ter um segundo trabalho. Ter um segundo hobby para ter uma renda extra. Pode ser, sei lá. E pessoas que agora têm esses cartões que dão cashback, que por cada euro que tu gastas de dar te 1 € de volta ou sei lá, não deve ser assim tão bom. Não deve ser esse o rácio nos Estados Unidos.

 

Diogo Pires 00:54:33
E se acontecer eu mostro.

 

Rita Piçarra 00:54:36
Mas há várias coisas que se pode fazer para se ter uma renda extra. Há formas de se conseguir poupar, nem que seja um bocadinho todos os meses e depois aumentar de forma gradual. Portanto, eu acho que estas são as três. As três grandes sugestões ou as três grandes. Para mim foram os três grandes pilares de sucesso. Planear a carreira, ou seja, ter ambição, evoluir, ter cuidado com o work life, balance connosco próprios e depois o planeamento financeiro.

 

Rita Piçarra 00:55:02
Poupar, investir de forma diversificada.

 

Diogo Pires 00:55:04
O que é que é sucesso para ti? Como é que tu pintas a versão mais bem sucedida da Rita?

 

Rita Piçarra 00:55:11
Ai, Sucesso para mim é ser feliz. Isso para mim é sucesso. A tua às vezes tu nunca sabes o que é que se passa na vida das outras pessoas, não é? Mas tu às vezes pensas e olha ai, aquela pessoa é apresentadora de televisão, deve ser super feliz. O sucesso não é um cargo, o sucesso não é um carro. Para mim, o sucesso é ser feliz e eu pôr a cabeça na almofada a acordar no dia a seguir e pensar E quando faço o exercício das minhas três caixinhas e pensar está tudo equilibrado. Eu estou rodeada de amigos de que eu gosto, Eu tenho uma família fantástica que me suporta e eu faço atividades que me dão um objectivo e um propósito na vida. Eu estou bem, o meu nível de colesterol está baixo, não tenho feito exercício físico. Portanto, para mim, sucesso é estar feliz e estar feliz inclui inclui ter equilíbrio nestas nestes três aspetos e sentir que tenho um propósito e sentir que as pessoas à minha volta também estão bem e a sentir que eu estou saudável e faço aquilo que eu gosto.

 

Diogo Pires 00:56:14
Última pergunta que é a pergunta da praxe no manual de boas ideias. Já agora, para te contextualizar. Eu acredito sempre que que a próxima pessoa a conversar contigo vai é vasculhar a internet toda por todas as entrevistas, todas as palestras que possas ter publicadas online. Isto só para falar da internet. E vai fazer o seu trabalho de pesquisa e decidi já na primeira temporada, inaugurar aqui esta coisa da última pergunta só para ter aqui um. O que é que dizem os teus olhos?

 

Rita Piçarra 00:56:47
Ok.

 

Diogo Pires 00:56:48
Mas a pergunta no manual é outra qual é que é a pergunta que nunca te fizeram e que tu gostavas que te fizessem? Porque iria revelar uma parte de ti que gostavas que os outros conhecessem?

 

Rita Piçarra 00:57:01
Pois não sei. Mas uma pergunta que eu acho que nós devemos fazer sempre às outras pessoas é que muitas vezes até fazemos, mas não estamos preparados para uma resposta que não seja a standart. E se está tudo bem? Nós quando conhecemos alguém ao lado, então tudo bem. E nós, ou muitas vezes simplesmente não queremos ouvir a resposta.

 

Rita Piçarra 00:57:23
Não temos tempo para ouvir a resposta. Achamos que a pergunta é uma pergunta retórica que nem sequer merece resposta e nunca estamos preparados para receber uma resposta diferente do sim. Tudo bem contigo. Se alguém disser Epá, não. Olha, hoje nós normalmente ficamos tipo Ah, e agora o que é que eu faço? O que é que eu digo Que nós? Há muita falta de empatia na nossa sociedade, eu acho. E portanto, perguntas como Então está tudo bem? Como é que tu estás hoje? Como é que está a família? São perguntas que nós não fazemos da forma que devem ser feitas. Nós nunca sabemos o que é que se passa na vida das outras pessoas. Saímos de uma pandemia louca há uns anos atrás que afectou muita gente, que eu acho que muita gente ainda está a sarar de muita coisa que aconteceu naqueles anos. Mas nós não fazemos esta pergunta e não estamos preparados muitas vezes para as respostas que deveriam ser dadas e não são. Portanto, acho que gostava que me perguntassem mais vezes se eu estou bem com o intuito de ouvir a resposta e não de ser uma pergunta retórica.

 

Diogo Pires 00:58:32
Eu tenho esta, esta máxima que é Eu não devolvo a pergunta que meus convidados me dão nesta resposta. Por isso eu não te vou perguntar. Espera só até desligar, cortar, dizer corta.

 

Rita Piçarra 00:58:47
Mas eu estou bem, Tudo bem.

 

Diogo Pires 00:58:50
A vida não pode esperar. E o livro da Rita Piçarra compra e vai na segunda edição. A data que eu.

 

Rita Piçarra 00:58:54
Tenho aqui com o Coisinha de segunda.

 

Rita Piçarra 00:58:55
Edição e o meu.

 

Diogo Pires 00:58:56
Ainda é da primeira edição. Vês?

 

Rita Piçarra 00:58:57
Tu tens tipo, já não há, já não há.

 

Diogo Pires 00:59:00
Está esgotado ainda da primeira edição, deixa me confirmar. Eu tenho a certeza que sim. Primeira edição, Março de 2024. Então a segunda edição é de março 2024 também.

 

Rita Piçarra 00:59:09
Sim. Eu topo.

 

Diogo Pires 00:59:14
No LinkedIn.

 

Rita Piçarra 00:59:14
Depois disto, tenho a certeza absoluta, absoluta. Obrigada, Rita.

 

Rita Piçarra 00:59:19
Obrigada eu. Foi um prazer.

 

Rita Piçarra 00:59:20
Estar aqui contigo e com vocês.

 

Intro 00:59:22
Manual de Boas ideias.

 

Diogo Pires 00:59:24
Tenho duas novidades para partilhar convosco ainda, mas antes disso, gostaram desta primeira conversa? Houve aqui bons insights sobre como podem gerir as vossas finanças pessoais para para cumprirem objetivos que tenham e que neste momento possam parecer assim um pouco remotos demais.

 

Diogo Pires 00:59:40
Tudo porque a gestão de dinheiro é complicada, sabemos disso. Agora, sobre novidades nesta temporada do Manual de Boas Ideias, há entrevistas todas as semanas. Já não é de duas em duas semanas. Desta vez vamos lançar entrevistas todas as semanas, o que significa que na próxima terça feira há um novo convidado ou convidada que irá passar pelo podcast. Por isso, se ainda não subscrevem o manual de boas ideias, façam no agora na plataforma de streaming que escolheram para ouvir este episódio. É muito simples, basta mesmo carregar no botão de subscrever se for no Spotify, ativem as notificações para serem lá estar notificados quando saírem novos episódios. Nós estamos no Spotify, no Aba de Podcasts, na Earth Media, no podcast e provavelmente estamos noutras também já perdi o rasto. A disseminação do manual de boas ideias. O que interessa é que subscrevam, subscrevam o manual para não perderem nenhum episódio. E agora que vos disse que há entrevistas todas as terças feiras? Se eram ouvintes assíduos da primeira temporada do podcast, devem estar se a questionar sobre o fim dos episódios a solo.

 

Diogo Pires 01:00:50
Nada disso vão continuar. Aliás, há umas semanas eu perguntei vos nas minhas redes sociais que temas é que queriam ver abordados nesses solos. Lembram se? Perguntei no Instagram, no LinkedIn e agora tenho aqui uma lista de assuntos para conversarmos. Portanto, agora às quintas feiras, no Manual de Boas Ideias, falo vos sobre empreendedorismo e negócios, procurando responder às vossas dúvidas, aquelas que deixaram nas minhas redes. Vamos comentar notícias, Enfim, vamos continuar o que tínhamos começado na temporada um do podcast há mais uma novidade, mas essa eu conto vos depois de amanhã, quinta feira, no primeiro solo desta temporada. Até lá.

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Manual de Boas Ideias

com Diogo Pires