Viver da Arte e Exportar Para o Mundo com Rita Cavaco (Pomme)

Viver da Arte e Exportar Para o Mundo com Rita Cavaco (Pomme)

Neste Episódio

Rita Cavaco

Rita Cavaco é ceramista formada em Marketing e é deste combo que nasce a POMME. Uma marca de cerâmicas que surgiu do voto de confiança do namorado da Rita quando lhe disse que melhor do que beber café em casa na pandemia, era bebê-lo numa caneca feita por ela.

Show Notes

Com apenas 25 anos, Rita Cavaco é a convidada mais jovem que tive nesta primeira temporada do Manual. É ceramista formada em Marketing e é deste combo que nasce a POMME. Uma marca de cerâmicas que surge do voto de confiança do namorado da Rita quando lhe disse que melhor do que beber café em casa na pandemia, era bebê-lo numa caneca feita por ela.

Transcrição

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Diogo Pires 00:00:00
Muito rápido. Antes de avançarmos para o episódio, subscreve o manual na app de podcasts. Onde estás a ouvir este episódio? Ative as notificações se estiveres a ouvir no Spotify, porque assim garantes que recebes sempre os alertas de novos episódios quando eles saem.

 

Diogo Pires 00:00:16
Olá!

 

Diogo Pires 00:00:16
Bem vindos a um novo episódio do Manual de Boas Ideias. Esta é a última conversa da primeira temporada do Manual. Não foi a última a ser gravada, porém foi aquela que quis guardar para o fim, porque tem a história da pessoa mais nova que terá passado pelo podcast até agora. Pelas minhas contas, e coincidentemente, é aquela que mais exporta para fora cerca de 90% daquilo que produz vende para o estrangeiro, para países com maior poder de compra. Rita Cavaco, 25 anos, é ceramista, formada em Marketing e é deste combo que nasce a Pomme, uma marca de cerâmicas que surge do voto de confiança do namorado da Rita quando lhe disse que melhor do que beber café em casa na academia, era bebê lo numa caneca feita por ela, uma casa de artistas.

 

Diogo Pires 00:01:08
Só que encomendou dez quilos de pasta. E convenhamos, mesmo para mim, que não percebo nada de cerâmicas, dez quilos dá para mais do que uma chávena de café. Eu já estou a contar de mais, não estou? Não quero dar mais spoiler. Esta é a última vez que vos vou pedir nesta temporada para me darem feedback desta conversa. Quero muito saber aquilo que vão achar, de tudo o que vão ouvir daqui para a frente. Por isso, contem me pelas minhas redes sociais LinkedIn, Instagram. Procurem por mim. Diogo Pires. Vão encontrar me de certeza. Aliás, na descrição deste episódio tem os links para as minhas redes. Parvoíce! Ouçam a história da Rita e deixem se inspirar. Rita, bem vinda ao manual de boas ideias.

 

Rita Cavaco 00:01:49
Obrigada pelo convite.

 

Diogo Pires 00:01:50
Nós estamos a gravar este episódio nos estúdios da Mega Hits. Acredito que nada aqui seja muito novo para ti. Não é porque há aí uma experiência algures no tempo em que também tu andaste por estúdios de rádio. Queres começar por contar essa história? Sim, por mais que não tenha nada a ver com aquilo que traz ao podcast, Mas.

 

Rita Cavaco 00:02:05
Depois é curioso tu me perguntares isso. Então, quando eu tinha 16, 17 anos, houve uma espécie de não era bem casting, mas a minha escola estava a dar a conhecer uma rádio em Albufeira, que era a Rádio Solar e na altura acho que ainda é neste momento quem está à frente, que era o Fernando e nós fomos à rádio conhecer e eu lembro me ter ficado fascinada com a rádio com. Com a parte de estar lá e dar voz a alguma coisa. E lembro me de ter falado isso com o Fernando e ele ter dito olha, se quiseres vir fazer o tempo, a meteorologia e fazeres alguns roteiros, podes vir fazer um estágio aqui na rádio. Eu fiquei a sério, fiquei super feliz. Então nesse verão eu ia todas as manhãs para lá, para a rádio. Depois escrevia algumas coisas de. Eu fazia um roteiro na altura, que era sobre as actividades que é que ia haver na nossa região lá do Algarve. Então depois para onde falava com a minha voz de 16 anos que ele dizia que era muito querida? Sim, é.

 

Rita Cavaco 00:03:13
E pronto. E gostei muito. Foi mesmo giro.

 

Diogo Pires 00:03:16
Foi esse o Trigger que te levou depois a seguir Comunicação? Achas que sim? Ficou lá a plantar uma semente?

 

Rita Cavaco 00:03:21
Sim, eu acho que eu, principalmente no secundário, sempre tive professoras. Por exemplo, a minha professora de português sempre me disse que eu escrevia bem, que era boa comunicadora. Então, eu acho que sempre soube que quando acabasse o liceu ia para comunicação. Acho que sim.

 

Diogo Pires 00:03:39
Como é que? Como é que alguém que estuda comunicação é hoje ceramista? Eu acho que esta. Acho que esta pergunta dava aqui para contar a tua história toda, portanto, vamos dividi la em partes. Como é que tu te vias na altura em que te candidatasse à comunicação. O que é que devias a fazer antes da fome existir na tua vida?

 

Rita Cavaco 00:03:58
Eu acho que quando me candidatei à comunicação eu sabia que ia ser jornalista. Acho que é muito por aí. Sempre gostei de escrever e na altura também, quando era mais nova, tinha um blog que hoje em dia já só está por acaso.

 

Rita Cavaco 00:04:16
Mas sempre gostei muito escrever e sempre me imaginei a trabalhar para um jornal e para uma revista, fazer tipo, por exemplo, reportagens. E quando fui para comunicação foi logo com essa ideia. Ok, vou para jornalismo. É isto que eu quero e já estava super definido. Portanto eu nem sequer estava com muitas dúvidas e quando entrei efetivamente no curso nós podíamos escolher fazer várias cadeiras e imaginei o curso de comunicação. Mas também fiz cadeiras em cinema, em. Em markting também havia aquela parte muito estratégica e empresarial no curso e eu lembro me que quando comecei a fazer essas cadeiras de marketing. Comecei a pensar Ok, eu também gosto disto. Isto também é giro. E houve uma altura que eu até pensei em conciliar com o jornalismo de alguma forma, mas depois lembro me de ter dito não. Eu acho que se calhar ainda gosto mais de marketing, de jornalismo. E hoje em dia o pessoal que também está em marketing também. Também escrevo muito com os copy e tudo mais.

 

Diogo Pires 00:05:11
Então os professores de jornalismo não ficaram super ofendidos quando esse momento e que os meus ficaram tão ofendidos quando quando eu disse que não queria jornalismo?

 

Rita Cavaco 00:05:19
Exato, ficaram um bocadinho, mas acho que também perceberam.

 

Rita Cavaco 00:05:22
Mas na altura os meus professores, apesar de adorarem a profissão e muitos deles trabalhavam fora, não eram só professores, também trabalhavam noutras revistas e noutras coisas. Mas eles diziam às pessoas vê se gostas mesmo jornalismo. Eu sei mesmo o que gostas de fazer, porque é difícil. Quando fores para jornalismo é uma profissão difícil, tens mesmo que gostar do que tu fazes. E eu acho que depois, nessa altura, como estava a gostar tanto de outras cadeiras, comecei a pensar assim um pouco com dúvidas e. E depois fechei mesmo. Portanto, acabei por ir para o curso de jornalismo e acabei de fechar a vertente em marketing. Portanto, foi assim, uma facada no coração deles.

 

Diogo Pires 00:06:02
E tu terminaste a tua licenciatura num ano óptimo. 2020 não é o ano em que ficámos todos em Lockdown, todos fechados em casa com a pandemia. Mas também sei que este é o momento em que nasce aquilo que viria a ser a ponte, certo? Quer nos contar essa história? E talvez também aquela que foi a pergunta que o teu namorado te fez que.

 

Rita Cavaco 00:06:25
Despoletou tudo isto? Pois foi. Então depois nós fomos todos para casa com companhia e eu voltei para o Algarve, para casa dos meus pais, porque eu estava cá a viver em Lisboa. Voltei para o Algarve e nessa mesma tarde, nesse mesmo tempo, eu decidi fazer um mestrado em Marketing. Então pensei ok, vou fazer de casa porque está tudo fechado. As faculdades estavam todas fechadas, mas vou mesmo continuar com o percurso académico e vou fazer já o meu mestrado em Marketing Digital. Só comecei a fazer o meu mestrado. Estava em casa, estava aborrecida. Lembro me de estar completamente viciada no digital, no scroll infinito, no Instagram, no tictac, em todas as redes sociais e começar a soltar um bocado a veia, a pequena veia artística que havia em mim e começar a pintar quadros, a cozinhar, a fazer tantas coisas. E lembro me que na altura o meu namorado estava também lá comigo, na casa dos meus pais e ele sabia o meu. A minha obsessão por canecas, por cerâmica, por café, porque isso também vem muito da minha mãe, minha mãe.

 

Rita Cavaco 00:07:24
Temos uma coleção de 50, 60 canecas em casa, giro. E eu lembro me de ele dizer imagina, estás a pintar, estás a fazer tantas coisas. A tua mãe também gosta tanto de cerâmica porque a minha mãe já tinha feito alguns cursos. Porque é que não mandas vir uma pasta e não fazes a tua própria caneca? E eu pensei Uau! A sensação de beber café numa caneca criada por mim era incrível. Então fiquei. Ok, então ela manda me uma pasta para brincar um bocado e no dia seguinte, com o senhor à porta, abriu a porta e trouxe me tipo duas paletas com dez quilos de cerâmica. E eu fiquei Oh meu Deus, isso não vai dar para fazer uma caneca! Vou ficar aqui a fazer canecas infinitas E fiquei mesmo chocada com a quantidade que ele me encomendou. Parece que eu foi tipo primeira a acreditar no meu potencial. Eu lembro me de começar a fazer no início, claro, não tinha zero formação na área, portanto eu não vim mesmo de artes, mas com a minha mãe de trás, que já tinha alguns cursos na área a dizer mal olha, faz assim, faz assim eu ia fazendo e gostei mesmo e zero a pensar que ia fazer isso um dia da minha vida.

 

Rita Cavaco 00:08:25
Completamente hobby e terapêutico. Gostei mesmo de fazer. Lembro me no início ter feito umas 30 canecas que não se assemelham nada às que que eu faço hoje. Portanto, no início acho que estava péssimo, mas que tinha.

 

Diogo Pires 00:08:38
Guardado.

 

Rita Cavaco 00:08:39
Sim, guardei, claro. E depois a pandemia começou a acalmar um pouco. As coisas começaram a abrir e eu enquanto estava a fazer a cerâmica, sempre a pensar ok, um hobby e lembro me de oferecer imensas às minhas amigas. A minha família era sempre wow. Já tenho prenda de Natal para toda a gente. Este ano toda a gente, quando tu começas.

 

Diogo Pires 00:08:58
A poder dizer.

 

Rita Cavaco 00:09:00
Não tenho que comprar nada. Recebi uma caneca e comecei a ter imensas cadeiras nesse período de tempo, também de branding, de pronto, de criação de marcas. E lembro me também de ser super fascinada com isso. E eu desde sempre que queria queria ter algo meu. Não sei se também vem um pouco da minha mãe dela ser empreendedora também, ter uma loja. Gostava de ter uma marca minha e fazer alguma coisa, mas não sabia do quê.

 

Rita Cavaco 00:09:24
E lembro me de pensar Wow, eu adoro fazer cerâmica e gosto tanto de marketing. E se eu aliasse estas duas paixões que eu tenho e criar uma marca? E no início foi assim que surgiu a paixão. Pronto, criei assim. Criei só o Instagram. Lembro me de ainda não ter criado o website e comecei a colocar algumas fotografias. Também. Sempre adorei fotografia. Comecei a mostrar um pouco do behind the scenes, do que é que é fazer cerâmica e quando cheguei a Lisboa comecei a ter formações, ou seja, ok, eu gosto disso, tenho de aprender a fazer isto de uma forma um pouco mais profissional, sem ser só com os truques da minha mãe. Então fui tirar algumas formações, alguns workshops na área e comecei a fazer isso um pouco mais à séria, digamos. Na altura não tinha forno, não tinha atelier, portanto eu fazia as peças, informava tudo em ateliês de outras pessoas, portanto não era de todo independente. E comecei. Comecei a pensar ok, eu estou mesmo a gostar disto.

 

Rita Cavaco 00:10:20
Estou prestes a acabar o meu mestrado. O que é que eu vou fazer agora e sempre? Os meus pais pronto a apoiar e o meu namorado também dizer ok, tenta porque não imagina porque pronto. Crescer uma marca assim num espaço pouco de tempo não é Conseguir viver disso e trabalhar disso não é nada fácil, ainda por cima em Portugal. Eu lembro me de pensar quando acabei o mestrado não vou me focar mesmo nisto. Isto é o meu sonho. Acho que isto vai resultar e comecei a investir imenso. Portanto comprei o meu primeiro forno, que foi assim um passo gigante. Deixei de depender de outras pessoas, continuei a tirar mais formações na área e comecei mesmo a investir tudo na minha marca. E quem diria que hoje em dia é mesmo o meu full time job? É? E pronto, acho que foi. Posso dizer que foi assim como começou.

 

Diogo Pires 00:11:08
Tu falaste várias vezes da experiência da tua mãe ligada às às artes. Sim, que background em artes e que tens na tua família? Quem é que é a tua mãe? E o que é que? O que é que ela te deu para para para te sustentar nesta nesta vida de ceramista?

 

Rita Cavaco 00:11:24
Eu tenho uma família muito ligada às artes.

 

Rita Cavaco 00:11:25
O meu avô era pintor e carpinteiro, portanto ele vivia mesmo da arte dele e fez várias exposições em Albufeira. A minha mãe também pinta em aguarela. Ela é incrível. Também faz cerâmica. Ela tem uma loja de artesanato. Como é que se chama?

 

Diogo Pires 00:11:42
E como é que se chama?

 

Rita Cavaco 00:11:43
Chama se Susana e a loja chama se Pau de Pizza em Albufeira. Então, eu sempre cresci muito ligada a isso, a ver a minha mãe pintar, a ver a minha mãe criar coisas. O meu avô também. Lembro me de estar no estúdio dele a vê lo pintar e achar o incrível e pensei que nunca teria isso em mim. E não continuo a dizer que não tenho o jeito deles, daquela pintura super incrível de paisagista e tantas outras coisas, mas acho que no fundo até até tenho e não sabia. Que é engraçado. Sim.

 

Diogo Pires 00:12:15
Tens aí qualquer coisa plantada, claro. Há uma pergunta que que eu já não faço aqui no manual há algum tempo, mas que decidi hoje trazê la de volta. Qual é que é a memória mais longínqua que tens e que de alguma forma te liga a aquilo que fazes e que és hoje na palma da mão?

 

Rita Cavaco 00:12:35
Deixa me pensar tenho tantas, mas acho que aquela que eu estava agora a dizer é uma delas.

 

Rita Cavaco 00:12:41
E de estar no estúdio do meu avô com ele a pintar. E eu lembro me de. Pronto. Hoje em dia os materiais que eu pinto não se assemelha nada aos que o meu avô pintava. Portanto, eu pinto muito com globos vidrados, nada a ver com tintas acrílicas e aguarelas. Mas lembro me de pintar a minha primeira tela. Lá no atelier do meu avô, que era na parte de baixo da casa da minha avó, onde ele tinha os pincéis todos e ele pintava óleo. Então era aquilo. Mal entrava se no atelier aquele cheiro mesmo forte a tinta. E eu lembro me de o ver a pintar e dizer ao avô eu também quero pintar qualquer coisa e ele dar me uma tela e eu começar a pintar os meus rabiscos. Acho que ainda a minha mãe ainda tem guardada essas telas. Acho que até estão expostas na minha casa. Eu lembro me quando o meu namorado e amigas minhas vão a casa, gozam me um bocado do género olha a tua obra de arte abstrata sim, mas acho que a minha primeira memória, assim ligada ao que eu faço hoje em dia é essa? Acho que sim.

 

Diogo Pires 00:13:41
Há uma pergunta que, por muito básica que seja, não encontrei resposta em lado nenhum Porque é que a Pomme se chama Pomme?

 

Rita Cavaco 00:13:47
Pomme? Significa a maçã em francês. E eu lembro me que quando estava a criar a marca e já tinha tudo pronto para lançar o website, tudo e faltava me o nome, que é a coisa mais básica, não é? Por trás de uma marca eu lembro me estar a fazer um brainstorming gigante, a pensar como é que eu vou chamar. Eu não quero que tenha o meu nome, não quero que não sabia que o que é, que nome é que havia de dar. E adoro francês, Adoro a cultura parisiense, adoro tudo o que tem a ver com esse lado também. E o meu namorado fala também correctamente francês e eu na altura lembro me de estar prestes a ter um exame de marketing e que tinha de inventar um nome para para uma marca também e lembro me de estar a pensar também nisso. É esse exame. O nome que eu tinha de inventar era para um supermercado biológico, uma coisa assim.

 

Rita Cavaco 00:14:41
Eu acho que nunca contei esta história em lado nenhum. E eu lembro me dizer assim como é que eu vou chamar? E depois eu dizia como é que se diz cereja em francês de uma azia? Sherry e eu é como é que se diz maçã? E depois ele pomo E eu, que giro, Não sou bem e lembro me de ter chamado no exame isso ao meu supermercado na altura e depois quando foi para chamar o nome eu lembro me, mas eu adoro. Adoro Pomme. A minha cor preferida é verde, o que não tem nada a ver, mas quando o imagino pomo, imagino uma maçã verde E adorei o nome, Achei mesmo simples, curto que em qualquer língua pronuncia se bem e depois ficou bom e pronto. É o meu nome preferido. A partir de agora.

 

Diogo Pires 00:15:20
O meu é hoje o teu full time job, como dizias ainda agora. Bombom achievement. Quando é que? Quando é que a fome é, no fundo, a arte da cerâmica permitiu que se tornasse nalgo que tivesse para pagar contas.

 

Rita Cavaco 00:15:36
Então pronto. Eu comecei a criar a Pomme quando ainda estava no mestrado. Então aí foi, ainda estava a estudar e não era algo tão sério, portanto começou a ser algo que me começou a dar algum dinheiro, mas não era aquele trabalho que me pagasse as contas assim dizendo. Até que depois eu acho que o que fez dar esse passo foi eu vou ter de investir sem pensar no retorno que vou ter. Portanto, vou ter de dar o primeiro passo, ir às minhas poupanças, comprar um forno. Para conseguir fazer com que isso fosse mesmo algo que eu conseguisse viver no futuro. E acho que esse foi o primeiro passo. Foi eu conseguir ser completamente independente, fazer um ateliê na minha própria casa. Eu tenho um home studio, quem sabe um dia não vou ter um fora de casa, que também é um dos meus sonhos? Sim, mas acho que foi muito por aí. Foi eu ter investido e ter pensado ok, vou fazer isto sem pensar que vou fazer muito dinheiro com a marca. E Eu acho que foi isso que realmente me ajudou, porque quando eu comecei a ser independente e deixar de depender de outras pessoas para.

 

Rita Cavaco 00:16:39
Olha, precisas ir informar as peças a esta hora. E também é uma coisa é um hobby muito caro a cerâmica, as pessoas que fazem cerâmica que vão vir isto cá imensas em Portugal, sabem é ir alugar um forno a um atelier. Os materiais é tudo muito caro, portanto quando eu dei esse passo e comprei o forno e comecei a ser mais independente, eu acho que quando foi quando a minha marca deu um bocado o salto, portanto eu comecei a vender mais, comecei a investir mais também, a trabalhar com influencers e sempre quis me jogar muito, apesar de eu adorar o meu país e ser completamente patriota. Sempre pensei que quis criar uma marca para chegar longe, portanto nunca me quis só ficar pronto focada só em Portugal e fiz sempre a minha comunicação toda em inglês desde o início. Comecei também networking, começar a procurar pessoas lá fora que achasse que tivessem alguma coisa a ver com a minha marca. E o facto de eu ter feito isso conseguiu que eu chegasse, por exemplo, aos Estados Unidos, ao Catar países tão longes que tenho tantos clientes hoje em dia.

 

Rita Cavaco 00:17:44
É, e pronto. Acho que foi mesmo ter feito esse investimento sem pensar no que pudesse vir cá sempre. Acho que é uma coisa que as pessoas que pronto são novas e têm um pequeno negócio ficam com medo. Portanto, nós estamos sempre à espera de começar a fazer dinheiro, reinvestir o dinheiro que hoje em dia é o que eu faço, não é? Depois é um reinvestimento, mas que na altura isso não existia. Portanto, as pessoas que me compravam peças eram as minhas amigas, era a minha família. Então eu tive mesmo de me jogar um pouco, sem medos.

 

Diogo Pires 00:18:14
Sim, e é. E é sempre muito. Falta me o adjectivo certo, mas é um perigo ficar e ficar preso aos amigos, porque nem sempre, nem sempre é real. Pois é, mas é sempre Bom, há muita coisa nessa resposta que que vai guiar a nossa conversa daqui para a frente, Mas eu queria começar por. Aliás, antes de avançar nas questões que queria fazer. Queria te pedir que escrevesses o teu homestudio.

 

Diogo Pires 00:18:43
Portanto, imagina te, acabaste a entrar na tua casa e no teu espaço. Como é que Como é que pintas o espaço para quem está a ouvir conseguires também idealizar o sítio onde tu trabalhas?

 

Rita Cavaco 00:18:53
Então não é muito grande. Em primeiro lugar, o que para mim até não é um problema. Eu acho que é um espaço super cozy e quando eu criei o estúdio foi mesmo importante, porque eu antes não fazia peças no estúdio, fazia na sala, Portanto, onde eu tenho estúdio agora era um quarto extra na minha casa e eu lembro me de ser um pouco difícil distinguir a parte de ok, vou trabalhar, ok, um sítio para lazer, então. Aí foi logo o primeiro ponto. Quis parar de fazer peças na minha sala, o que era um pouco chato e ter um espaço mesmo só para trabalhar. Então comecei por mudar completamente o espaço, não é? Deixou de ser um quarto, comecei a comprar e coisas mais relacionadas com a cerâmica para lá. Portanto, quando eu entro tem a minha secretária, tem a minha cadeira cor de rosa, que é uma das minhas cores preferidas.

 

Rita Cavaco 00:19:39
Também tenho os meus móveis à frente, portanto com as minhas cerâmicas todas e os meus móveis de lado e com as peças que ainda estão a secar. Portanto, eu tenho em frente as peças que já estão feitas, portanto que estão na minha shop prontas a vender e do lado das peças que ainda estão em processo de criação, que acaba por ser um processo bastante longo na cerâmica. Mas pronto, eu acho que tem muita luz também o meu estúdio, o que me deixa super feliz. É um espaço que pronto. Sinto me em casa, apesar de estar em casa. É um pouco parvo dizer, mas é muito acolhedor e é um sítio que eu me sinto muito bem. E a minha gatinha também está sempre lá comigo, porque eu tenho uma. Como é que não sei como é que é o nome, se tem uma cama na janela e ela segue me para todo o lado. Portanto, quando eu estou a trabalhar ela está sempre lá a fazer contas e está sempre a olhar para mim a ver se eu estou a fazer as coisas bem.

 

Rita Cavaco 00:20:31
Então pronto, acho que é assim que eu defino.

 

Diogo Pires 00:20:35
Quando crias uma peça nova e a colocas à venda no site. Em média, quantas unidades é que tens para vender na altura?

 

Rita Cavaco 00:20:44
Então depende muito, mas na altura dizem me 50 peças 40.

 

Diogo Pires 00:20:53
Eu faço esta pergunta porque? Porque o teu negócio é todo ele feito à mão e todos os produtos são ou não são feitos à mão por ti e sempre Só por.

 

Rita Cavaco 00:21:01
Ti, Só por mim.

 

Diogo Pires 00:21:02
Como é que é o processo desde a entrada de uma nova encomenda até teres a peça com o teu cliente? A minha questão é mais se tens o cuidado de fazer peças com condições diferentes mas que partilham por exemplo a mesma forma e isso depois facilita um bocadinho também a escalabilidade, a escalabilidade da marca e da venda do produto ou estou a ver tudo errado?

 

Rita Cavaco 00:21:27
Não imagina. A cada peça que eu faço acaba por ser diferente, porque como eu faço à mão, é impossível fazer duas iguais, a não ser se eu usasse moldes ou fosse uma peça muito de fábrica, então ela acaba sempre por ser ligeiramente diferente.

 

Rita Cavaco 00:21:40
Mas claro que o molde da peça eu digo que é o mesmo por onde pode ter uma dada a mais, uma dada a menos, mas é o mesmo e o que eu faço é. Eu tenho vários designs e tento ter várias unidades por design, portanto imagina 20 unidades ou dez unidades em cada design. E sim, acho que vai muito por aí, Portanto, as peças são todas diferentes, porque não são todas feitas à mão, mas dentro dos mesmos designs. Tenho dez, por exemplo, com exactamente o mesmo design.

 

Diogo Pires 00:22:06
Portanto, tens neste momento dez unidades de um produto pronto a enviar. Se alguém te encomendar dez unidades, ok? A minha dúvida estava aqui no ponto de se eventualmente já percebi que não, mas se eventualmente terias as bases e depois quando alguém comprava, irias então personalizar com o design específico ou não, caso partilhassem a mesma forma.

 

Rita Cavaco 00:22:25
Não tenho. Imagina, Tenho mesmo no website cada. Cada design, Portanto cada cada caneca ou prato ou whatever com com as unidades já certas. E sim, minha pessoa pode comprar e eu envio.

 

Diogo Pires 00:22:40
Ao longo destes três anos tu já tens aqui alguma experiência com com a Pomme? Como é que uma marca que vende produtos feitos à mão e dentro deste regime que estamos a falar, como é que uma marca assim cresce? Como é que tu pensas o crescimento da palma e mais isso.

 

Rita Cavaco 00:22:55
A longo prazo, portanto, um futuro. É isso que me estás a perguntar. Sim.

 

Diogo Pires 00:22:58
E também como é que cresceu desde o primeiro dia até chegarmos aqui, onde hoje vemos.

 

Rita Cavaco 00:23:01
Como cresceu do primeiro dia aqui, sem ser aquilo que eu estava te a falar, de ser independente, acho que teve muito a ver com o marketing, que é também a minha área. Portanto foi bom porque eu pus em prática e materializei o que aprendi na faculdade, o que é perfeito. Então, sempre apostei muito na comunicação, nas minhas fotografias com qualidade Há influências que eu acho que faz sentido e eu acho que desde o início. Por acaso não digo sorte porque acredito não tenha, não seja sorte, mas tive pessoas que procuraram a minha marca, procuraram comprar um produto que depois de comprar, partilharam porque gostaram e quiseram partilhar com os seus seguidores e que isso me ajudou a crescer imenso.

 

Rita Cavaco 00:23:41
Portanto, foi e foi Uma das coisas que me ajudou a crescer. Foi também ter pessoas do meu lado que se aliaram à minha marca e que me ajudaram a crescer. Não. E portanto, eu não faço as coisas sozinha, claro. Então, acho que fui muito por aí. Foi muito por pôr essas pessoas, por partilhas. Por exemplo, apostar em ter uma newsletter e mandar todos os meses para fora os contactos que eu tenho também é uma coisa que que sinto que me tenha ajudado a crescer e que faça com que a minha marca esteja mais presente e as pessoas não se esqueçam dela. E a longo prazo, o que eu gostava de fazer para crescer era não ser só eu. Não é porque neste momento eu sou designer, fotógrafa, ceramista. Portanto, eu faço tudo o que há para fazer e às vezes isso é uma coisa que se torna um pouco complicada e cansativa também. E gostava de crescer com a minha equipa. Portanto, crescer a minha marca, ter pessoas que junto a mim me ajudem a crescer e quem sabe ter um estúdio maior fora da minha casa, com mais fornos que me permitisse aumentar a minha produção, que é uma coisa que eu quero muito fazer neste momento, sem deixar que tenha aquela vertente manual, exclusiva, única.

 

Rita Cavaco 00:24:51
Nunca quero que a minha marca seja uma fábrica e que as peças deixem de ter este lado que eu acho que é mesmo o que caracteriza a minha marca, mas que é necessário ser. Se eu quero crescer? Claro.

 

Diogo Pires 00:25:04
Mais uma vez, tanta coisa que disseste e por onde eu quero chegar. Mas talvez comecemos mesmo por por definir aqui, por realçar o facto de o marketing ser a base para um crescimento sustentado de uma marca. Nós falamos disto com muita naturalidade, porque faz parte da nossa formação. Mas há muita gente que que ouve o manual e que sei que que vem de áreas nada a ver com a comunicação como marketing. E é uma nota muito importante deixar claro que é uma parte fundamental do crescimento de qualquer de qualquer marca comunicá la. E hoje em dia é tão fácil fazê lo. Às vezes não é fácil fazê lo bem feito, mas eventualmente, começar a fazê lo leva a que um dia se acabe por estar a comunicar algo bem comunicado, ou seja, com as redes sociais, seja com a newsletter, como agora estavas a dizer.

 

Rita Cavaco 00:25:51
Temos tantas plataformas e instrumentos hoje em dia que nos ajudam a comunicar bem uma marca. E concordo que o que estavas a dizer nem sempre as pessoas sabem fazê lo da melhor forma, mas eu acho que vai completamente, muito por aí. Sim, por esses instrumentos que nós hoje em dia temos, que é que é mais fácil para nós o tic tac, que é uma coisa que eu ainda não estou muito ligada, mas que sei que em termos de desafios e de e de views é incrível para conseguir chegar mais longe, que é uma das coisas que eu quero agora apostar este ano. Mas também às vezes não é. Não é fácil ser só por aí, portanto, eu acho que também é muito importante o contacto físico com as pessoas que gostam da nossa marca. Sendo o fazer, por exemplo, não digo workshops porque eu não dou workshops. Às vezes faço workshops com marcas que que me pedem e que faz sentido. Mas por exemplo, como marca. Não, não dou workshops, mas quero muito fazer uma pop up daqui a pouco tempo para conseguir estar presente com as pessoas que gostam da minha marca cá em Portugal e conhecê las, porque acho que isso também também é importante e perde se muito nos dias de hoje.

 

Rita Cavaco 00:26:59
Portanto, o digital é bom e nós devemos aproveitá lo para crescer. Mas acho, também não nos devemos esquecer do do contacto físico, de conhecer as pessoas, delas conseguirem ver a peça à mão e conseguirem não só no digital, mas tocar nela Fisicamente, portanto acho que também é uma coisa boa.

 

Diogo Pires 00:27:18
Eu já não sei com quem é que falava sobre. Sobre isto há umas semanas, mas agora, por estarmos a falar do digital e do versus o enfim, um mundo presencial, mundo físico, eu falava disto com alguém. Houve uma marca de alguém que eu conheço. Agora também fica mal não saber de quem é. Mas houve uma marca de alguém que que conheço e que, enfim, ia dizer que até passou pelo podcast, não sei, mas que contra todas as odds lançou uma campanha de. Correio de carta e tendo em conta que já ninguém recebe cartas, foi uma cena e.

 

Rita Cavaco 00:27:59
Eu adoro receber cartas.

 

Diogo Pires 00:28:01
Eu também, Infelizmente aquelas que recebo não são sempre as mais simpáticas, mas serviços. Mas sim, esta coisa de estarmos todos a migrar de repente para o digital leva a que haja outros canais que que até aqui eram o tradicional não e que ficaram vazios e que se calhar se um de nós pensar em voltar lá, pode ser que nasça qualquer coisa.

 

Diogo Pires 00:28:22
Muito, muito giro. Volta e meia vamos deixando aqui estes, estes apontamentos ao longo do episódio que é sempre útil. Agora sobre o crescimento da fome, não tens medo que ao contratar alguém espero que o teu toque nas peças tenho muito.

 

Rita Cavaco 00:28:36
Eu acho que é por isso que até agora ainda não contratei, porque eu estou naquele, naquele sítio que é um impasse enorme, que eu gosto muito do irmão em tudo e acho que também é uma coisa boa, mas também pode ser uma coisa um pouco má em mim, que não é que eu não confie nas pessoas, mas tenho sempre um pouco medo, por exemplo, quando, é claro, família, uma namorada, amigas. É diferente, não é? Eu tenho ajuda de de muitas pessoas, tenho amigas fotógrafas incríveis. O meu namorado ajuda me imenso com o design, com quando é preciso gravar alguma coisa ele grava, Portanto, claro que tem essas ajudas, mas mais na parte da cerâmica que era onde eu gostava de ter alguém para me ajudar, para conseguir aumentar um bocadinho a minha produção, a minha produção.

 

Rita Cavaco 00:29:17
É difícil porque eu sinto que como sou eu a fazer as peças, É muito difícil ensinar alguém a fazer exactamente igual a mim. Portanto, eu acho que vai perder um pouco essa inocência. Mas, por um lado, em termos de futuro para sempre também não é muito viável, não é? Portanto, acaba por ser aquele impasse. Não sei bem, se calhar não. Não ir muito por aí. Também já pensei ter alguém para me ajudar, apenas ficar mais na parte do Martim redes sociais e para eu ter mais tempo na criação. Portanto, como eu faço tudo, às vezes sinto que perco muito tempo noutras coisas que é necessário fazer. Portanto, eu queria as peças, mas tenho de trabalhar no marketing, nas fotografias, nas redes sociais para efetivamente vendê las. Portanto, não consigo deixar de fazer uma das coisas. Mas se tivesse calhar alguém a ajudar me a fazer essa parte das redes sociais, tenha eu mais tempo para para criar e sequer consiga criar mais unidades ao fazer coisas um pouco diferentes fora da caixa.

 

Rita Cavaco 00:30:14
Então também estou a pensar um pouco por aí. Mas pronto, por enquanto só de mim.

 

Diogo Pires 00:30:20
Tens várias, tens várias opções para para crescer sem nunca largar a parte da produção e tendo em conta que não, que não parece que vais largar parte da produção daqui a pouco tempo. Uma curiosidade que eu tenho é como é que tu consegues ultrapassar aqueles dias em que não tens criatividade, mas sabes que tens o compromisso que eu sei que tens de todos os meses colocar uma nova coleção cá fora. Como é que isso se ultrapassa?

 

Rita Cavaco 00:30:42
Então, eu normalmente quando é a parte de criação, apesar de ter de estar sempre inspirada, inspirada para criar as peças, já é uma coisa que sai muito naturalmente. Por exemplo, fazer uma caneca eu já estou habituada a fazer imensas, então a parte de dar forma à peça já está quase como clicar num botão e tal. Às vezes corre menos bem, mas não está como eu quero é tentar moldar e pronto. A mais chato de fazer. Mas mesmo que leve mais tempo, eu chego sempre a essa parte onde eu acho que tenho de estar sempre constantemente inspirada.

 

Rita Cavaco 00:31:15
E na parte de ok, já tenho as peças a secar, tenho as peças prontas. O que é que eu vou pintar? Como é que eu vou comunicar esta coleção? O que é que eu vou fazer diferente? E aí é que às vezes é mesmo difícil. Portanto, eu. Normalmente as ideias surgem me muito naturalmente, às vezes coisas mesmo. Por exemplo, estou na casa da minha avó e estou a jantar e olho para a toalha da minha avó e digo a este padrão Este padrão é giro. Vou fazer este padrão da tua toalha numa caneca e depois acabo por pegar nisso e lançar uma coleção que tenha a ver com isso. Mas tem vezes que eu não estou nada inspirada, não faço a mínima ideia o que é que vou fazer. Óbvio que gosto muito do Pinterest, gosto muito desses sítios que nos ajudam nos inspirar, mas que por vezes pode ser um pouco chato, porque às vezes, inconscientemente, podemos nos estar a inspirar em coisas que já foram feitas e é uma coisa que eu tento mesmo não fazer.

 

Rita Cavaco 00:32:11
Então desligo me um pouco das redes sociais e e desses sítios e quando posso, viajo, que é uma coisa que me ajuda imenso, mas que nem sempre é fazível. Não me lembro de haver uma altura em que eu estava a ser inspirada e os meus pais iam a Florença e isso era moda. Queres vir connosco? E eu lembro me de ter tirado férias nessa altura e fui com eles e lembro me de ter voltado completamente inspirada para criar uma coleção com limões e com quadros que eu vi lá lá na Itália, e foi uma das minhas coleções preferidas até hoje. E acho que consegui mesmo me inspirar numa coisa e fazer algo diferente. Mas claro que nem sempre conseguimos ver, já não é? Então acho que é ok não estar inspirada. E tem vezes que eu estou só no sofá, sem sem fazer nada, a descansar um pouco a mente que acho que também é preciso. E eu acho que depois a inspiração vem um pouco naturalmente, o que é um pouco clichê de dizer, mas acho que é verdade.

 

Rita Cavaco 00:33:09
Acho que às vezes, quando nós menos estamos à espera, vemos qualquer coisa ou pensamos em qualquer coisa que vai nos ajudar. Então.

 

Diogo Pires 00:33:20
Antes de passar à próxima, a próxima questão que tinha aqui para para te fazer no momento em que em que estás a criar uma nova coleção? Pelo que percebi pela tua resposta. Ou seja, tu crias criando mesmo. Exato. Ou seja, não, não desenhas nada, não fazes nada. Ou seja, não há Como é que eu agora estou a aprender isto?

 

Rita Cavaco 00:33:43
Eu estou a perceber o que tu estás a querer dizer.

 

Diogo Pires 00:33:45
Primeiro existe a forma.

 

Rita Cavaco 00:33:47
Exacto. Imagina a forma Eu não faço sempre igual. Tem vezes que. Por exemplo, há pouco tempo lancei uma coleção uma uma uma caneca completamente diferente das que eu costumo criar, portanto mais alta, com uma pega super diferente. E essa parte de me inspirar a criar, não dizem. Às vezes não dizem nada. Vem mesmo, naturalmente, como estou a criar. Penso Ok, vou subir mais. Não vou fazer uma pega diferente, portanto é mais natural.

 

Rita Cavaco 00:34:16
Depois a parte de dos meus desenhos, dos designs que vou fazer, aí sim já tenho um caderno que rabisco tudo o que é o que vou desenhar. Não sei se a minha resposta faz sentido ao que me perguntar. Sim, claro que sim. É isso mesmo. Exato.

 

Diogo Pires 00:34:32
Estou há pouco. Disseste que desde o início, desde que lançaste a Pomme, que a comunicação é toda feita em inglês. Porquê?

 

Rita Cavaco 00:34:40
Porque eu acho que, apesar de adorar adorar a minha língua e adorar o português e gostava muito que fosse uma língua universal, não é? Efetivamente, então o inglês permite me então que uma maior parte do mundo consiga compreender. E eu acho que foi mesmo por causa disso que eu comecei a fazer tudo em inglês. Hoje em dia, com as redes sociais, nós temos a tradução. tradição, portanto, por exemplo, que quem não percebe inglês consegue pôr a tradução para português. Mas o inglês é uma língua que que é universal e que acho que toda a gente compreende. E foi mesmo o sentido de ok, quero chegar mais longe para que todos me compreendam.

 

Rita Cavaco 00:35:15
Também tem de ser assim, não há hipótese. Apesar de eu me sentir muito mais confortável com a minha língua. Mas pronto. Sim.

 

Diogo Pires 00:35:23
Onde é que isto já te levou? Quanto? Quanto das vendas da Palma é que são exportações?

 

Rita Cavaco 00:35:27
Muitas. A maior parte 80%, digamos 90, se calhar por cento. Sim, eu acho que tenho um. Sim, exato. Eu tenho um. Uma grande parte nos Estados Unidos, no Canadá, no Qatar que eu fico. Mas como é que eu cheguei ao Qatar? Tenho muitos clientes no Qatar, o que é super feliz eu fico. Eu às vezes penso as minhas canecas vão para o outro lado do mundo. É mesmo? É mesmo giro pensar nisso. Mas tenho uma parte mais pequena em Portugal, o que eu percebo completamente. Eu sei que as minhas peças não são um preço super acessível e não vou dizer que são porque não são e muitas pessoas às vezes custam perceber o porquê de uma caneca custar quase 50 €, que eu sei que hoje em dia é difícil perceber isso, principalmente em Portugal.

 

Rita Cavaco 00:36:21
E é normal com os salários que nós temos cá em Portugal acharmos isso. Não vou ser hipócrita completamente. Nem toda a gente tem dinheiro para conseguir comprar uma caneca a esse preço. Só que o que eu tento educar as pessoas é é falar com as pessoas. É que está muito trabalho, muito tempo investido numa peça, Ou seja, eu não ponho esses preços para lucrar imenso e ficar com imenso dinheiro. Eu faço um preço justo. Não é consoante as horas que eu tenho de trabalho naquela peça. O facto de ser única e eu às vezes até digo na brincadeira às minhas amigas que querem uma peça mais baratinha, Vão ao IKEA, ao Continente que tem peças de fábrica a preços incríveis. Mas se querem uma peça.

 

Diogo Pires 00:37:07
Já perderam.

 

Rita Cavaco 00:37:09
Por casa? Nenhuma. As minhas amigas são muito simpáticas no que toca a isso, mas claro que não. Não quero estar a pôr a minha caneca ao pé de uma peça de arte de tudo, mas é uma coisa um pouco um pouco diferente. E claro que o preço também vai ter de ser diferente, mas eu acho que é por isso também que o que é mais lá fora que eu tenho mais vendas, porque o poder de compra lá fora é muito diferente do poder de compra.

 

Rita Cavaco 00:37:31
Aqui, por exemplo, as minhas clientes do Qatar às vezes pagam mais de portes do que pagam pela peça. E eu fico. Eu não gostava nada disto ser assim, mas para a peça não chega à partida e para eu conseguir mandá la com uma empresa que seja boa, os portes são muito caros e é isso. O poder de compra lá fora é muito maior, mas sinto que cada vez mais tenho mais pessoas em Portugal a comprar me, comprar me peças. Tem pessoas que dizem mesmo eu poupei. Este mês foi comprar te algumas peças e eu fico mesmo, mesmo feliz com isso. É claro que tenho peças a preços muito melhores, portanto a caneca é uma das minhas peças mais mais baratas, mas também tenho outras peças a 15 €, por exemplo, que é igual, sei lá, ir uma vez ao cinema ou comprar uma peça de roupa na Zara, mas a preços muito mais acessíveis. E eu quero mesmo. Não quero que me seja elitista de todo. Quero mesmo que seja uma marca que as pessoas possam comprar e que não tenham de poupar imenso para conseguir comprar uma peça minha.

 

Rita Cavaco 00:38:28
Mas claro que pronto para conseguir viver da minha marca com as poucas unidades que eu faço, porque eu faço tudo sozinha, tenho de facto de ter os preços um pouco mais altos.

 

Diogo Pires 00:38:40
E a exclusividade é isso mesmo? Claro, implica isso mesmo. Como é que aconteceu tu de repente teres 90% das tuas vendas enquanto tu exportações? Foi algo orgânico? Trabalhaste para que isso acontecesse. Além desta questão de comunicares sempre em inglês, investiste em comunicação no exterior.

 

Rita Cavaco 00:38:55
Investi tanto, investi algumas influências lá fora e depois, organicamente também acabou por acontecer pessoas bastante influentes lá fora comprarem peças. E aí foi. Acho que deu um salto muito grande aí. Mas também eu às vezes invisto um pouco em anúncios também para a parte para os Estados Unidos, mas acho que não é muito. Pela parte dos anúncios. Eu acho que é mesmo de forma orgânica, com estar presente no Instagram, tipo talk nas redes sociais, o que às vezes é. É chato termos estar ali sempre a picar o ponto. Eu estou aqui todos os dias, mas acho que foi muito por aí também.

 

Rita Cavaco 00:39:34
Claro que foi orgânico, mas também com trabalho, porque se eu não pico, o ponto é não, não estou sempre a pôr conteúdo e coisas. As coisas não, não acontecem. Claro que.

 

Diogo Pires 00:39:42
Sim. Aliás, nós tivemos aqui uma uma conversa no manual com o Paulo Faustino e com a Regina Santana, em que falávamos exatamente sobre isto, sobre o facto de aquilo que muitas das vezes parece que é só um dia normal que alguém está a colocar stories ou que alguém está a aparecer nas redes. É trabalho e é pensado. Mau seria também se não fosse, não é? Claro, Vez de ceramista para sempre.

 

Rita Cavaco 00:40:09
Eu acho. Me imagino sempre a criar cerâmica. Não sei se serei só ceramista, mas eu não gosto de me fechar numa caixinha. É muito difícil porque eu gosto de tanta coisa e às vezes é complicado. Mas eu sou muito feliz a criar e mesmo que no futuro acho que cresça e que não seja apenas eu a criar, eu quero sempre estar também lá a fazê lo. Não sei se faz sentido ou não, mas não sei.

 

Rita Cavaco 00:40:37
É uma pergunta um pouco difícil. Acho que sim. Também me vejo a ser outras coisas sem ser ceramista. Mas sim, posso dizer que.

 

Diogo Pires 00:40:47
Sim, que há outras ideias e que ainda tens por realizar.

 

Rita Cavaco 00:40:50
Então eu agora muito recentemente, mas isto agora.

 

Diogo Pires 00:40:52
Desculpa, isto agora parecia uma pergunta de alta definição. Não quero nada disso. Estas e outras ideias ainda por cima.

 

Rita Cavaco 00:40:58
Eu agora recentemente lancei um podcast também, que é o cast. Exatamente. Também acho que é uma coisa que eu também quero agora investir. Eu gosto muito também de comunicar e também quero falar sobre cerâmica, sobre café, que eu sei que é algo que nós também temos em comum e tantas outras coisas. Então criei e criei agora este projecto. Pronto, não é que eu vá ser podcaster para sempre, mas também é uma coisa que que eu me vejo a fazer. Acho que é uma forma também de comunicar de forma diferente, dar a conhecer um bocadinho mais de mim, que é algo que eu não faço muito ficar na palma.

 

Rita Cavaco 00:41:37
Mas deixa me pensar o que é que eu me imagino mais a fazer? Eu acho que crescer como marca e quem sabe um dia fazer uma colaboração com uma marca de café é uma marca que que eu gosto E ir crescendo como marca é algo que eu que eu quero muito que aconteça. E é um sonho, digamos assim, continuar. Já é um sonho fazer o que faço. Se me dissessem há uns anos atrás que eu ia ser dona de uma marca de cerâmica, ia ser o meu full time job, ficar a ver ser jornalista. Eu não vou fazer nada disso. Hoje em dia, às vezes, quando penso nisso, é que fico mesmo feliz por ter conseguido. Mas pronto, quem sabe no futuro, não sei. É uma pergunta difícil.

 

Diogo Pires 00:42:18
Tu falaste aí do podcast? Eu vou te fazer uma pergunta que talvez seja um bocadinho ousada. Responde se quiseres, Se não quiseres, diz me e nós apagamos esta parte. Mas já que falavas do podcast, porque é que passaram 22 semanas desde que lançaste o teaser e depois o primeiro episódio?

 

Rita Cavaco 00:42:34
Então pronto, o podcast Quando eu.

 

Rita Cavaco 00:42:38
Quando eu o criei, eu quis que fosse em inglês e apesar de eu até estar confortável a falar em inglês e eu fiz o meu mestrado tudo em inglês, portanto eu sinto que escrevo melhor do que falo efetivamente. Mas era algo que que me deixava um pouco reticente. Estar a falar em inglês e para pronto publicar algo no YouTube. Sei lá, acho que fiquei um pouco tímida. Era algo que eu queria fazer, mas não sei. Estava assim. Eu já tinha o primeiro episódio gravado há bastante tempo, não lancei logo e assim, da primeira vez que eu ouvi, disse Ok, está giro, vou pôr. E depois ouvi a segunda e terceira vez e disse Eu acho que podia ter dito isto de outra forma, mas eu acho que é sempre isso. Quando nós vamos ouvir o que dissemos, queremos sempre dizer de outra forma do que nesse momento. E eu acho que isso é ok. Mas acho que foi por aí que eu não sei porque eu queria tentar torná lo o melhor possível. E às vezes isso não, não é possível, não é? Sim, temos de melhorar à medida que vamos fazendo as coisas.

 

Rita Cavaco 00:43:39
E eu acho que muito por apoio dos meus amigos, a minha família é que eu efetivamente o publiquei, Porque pensei não. Então eu disse que ia fazer isto há tanto tempo. Vou efetivamente fazê lo. E eu quando digo que vou fazer uma coisa, eu sou torta. Sou carneiro, Portanto, eu sou teimosa. Eu digo Eu vou fazer isto. Foi mesmo fazer isto. É raro eu dizer que vou fazer alguma coisa e não fazer. Então eu sabia que queria mesmo lançar e que queria mesmo investir nisso. Acho que estava a precisar de um pequeno empurrão na altura. E pronto, já já me empurraram porque lancei o primeiro episódio ontem, portanto já está e agora espero que os próximos não leve tanto tempo.

 

Diogo Pires 00:44:19
Está muito giro.

 

Rita Cavaco 00:44:20
Obrigada, Diogo.

 

Diogo Pires 00:44:21
Há uma coisa que quero perguntar, porque sei que a maioria das pessoas que ouvem o manual são empreendedores à espera de da melhor oportunidade para se lançarem no mundo com o seu negócio. Como é que tudo esta esse passo? Como é que foi o processo de criação do negócio da Palm?

 

Rita Cavaco 00:44:42
Então acho que veio muito pelo meu lado de eu quero mesmo viver da minha marca.

 

Rita Cavaco 00:44:47
Eu quero mesmo viver de uma marca. Na altura não sabia bem o que seria, mas eu acho que há pessoas que têm dois sonhos e têm sonhos diferentes. Por exemplo, há pessoas que querem trabalhar e querem fazer algo para outra pessoa e eu tenho amigas minhas que o sonho delas e elas são super felizes a trabalhar em grandes empresas multinacionais, portanto elas sonham a trabalhar nisso, mas estão a ajudar para os sonhos de outra pessoa, claro. E eu sempre quis muito trabalhar para cumprir o meu sonho. E o meu sonho sempre foi por aqui, sempre foi por ter algo meu. Não sei se tenho muito a ver com a minha família e com o meu namorado, que sempre trabalharam para eles. Mas sempre quis, quis fazer isso. E depois, quando comecei, então com a cerâmica, aquela história toda que eu contei e quando criei a Pomme, comecei mesmo a investir nisso para conseguir trabalhar nisso a tempo inteiro e que não é uma tarefa fácil para uma pessoa, por exemplo, que esteja a ouvir isto e que tenha uma ideia e que queira criar o seu próprio negócio.

 

Rita Cavaco 00:45:54
Dada a imenso medo, é preciso mesmo a pessoa a parar para pensar se é mesmo isso que ela gosta. Se eu sinto sempre que se a pessoa se esforçar e se trabalhar imenso para aquilo, eu acho que é muito provável as vezes não acontecer. Leva tempo, leva tempo. Mas eu acho que aos poucos vais chegar lá. Acho que é preciso ser mesmo muito resiliente quando se tem uma marca. Muito mesmo, porque há coisas que correm, correm mal. Eu já chorei muito por causa da cerâmica da Pom. Tive momentos mesmo chatos, mas nunca pensei em desistir. Isso é uma coisa boa. Lembro me de estar prestes a lançar uma coleção e ter tudo planeado. Na altura também tinha uma marca que queria estar presente comigo abrir o forno e as minhas peças estarem todas partidas. O forno correu mal, estava tudo a correr mal e eu tive de parar e fazer tudo novo. Portanto aquele mês foi foi mesmo fazer tudo novo, voltar. E é difícil quando as coisas correm mal e temos de fazer tudo outra vez.

 

Rita Cavaco 00:46:59
E o tempo que se perde ali, o investimento que se perde ali. Mas vai haver momentos desses, mas depois também vai haver muitos momentos bons, Vão ser mais bons, maus, mas vai sempre haver momentos em que nos vai apetecer. Não digo desistir, mas parar um pouco, mas acho que é preciso mesmo ir com força.

 

Diogo Pires 00:47:19
Seria esse um dos conselhos que darias alguém que está agora a pensar começar?

 

Rita Cavaco 00:47:22
Sim, é, pode parecer e pronto. É um bocado chato estar a dizer isto, porque para uma pessoa que está a começar não quer dar logo tudo. Mas eu acho que é mesmo importante fazer as coisas logo certas. Por exemplo, tenho amigas minhas que também estavam a criar uma marca É que me pediram alguns conselhos e não que eu seja o XP to do marketing para estar a ajudar, mas claro que que ajudo e digo o que eu acho mesmo que faz sentido. E disse logo faz um website e a pessoa Ah não, eu aceito as encomendas por mensagem privada. Eu digo não é um investimento, não é porque nós temos de pagar Shopify, whatever.

 

Rita Cavaco 00:48:01
Temos de pagar o site todos os meses e é um investimento. Portanto eu já estou a investir sem ter qualquer tipo de retorno. Mas eu digo sempre tens de fazer no início, portanto, as coisas como deve ser. E há pessoas que têm um pezinho de meia quando estão a fazer uma marca, porque esse investimento inicial é sempre necessário. Então eu digo cria um website, faz as coisas mesmo de forma profissional, compra o teu domínio, porque é mesmo importante isso. Se queres mesmo ter uma marca que chegue longe, chegue lá fora, que consigas viver dela. Isso de mensagens privadas está muito ultrapassado sim. E a.

 

Diogo Pires 00:48:37
Credibilidade que que vem com o facto de teres a tua própria pegada no meio.

 

Rita Cavaco 00:48:42
Digital. Mas isso é uma coisa mesmo básica. Quase toda a gente hoje em dia já percebe isso, até porque é uma coisa relativamente acessível. Sim, claro, para.

 

Diogo Pires 00:48:49
Quem está a ouvir e não. E não tem noção, nós hoje em dia conseguimos registar um domínio por 10 €. Exatamente.

 

Diogo Pires 00:48:54
Consegues abrir uma loja Shopify e talvez por 1 € nos primeiros três meses. Portanto, se tens três meses para fazeres o que quiseres para que aqueles 3 € sejam, voltem à tua conta. Parece me que 3 € de volta não é assim tão complicado quanto isso. Portanto, hoje em dia as ferramentas estão muito mais ao dispor de todos nós.

 

Rita Cavaco 00:49:14
Exato. Mas que conselhos que eu poderia dar mais? Portanto, eu acredito muito. E eu lembro me quando estava no meu mestrado, eu tinha professores que são completamente contra o mercado de influencers ou marketing de influencers. São muito mais ok termos de investir para outro tipo de coisas para anúncios adequados. Desculpa mexer no microfone. Anúncios de publicidade mais tipo Billboard, televisão, rádios, coisas assim, que é muito mais caro, como é óbvio. E eu lembro me de dizer não, mercado influencers é incrível e eu vejo isso nos meios, nos meus sites, não. E não é a única coisa que me ajudou a crescer. Mas foi uma coisa. É uma coisa que ajuda mesmo muito.

 

Rita Cavaco 00:50:01
E mesmo a usar generated content é para as pessoas comprarem uma peça, tirarem uma foto e colocarem nas redes sociais, por exemplo. Isso é mesmo? É mesmo importante e sinto que foi mesmo um patamar forte no crescimento da minha marca e acho que é uma coisa que que deviam realmente apostar, mas não pode ser feito de forma aleatória, ou seja, por números, por exemplo. Ou esta pessoa tem imensos seguidores, tem imensos likes. Vou lhe mandar qualquer coisa que às vezes não é fácil chegar a essas pessoas e não conseguimos uma pessoa com milhares de seguidores mandar um e-mail a dizer Posso te mandar uma coisa? Ou manda me o teu orçamento. Quanto é que tu queres para pores uma foto da minha peça? Não é bem assim que funciona, claro. Então acho que é mesmo importante fazer um target mesmo bem definido, de ok, eu quero investir em influencers, Quer mandar para alguém? Então essa pessoa tem mesmo de fazer sentido. Gosta de café? Se não gosta de café, não pode, Mas acha que hoje em dia é uma coisa que não bebe café, bebe matcha, mas que que não faça sentido é logo um X.

 

Rita Cavaco 00:51:06
Por exemplo, no meu caso, se você é uma pessoa que gosta de decoração, se gosta de estar em casa, beber um café em casa, porque claro que a minha marca veio de pandemia, veio muito de passar tempo em casa. Acho que essas coisas por um tempo. É importante pensar. No caso da minha marca, estou a dar estes exemplos aleatórios, mas claro que depois a pessoa passa, a marca dela irá pensar no que faz sentido. Mas eu acho que o influencer marketing hoje em dia é muito poderoso mesmo, muito poderoso. Se nós fizermos as coisas mesmo como deve ser e bem, bem from target e ter certeza que aquela pessoa às vezes é um flop, às vezes podemos mandar para alguém e ser um flop. Mas pronto, acho que é uma coisa também boa para as marcas que estão a começar a postar e eu acho que também ter uma relação bastante próxima com os clientes. Acho que é uma coisa que eu tenho e sou mesmo. Fico mesmo feliz em dizê lo de muitos dos meus clientes hoje em dia são amigas minhas no online e tenho imensas pessoas que vêm dos Estados Unidos, vêm cá a Lisboa e dizem Rita, quero imenso tomar um café contigo e conheço as e fico amiga delas.

 

Rita Cavaco 00:52:14
E pronto, já tenho casa e imensos sítios para viajar, mas acho que isso também é bom. No meu caso é fácil. Não é porque sou eu por trás da marca. Às vezes, quando uma marca é grande, é mais difícil ter aquela conexão mais com a pessoa. Mas acho que também é uma coisa boa e eu gosto mesmo de deixar as minhas clientes, meus clientes felizes com um miminho ou qualquer coisa. Acho que acho que é mesmo importante para fidelizá los e para eles continuarem não só a comprar, mas a gostar da minha marca e a gostar de me apoiar. Porque às vezes não é só o comprar, às vezes basta um like, um guardado e a pessoa já está a ajudar. Não preciso efetivamente comprar uma peça minha para apoiar a minha marca, mas também é um conselho. Isto tudo para dizer que também um conselho a parte de ter certa proximidade com os clientes é perder tempo a pensar o que é que eles querem, o que é que eles gostam, quer seja com sei lá que anéis, com.

 

Rita Cavaco 00:53:13
Há tantas coisas hoje em dia que podemos fazer para perceber as pessoas que me seguem.

 

Diogo Pires 00:53:17
Muito feliz. Acompanhei a Rita, o podcast da Rita também, porque estamos no universo de podcast Wipeout Podcast, o podcast da Contigo. Muito obrigada por teres aceitado o convite para ir até ao manual de boas ideias.

 

Rita Cavaco 00:53:30
Obrigada.

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Manual de Boas Ideias

com Diogo Pires