Lançar uma marca, ouvir, aprender e relançá-la. A história da Flair e da Mariana Ribeiro.

Lançar uma marca, ouvir, aprender e relançá-la. A história da Flair e da Mariana Ribeiro.

Neste Episódio

Mariana Ribeiro

Licenciada em Economia e Gestão, Mestre em Gestão de Marketing, a Mariana tem uma sede imensa por criar. Criar marcas, criar produtos, criar comunidade. Lançou a Flair em 2020, relaçou-a algum tempo depois, desta vez realmente como um negócio (palavras da própria).

Show Notes

Neste episódio do Manual de Boas Ideias, converso com a Mariana Ribeiro, fundadora da Flair, uma marca de roupa criada durante a pandemia. A Mariana partilha a sua trajetória, desde a formação académica e algumas viagens pela Europa até à criação da Flair. Falamos da importância de conhecer os caminhos possíveis para o financiamento de projetos e a colaboração com a sua mãe, sócia e contabilista. A Mariana fala ainda sobre a construção de uma comunidade em torno da sua marca, a produção sustentável em Portugal e os desafios financeiros que lhe são adjacentes. Neste episódio há insights valiosos sobre criatividade, negócios e a busca por oportunidades para jovens empreendedores.

Transcrição

As transcrições são geradas automaticamente, com recurso a Inteligência Artificial. Podem conter erros.

Intro 00:00:00
Manual de Boas Ideias um podcast sobre pessoas por trás de negócios brilhantes com Diogo Pires.

 

Diogo Pires 00:00:06
Olá! Bem vindos a mais um episódio do Manual de Boas Ideias. Hoje é a minha convidada Mariana Ribeiro, fundadora da Flare em 2020, em plena pandemia. Que loucura! Primeiro, fazer nascer um negócio em 2020, mas um negócio que nasceu para materializar parte do que criou no digital, onde diariamente chega a mais de 100.000 pessoas. Trabalha com redes sociais, claro, e ainda autora do podcast Amiga das Casa. Vamos só ser ter aqui algum fair play. Estamos em podcast e vamos falar de podcast também. Por isso eu acredito que que te sintas em casa. Eu não queria usar esta expressão porque a tua mãe não me lembra de nenhuma outra. Espero que te sintas confortável. Bem vinda ao manual de boas ideias.

 

Mariana Ribeiro 00:00:52
Obrigada pelo convite, Estou muito confortável. Acho que é um registo um bocadinho diferente, porque no meu podcast sempre foi amigos É uma conversa mais ou menos entrevista e mais conversa informal. Portanto, eu não estou tão habituada a este registo, mas acho que vai correr bem.

 

Diogo Pires 00:01:08
Olha que bom que te apanhei por cá porque estiveste em viagem recentemente, não foi? Estiveste pela União Europeia a explorar projetos financiados também pela União Europeia. Como é que foi essa viagem? O que é que? O que é que tiraste aí?

 

Mariana Ribeiro 00:01:21
Olha, foram dez dias em que eu fui um bocadinho. Eu fui convidada pela União Europeia para representar Portugal com outros criadores de conteúdo, mas eu não fazia ideia para o que eu ia. Então eu fui um bocadinho às cegas para esse projecto. Sabia que eram quatro países que íamos visitar vários projetos financiados através da política de coesão europeia, seja a nível cultural, sustentabilidade, educação e que íamos visitar esses projetos e que íamos comunicar, nem tínhamos um briefing era vamos comunica da forma que tu comunicas. Portanto, era dar a nossa abordagem e tornar este tema um tema leve que normalmente é tão difícil de perceber para jovens e eles queriam chegar a esta audiência. Portanto, toda a campanha e awareness para a política de coesão europeia e onde é que eles estão a investir o dinheiro deles, basicamente.

 

Mariana Ribeiro 00:02:07
Portanto, foi super interessante. Conheci muita gente e eu adoro também a parte internacional de viajar e conhecer gente e sinto um bocadinho falta disso. Desde que que voltei e fiquei mais fixa em Portugal. Então foi. Foi muito bom, em todos os sentidos.

 

Diogo Pires 00:02:22
Onde é que tu estavas antes de ficares em Portugal?

 

Mariana Ribeiro 00:02:25
Portanto, eu fiz Erasmus primeiro e depois acabei por ir estudar o meu mestrado para fora e fiquei um ano e meio em Barcelona em que eu estava a trabalhar numa agência. Tirei lá o mestrado lá fora, Trabalhei depois numa agência de transformação digital. Fazia a parte do marketing da própria agência e depois acabei por. Já estava a desenvolver a flat, já estava a desenvolver os meus projetos e está na hora de eu voltar e de começar a dedicar me a isto a full time. Portanto, acabei por voltar para Portugal, para o Porto, onde eu sou A Vila do Conde. Porque a malta depois chateia me com isto, Meu Deus?

 

Diogo Pires 00:02:59
Não, não.

 

Mariana Ribeiro 00:03:00
Sim e depois acabei por decidir vir para Lisboa e despedi me e comecei a trabalhar a full time nas duas.

 

Mariana Ribeiro 00:03:07
Nas minhas duas vertentes.

 

Diogo Pires 00:03:09
Posiciona me temporalmente. Estamos em 2020. Quando fizeste isso?

 

Mariana Ribeiro 00:03:15
Quando eu terminei a minha licenciatura em Economia e foi o ano de pandemia, era um ano em que eu estava a fazer os remates, que é um exame que é preciso ser feito para entrar em mestrado lá fora. E eu estava a fazer só esse exame e eu já tinha ideia de começar a desenvolver o negócio. E sempre fui de pensar e criar coisas e via os meus pais também a trabalhar com negócios próprios. Então sempre foi um bocadinho por aí que eu tinha esse bichinho. E nesse ano de pausa tenho de fazer mais alguma coisa. Não vou só ficar a fazer o exame. Então decidi que vai ser este ano que eu vou começar o meu projecto e depois só depois é que fui para o mestrado e aí a minha marca fez uma pausa porque eu quando lancei eu costumo dizer tenho duas flores a flor 1,0 e 2,0, porque a primeira é uma miúda de 20 anos que não faz ideia o que é que está a fazer e que só quer lançar o negócio porque quer ter alguma coisa.

 

Mariana Ribeiro 00:04:06
E lancei a marca e depois acabei por parar porque no ano em que eu estive a fazer mestrado eu aprendi imenso e aplicando e apercebendo de forma que eu posso melhorar isto é isto e só depois é que eu lancei a marca. Portanto, na prática, temos dois anos e meio de marca a sério.

 

Diogo Pires 00:04:23
Ali vou tendo aquela conversa, aquela viagem que estávamos ainda agora a conversar. Que que fizeste pela União Europeia? Quão mais rica é a Mariana que volta agora?

 

Mariana Ribeiro 00:04:35
Eu acho que eu vejo as coisas com outros olhos e. E nós tentamos passar isso a quem está do outro lado e a quem nos segue, Mas é muito difícil de passar e sentar lá a ver. Eu tive um choque de realidade quando cheguei. Por exemplo, o primeiro projecto que visitamos foi na Bulgária, que era uma cidadezinha ao lado de Sófia. Ficava mais ou menos uma hora e era uma escola que acolhia a comunidade cigana. A escola estava assim ainda num estado um bocadinho degradado, mas tudo aquilo estava a ser criado para integrar estas pessoas, estes alunos na sociedade.

 

Mariana Ribeiro 00:05:11
E o choque foi muito grande, porque eles criaram mais de 100 clubes extracurriculares para desenvolver as skills criativas destes alunos, porque normalmente eles têm muita dificuldade em matemática a português. Há coisas que sejam assim mais, mais difíceis. Eles têm um bocadinho de dificuldade porque nunca foram habituados a isso, nunca tiveram essa educação. Então ali eles tinham um curso de moda, de dança, música, tudo e mais alguma coisa, teatro, cerâmica. Tinham coisas que nós aqui em Portugal nunca tivemos este tipo de atividades extracurriculares. Acabamos agora na idade adulta a descobrir os nossos hobbies, o que é que gostamos de fazer? Vamos ali fazer uma aulinha E eu estou a ter essas oportunidades e a descobrir em que é que são bons, mesmo que sejam áreas criativas. E eu acho que isso também faz muita falta no processo educativo. E foi giro ver o quanto eles estavam felizes integrados com os outros alunos, porque têm alunos da comunidade cigana, mas também têm alunos búlgaros. E foi muito giro ver a forma como eles estavam todos integrados e estavam muito felizes por nos receber e pela ajuda.

 

Mariana Ribeiro 00:06:15
E sentir que faz mesmo diferença, mesmo que seja pouco, faz muita diferença. E foi giro. Vimos projetos desde este pequenino como projetos muito mais elaborados mesmo aqui em Portugal da Vista Alegre. Vimos realidades muito diferentes, mas e uns com milhões investidos, outros com com pouco, Mas. Mas a diferença que faz foi muito impactante mesmo.

 

Diogo Pires 00:06:38
Trazes algum ensinamento que hoje em dia já estejas a pôr em prática na Flere.

 

Mariana Ribeiro 00:06:43
Por acaso já me fizeram esta pergunta e. Não tem me posto a pensar, porque realmente nós, eu acho que achamos sempre que apoios é algo que é inacessível ao comum dos mortais. E foi muito este o ensinamento final de tudo. E nós estamos parte da União Europeia, temos estes fundos que estão disponíveis para nós e eu acho que nós temos a dificuldade de perceber que podemos lá chegar e é possível lá chegar. Temos é de procurar e muitas vezes nós resignamos a Ai, não tenho possibilidades, eu não consigo, só aquele é que tem ajuda. É que ele teve sorte, mas nós também podemos fazer a nossa sorte.

 

Mariana Ribeiro 00:07:27
E desde que eu cheguei que tenho pesquisado muito mais sobre o assunto. De que forma é que eu também posso aceder, seja para a Flash, seja para outros negócios que eu queira eventualmente lançar? De que forma é que eu posso aceder A fundos, Apoios também. E lá está, eu acho que é muita proatividade de querer perceber de que forma é que também pode lá chegar.

 

Diogo Pires 00:07:47
Bom, Flere. Como é que nasce a Flere. Quero muito saber e quero que partilhes com com quem ouve o manual de boas ideias. Como é que nasce a Flere.

 

Mariana Ribeiro 00:07:57
Aliás, acho que me disseste em 2020 Pandemia. Então, antes de tudo, eu quando estava no secundário lancei uma marca. Era uma página no Instagram em que eu vendia bikinis que eu não queria que ninguém soubesse que era eu. Eu só catei esta história uma vez e eu dei o nome de bikinis, que era M de Mariana e Óleo de Oliveira. Meu apelido é Ribeiro, mas eu tenho Oliveira, então era para estar ali escondido. Então eu meio que mandava vir os biquínis, vendia, tirava umas fotos e cresci imenso a página do Instagram e estava mesmo a adorar aquilo.

 

Mariana Ribeiro 00:08:33
Só que depois cheguei a um ponto em que ah, não é isto. Eu quero acrescentar mais, eu quero é fazer as minhas próprias coisas. Quero ser mais criativa do que isto. E eu estava no meu secundário para esse projeto. Apaguei tudo, Apaguei a página do Instagram. Belo erro que não tinha dado jeito.

 

Diogo Pires 00:08:50
Estava a pensar Será que sou? Será que fez um rebrand? Não.

 

Mariana Ribeiro 00:08:54
Não, não. Imagina. Eu tinha quase 20.000 seguidores na página e eu apaguei a página. Apaguei e eram só raparigas que adoravam moda. Apaguei a página. Pronto. Depois fui. Então escolhi. Percebi. Ok, se calhar até tenho jeito para negócios e gosto desta parte. Vou então para economia por ser abrangente e depois, lá está. Estava na zona de pausa. Eu já tinha há muito, muito tempo a ideia de querer lançar uma marca de biquínis. Sempre foi o meu objectivo ter uma marca de biquínis. Só que na altura em que eu comecei a pensar na Flair, que na altura ainda não tinha nome, mas comecei a pensar neste projecto de relançar algo meu, mas trazer também um bocadinho daquilo que era eu no digital para algo físico.

 

Mariana Ribeiro 00:09:36
Pensava sempre na parte dos biquínis, mas foi na altura em que começaram a surgir as carteiras, as marcas de swimwear português. As coisas aí também estão tão na berra que estão super bem. Então eu queria entrar por outra vertente, porque eu sentia que as marcas portuguesas que estavam no mercado no momento eram marcas muito adultas, eram muito minimalistas armário cápsula, brancos, pretos, beges não havia. Ou seja, se quisesses cor, querias padrões, querias coisas divertidas, tinhas de ir à fast fashion e não tinhas essa, essa oferta em produção portuguesa. E então foi um bocadinho por aí que eu pensei inicialmente vou entrar por por esta parte, por este segmento de mercado na Fleur, mas muito às cegas. Eu não sabia o que estava a fazer. Fui eu que fiz o site, o logotipo, o branding todo. Fui porque o meu pensamento muda há 20 anos era eu vou gastar o mínimo possível. Eu quero é começar isto com o mínimo possível e é só lançar e pronto. Depois percebi. Fui para o mestrado, percebi que as coisas não eram bem assim e que precisava de ser bem estruturado, que precisava de ter um bom branding.

 

Mariana Ribeiro 00:10:41
E comecei a reformular Formular tudo no negócio. E aí tomamos a decisão de vamos fazer um rebranding a sério, Vamos parar a marca, apagamos tudo o que tínhamos para trás e foi relançada. E só a partir daí é que nós fizemos uma produção própria. E foi a partir daí que nós lançamos a nossa primeira coleção, que se chama Barcelona, porque foi quando eu tive a morar, foi onde foi a mudança toda. E a marca também sempre esteve muito ligada a mim. E pronto. A partir daí, depois a marca começou a seguir mais o percurso, que é hoje em dia.

 

Diogo Pires 00:11:14
Tu não estás sozinho a falar não. Quem é que está contigo?

 

Mariana Ribeiro 00:11:17
A minha mãe, minha mãe? A minha sócia. A minha mãe é contabilista de profissão e desde sempre que me apoiou em tudo e ela já faz contabilidade há muitos anos, Então ela também gostava de ter outras coisas e explorar outras áreas diferentes. E quando eu lhe disse que queria começar uma marca e ela já havia também resultados no meio numa digital já se começava a haver ali algum movimento.

 

Mariana Ribeiro 00:11:43
Via que eu tinha pessoas do outro lado e viu algum potencial nisto. Eu achei apoio 100%, mas eu também quero fazer parte. Disse me logo desde o primeiro dia. Então nós decidimos vamos criar uma sociedade, até porque o negócio sem uma contabilista é uma gestão financeira boa, não é um negócio. E a minha mãe é muito boa nisso, graças a Deus e eu sou criativa. Portanto, completamos muito bem.

 

Diogo Pires 00:12:08
O melhor e o pior. Trabalhar com a tua mãe.

 

Mariana Ribeiro 00:12:10
O melhor é que não há uma pessoa que eu confio mais. E para gerir dinheiro eu acho que é contabilidade e tudo esta parte é preciso confiar muito na pessoa que temos ao nosso lado e não a outra pessoa que eu confio mais neste mundo do que a minha mãe. Portanto, acho que é o ponto mais mais fulcral. É aquilo que dizemos que as mães têm sempre razão e vamos sempre atrás do que as mães dizem. É verdade? Sim, é verdade e eu sempre também a pedi. Ou seja, eu sou a parte criativa, mas a minha mãe também tem muitos inputs e trabalhamos muito em conjunto nisto.

 

Mariana Ribeiro 00:12:43
A parte negativa é muitas vezes saber desligar e separar uma mãe de sócia em que. E eu acho que ajudou muito desde que eu vim para Lisboa morar, desde que saí de casa dos meus pais, porque era muito. Estarmos a jantar e estarmos constantemente a falar de negócios sempre foi um bocadinho assim na minha família, porque os meus pais também têm os dois negócios. Então sempre foi muito falar de negócios, mas às vezes eu sentia que precisava mais da minha mãe e agora já aprendemos. Agora podemos não falar da Flor e vamos falar de outra coisa. Já acabou o trabalho por hoje e temos de fazer estes entraves para que a coisa resulte nos dois níveis. Pronto!

 

Diogo Pires 00:13:26
Como é que é o histórico dos teus pais nos negócios? Eu pergunto isto porque claramente, pela conversa que estamos a ter, há. Aí está a origem da tua veia empreendedora.

 

Mariana Ribeiro 00:13:39
Eu acho que sem dúvida foi isso, porque eu sempre vi os meus pais a trabalhar imenso e a trabalhar nos seus negócios e eles adoram trabalhar. E acho que é uma realidade muito diferente.

 

Mariana Ribeiro 00:13:50
Quando eu falo com amigas minhas que me diziam ao sair da faculdade eu só quero ter um trabalho das nove às seis e depois desligar e não pensar mais nisso. Isso para mim é um horror.

 

Diogo Pires 00:14:00
Assustador também. Ouvir isso é assustador, é assustador.

 

Mariana Ribeiro 00:14:03
Eu não quero essa realidade. Eu quero gostar do que faço e quero mesmo que eu tenha de trabalhar as horas que tenho a trabalhar e pronto. Os meus pais, A minha mãe então trabalhou ainda uns tempos na sauna e depois acabou por abrir uma empresa de contabilidade, portanto foi um bocadinho mais para essa vertente. Por isso é que eu digo que ela trabalhou muitos anos na contabilidade e o meu pai tem uma empresa ligada ao setor automóvel e a minha mãe também trabalha em conjunto com ele. Portanto, eles sempre trabalharam os dois também junto. E também ouvia muito eles a falar sobre negócios em casa. Então desde cedo que isso foi uma realidade. Trabalhar muito tempo e gostar daquilo que fazem é estarem constantemente a falar de negócios.

 

Diogo Pires 00:14:41
Ok, está mais do que explicado.

 

Diogo Pires 00:14:44
A origem Está mais do que explicada a origem da tua veia empreendedora a fluir e pela transparência, pela qualidade e pela produção sustentável e local. Tal e qual como vocês dizem em statement no vosso, no vosso site de produtos 100% em Portugal.

 

Mariana Ribeiro 00:15:00
Sim.

 

Diogo Pires 00:15:01
O que se ganha? O que é que se perde ao optar por seguir fiel a valores como estes em concreto?

 

Mariana Ribeiro 00:15:09
Olha o que se ganha. Eu acho que é. Primeiro de tudo, estamos a apoiar produtores nacionais e ter o selo português. Acho que significa muito, porque a qualidade de produção em Portugal é excecional e temos muitas marcas internacionais a vir para cá Produzir, por isso mesmo é acompanhar de perto a produção. É muito importante essa parte faz a minha mãe, porque é tudo feito no Norte e a produção acaba por também estar muito centralizada mais no norte. E é o termos contacto, conseguirmos ir à modelista ver como é que estão as coisas, ver, ir a produção e ver como é que está tudo a correr. Acho que esse tipo de contacto é impossível ter quando se faz uma produção externa, porque nós estamos constantemente a lançar novas novos produtos e seria incompatível nós estarmos a fazer esse tipo de viagens.

 

Mariana Ribeiro 00:16:01
A desvantagem é que é caro e muito caro produzir em Portugal e por isso as pessoas não têm bem noção dos preços que é da que que é produzida em Portugal e muitas vezes acaba por se julgar os preços que marcas portuguesas praticam. Mas a verdade é que se formos para tecidos de qualidade, produção sustentável e com o trabalho valorizado, acaba por ser incompatível com uma marca pequena sobreviver se não subir um bocadinho os preços.

 

Diogo Pires 00:16:34
É fácil explicar ou sentes sequer a necessidade de explicar ao público da flare esta este pormenor?

 

Mariana Ribeiro 00:16:44
No início sim, mas eu também acho que nós nos situamos num sector muito intermédio porque nós não não usamos os tecidos de maior qualidade. Ou seja, nós não apostamos nos tecidos mais caros que existem no mercado, porque nós estamos a trabalhar um segmento médio. Como eu te disse, nós queremos que pessoas jovens que vão ao fast fashion procurar estas novidades, estas cores, estes padrões que venham a nós e este público não tenham poder de compra. Como tem um público de uma marca portuguesa que é feita para mulheres de 35 anos.

 

Mariana Ribeiro 00:17:19
Então nós tivemos de nos adaptar e optamos por modelos mais simplificados, não tantos trabalhados, para conseguirmos vender um produto a um preço que seja sustentável para uma pessoa entre os 20 e os 25 anos, que é a maior parte do nosso público. Portanto, nós inicialmente tivemos de fazer esse trabalho. Mas eu acho que hoje em dia o nosso preço é muito justo para aquilo que nós estamos a vender e acho que não é assim tão discrepante para aquilo que se vê, seja em fast fashion, seja. Estamos muito no intermédio. Costumo dizer que somos intermédio entre uma marca portuguesa mais premium e um fast fashion. Nós estamos produzimos em Portugal, mas temos preços intermédios. Portanto acho que não tenho tanto essa questão.

 

Diogo Pires 00:18:03
Como é que financiasse este projecto?

 

Mariana Ribeiro 00:18:05
Inicialmente, quando lançamos a flyer a primeira vez, nós investimos muito pouco, porque lá está, eu disse que eu estava com aquela mentalidade de nós vamos só fazer o mínimo possível, gastar o mínimo possível. Fui eu que fiz tudo de raiz, encomendamos pouco stock, só estamos a testar.

 

Mariana Ribeiro 00:18:24
Portanto, foi um investimento muito, muito reduzido. Só quando nós fizemos o rebranding, Portanto, aí já contratei uma designer para me fazer o branding. Toda a marca novo peca de encomendar o packaging também em quantidades fica fica muito caro. Depois fazer a produção que acaba por. Temos de encomendar os tecidos todos e acaba por ser um investimento gigantesco. E depois também fizemos toda uma campanha porque eu queria relançar a marca em grande. Então foi em Barcelona, levei uma fotógrafa, levei modelos, levei tudo para Barcelona e fiz um evento em Lisboa também com influenciadoras. Portanto, foi tudo a grande. Nesse relançamento, nessa fase, o investimento foi. Foi da parte da minha mãe, que lá está, entrou com essa parte e eu também. Como já tinha algumas poupanças do meu digital porque já trabalhava há um ano e pouco com o meu digital, portanto foi um bocadinho a junção das duas e agora nesta fase nós nunca tivemos investimento externo, portanto sempre foi entre uma e outra. Vamos, vamos sustentando e vamos investindo e reinvestindo.

 

Mariana Ribeiro 00:19:25
Portanto, ainda estamos na fase de continuar constantemente a reinvestir no negócio.

 

Diogo Pires 00:19:31
Porque moda?

 

Mariana Ribeiro 00:19:33
Olha, porque eu sempre adorei moda, Sempre quando eu era mais nova sempre me chamavam assim. Aquela é vaidosa e quer cozinha porque gostava, sempre está muito arranjada. É, e sempre tive essa paixão. Gostava, Adorava ver as pessoas no YouTube, as criadores, conteúdo. E eu sempre me fascinou muito este este mundo da moda. Mas ao mesmo tempo foi porque eu descobri que havia uma falha no mercado para uma coisa que eu queria, que era encontrar. Eu via marcas portuguesas, eu queria marcas portuguesas, mas eu não me identificava com aquelas roupas. Eu tinha 20 anos. Eu queria usar coisas divertidas e não tinha. Então foi um bocadinho por descobrir também um segmento de mercado que que eu senti que fazia falta para mim. Portanto, foi um bocadinho por aí.

 

Diogo Pires 00:20:21
Certo, estamos neste ponto em que tu vives este Enfim, passas por esta experiência que acabaste de descrever. Como é que a partir daí tu chegas a um fabricante e talvez já saltando essa flecha, 1,0 em que dizias a pouco vocês não produziam? Como é que tu procuras estes, estes fabricantes? O que é que tu fazes? Conta me como é que foi esse processo.

 

Mariana Ribeiro 00:20:53
Foi uma dor de cabeça? Foi uma dor de cabeça. Porque quando se. Ou seja, quando se começa com pouco investimento, não dá para ir a uma fábrica porque uma fábrica pede uns mínimos de quantidade. Uma fábrica é perfeito enquanto modelo de negócio, porque chega se lá com uma ideia e eles já têm o designer, tem o modelista, tem os tecidos, tem os aviamentos e botões. Tudo isso tem. Tem o corte do próprio tecido, fazem os protótipos e entregam o produto chave na mão. Portanto é ir lá com uma ideia Eu quero uma camisa assim, assim, assim, e saio de lá com o produto chave na mão. Isto é perfeito. Zero dor de cabeça. O problema é preciso investir muito, porque os mínimos são altíssimos. Portanto, o que aconteceu no início foi que nós tivemos de fazer nós próprias andar à procura deste tipo de coisas, ou seja, procurar sítios onde se fizessem corte de tecido, procurar onde comprar tecidos, procurar onde comprar botões, onde comprar fechos, costureiras individuais a fazer a produção.

 

Mariana Ribeiro 00:21:55
Portanto, foi um bocadinho um trabalho que fomos construindo. Inicialmente começamos com uma costureira que agora abriu um atelier e já tem várias costureiras a trabalhar connosco. Mas começamos, mesmo que só com uma pessoa a fazer as nossas roupas, encontramos uma modelista que conseguiu fazer os nossos modelos, um sítio de corte. Portanto foi tudo muito, muito, muito bater as portas e olhem, vão nos ajudar, conseguem nos ajudar. E no mercado. No Norte existe muita coisa lá centralizada. Então íamos, por exemplo, a costureira que depois nos dava vários contactos e nós íamos perguntando. Portanto, é muito o boca a boca e muitas vezes as pessoas vêm ter comigo Ah, como é que tu encontras a fábrica, Como é que encontras isto ou aquilo? É muito bater às portas e ir criando uma network que nós hoje em dia já temos. Já temos vários fornecedores de tecidos, vários fornecedores de aviamentos, portanto foi uma rede que demorou dois anos a ser construída. E não é uma coisa assim tão imediata como ir ao Google e pesquisar onde posso produzir peças.

 

Mariana Ribeiro 00:23:00
Portanto, é muito complicado. Foi complicado.

 

Diogo Pires 00:23:03
Acho maravilhoso. Quando há negócios que potenciam outros negócios. A descrição que fizeste agora daquilo que aconteceu com a vossa costureira, que acredito também pelo pela demanda do vosso negócio da Flare, montou também um ateliê e agora tem outras pessoas a trabalhar com ela e outras pessoas.

 

Mariana Ribeiro 00:23:26
Eu nunca contei isto, mas a nossa costureira ela trabalhavam full time numa fábrica de onde fazia blazers para homem. Tinha nada a ver e ela trabalhava para nós fora de horas. Ela trabalhava ao fim de semanas e à noite, e era uma loucura, porque ela ficava a trabalhar até às tantas da noite da madrugada para conseguir fazer as coisas para a Fuller, quando foi o lançamento e tivemos de aumentar depois a quantidade. Foi uma loucura. Ela, entretanto, despediu se e está a trabalhar no atelier dela com várias costureiras. Portanto, também é muito bonito ver ver isso acontecer.

 

Diogo Pires 00:24:02
Adoro quando isso acontece, quando os nossos negócios conseguem potenciar a vida de tantas outras famílias, porque já não é só a dela, não.

 

Diogo Pires 00:24:09
Ela, entretanto, empregou outras pessoas. Maravilhoso. Eu nem sei bem que resposta a experts nesta pergunta. Mas por onde é que tu achas que que a indústria da moda está a caminhar hoje em dia.

 

Mariana Ribeiro 00:24:21
E sim, eu acho que nós estamos num ótimo caminho. A nossa geração vai mesmo fazer a diferença. Eu sinto isso. Acho que hoje em dia já já não estamos tanto à procura da quantidade, já apostamos mais em qualidade, em gastar, se calhar investir um bocadinho mais e olhar para a moda como um investimento. Porque? Porque acho que é muito importante. Nós percebemos também o desperdício que está a acontecer. E mesmo, por exemplo, agora a lei que que saiu recentemente de que temos de ter uma política de receber de economia circular de modo a circular e vai passar a ser obrigatório, em que todas as marcas vão ter de ter uma política de moda circular. O que é que isto significa? Que nós vamos ter de implementar também um sistema em que as pessoas podem, por exemplo, dar nos as peças antigas e nós, com essas peças, reaproveitar nos para outras peças novas.

 

Mariana Ribeiro 00:25:14
Portanto, acho que este tipo de iniciativas está a ser muito importante para não gerar desperdício, porque o mundo da moda é muito visto também como um só. Uma indústria que gera desperdício e não tem de ser o.

 

Diogo Pires 00:25:27
Que já aprendeste com a falar.

 

Mariana Ribeiro 00:25:29
Em tanta coisa. Eu digo sempre a Flor é a minha maior escola, está a ser a minha maior escola. Eu era uma criança. Eu não sabia o que estava a fazer. Eu aprendi tudo o que sei sobre, seja da área da moda, seja da área dos negócios. Eu aprendi muita coisa e eu queria estava a disparar para todo o lado. Eu queria chegar a toda a gente e só agora, passado quatro anos, é que sabemos qual é que é o nosso público, onde queremos chegar, qual é o caminho certo para lá chegar. E foi muito. Eu ouvi também falar no último episódio sobre. Acho que foi no último propósito e foi muito uma batalha minha descobrir também o meu caminho e qual é que é o meu propósito. E a Flor ensinou me.

 

Mariana Ribeiro 00:26:13
Foi uma escola que me permitiu lá chegar. E eu aprendi muita coisa e tudo aquilo que eu sei. E eu acredito que a fulana vai ser só o meu único negócio, porque eu também não sei.

 

Diogo Pires 00:26:24
Conversar.

 

Mariana Ribeiro 00:26:24
Pouco. Eu não sei estar parada. Gosto muito de começar projetos novos e é, acredito que a Flor está se foi e está a ser a minha maior escola para o meu futuro também.

 

Diogo Pires 00:26:38
Falávamos de o que é que a Flair já te ensinou, mas o que é que tu já sabias e foi muito útil na construção da tua marca.

 

Mariana Ribeiro 00:26:49
Redes sociais, comunidade, comunidade. Sem dúvida. Como eu já tinha feito YouTube, já tinha criado uma comunidade, uma comunidade de pessoas forte, que gostava de me acompanhar. Foi um bocadinho disso que eu tentei trazer logo desde o início para a fluir. E eu acho que é um ponto fundamental nas marcas, porque as marcas em si podem perder imenso tempo a desenvolver o produto perfeito, mas depois outras marcas também podem chegar ao mesmo tipo de produto e uma comunidade forte é essencial para que sejam fiéis à marca sempre.

 

Mariana Ribeiro 00:27:21
E eu sinto muito isso com as minhas clientes. E comecei a sentir isso quando fiz pela primeira vez mercados em que sentia as clientes a virem a quererem se envolver connosco, porque nós sempre, desde o início, fomos uma marca. Também quisemos humanizar muito a marca de mostrar o processo, mostrar quem está por trás, nós falarmos, nós mostrarmos quem somos, quem é a equipa e começámos a criar uma ligação com as nossas clientes. E agora também temos apostado cada vez mais em fazer eventos, em fazer focus group com as clientes em que eu sento as numa sala. Ficamos uma tarde a debater ideias que aquelas mais gostaram nos produtos, o que é que menos gostaram, desenvolver novas coleções e dali surgem ideias mesmo giras, que se calhar sozinhas não tínhamos chegado lá. E quem melhor para nos dizer o que, por onde ir do que as nossas clientes e a quem nós queremos chegar? E temos percebido isso também muito com eventos. Eu tento em todos os eventos que fazemos, envolver e chegar às minhas clientes e conversar e perceber porque é que tu gostas da Flash.

 

Mariana Ribeiro 00:28:21
O que é que tu achas que a Flash tem diferente? E ela diz. A resposta é sempre a mesma comunidade porque eu faço parte disto e é muito giro de ver, porque quando elas sentem que podem ser amigas umas das outras, Nós a semana passada fizemos um evento, foi o maior evento da marca, foram 150 pessoas em que eu idealizei este evento. Inicialmente para influenciadoras. Ia ser um evento de lançamento, coleção para press mídia para influenciadoras. Mas depois eu comecei a pensar a minha marca, o foco e estou sempre a dizer a Flash não é uma marca de roupa, a Flash é uma comunidade e depois vou trazer só influenciadores que se calhar nem seguem a marca, não nos conhecem e estão ali, Vão fazer um story e depois vão para casa. Marketing de influência é super importante e nós trabalhamos isso. Mas aquilo que eu quero passar aqui é que nós estamos constantemente a vender comunidade, comunidade, comunidade. Somos uma família e estamos todos a trabalhar em conjunto. E depois vou criar toda uma experiência incrível para influenciadoras e as minhas clientes vão ficar a olhar.

 

Mariana Ribeiro 00:29:19
Então eu fiz pela primeira vez um evento grande, tal e qual como eu faria para influenciadoras. Bonito, tudo direitinho, press kits tal e qual. E proporcionei essa experiência às minhas clientes. E foi incrível o feedback. E foi. Foi das melhores coisas, das melhores decisões que eu tomei na marca, porque foi um feedback incrível que pude conhecer imensa gente. E era essa a ideia que me passavam, porque elas diziam muitas vezes nós. Eu tenho medo de sair da minha zona de conforto, tenho medo de ir a coisas sozinha, mas eu estou aqui sozinha. Já fiz amigas e eu vim confortavelmente porque eu sabia que me identificar com as pessoas que eu ia conhecer aqui da Flair. Isto para mim é tudo.

 

Diogo Pires 00:30:01
Também é sair da zona de conforto, deixar de trabalhar a flair de casa e agora teres um sítio físico para onde ir trabalhar a marca todos os dias.

 

Mariana Ribeiro 00:30:12
Já estava a precisar há tanto tempo, tanto tempo. Eu Eu estou há dois anos em Lisboa e há dois anos que eu trabalho.

 

Mariana Ribeiro 00:30:20
Trabalho em casa e é muito difícil de separar. Primeiro, separar a vida profissional da pessoal. Não havia separação, não havia o desligar pós trabalho. E depois, quando comecei a criar a equipa e outras pessoas a juntarem se à marca e eu ter de levar essas pessoas para minha casa é desconfortável e nós estamos constantemente a criar conteúdo, a gravar coisas no meio da minha sala minúscula. Começou se a criar ali um caos e pronto, Sentimos mesmo a necessidade de o fazer. E estou no escritório há duas, três semanas e é uma diferença nível de produtividade de nós temos as coisas organizadas, conseguimos ter as roupas lá todas direitinhas, conseguimos ter um espaço, um estúdio para gravar os conteúdos e acho que deixa toda a equipa também com muito mais vontade de trabalhar.

 

Diogo Pires 00:31:11
Tenho duas perguntas para fazer antes de terminarmos. Nós temos nesta temporada do Manual de Boas Ideias uma nova rubrica chamada Action Plans, em que tentamos dar resposta à maior parte dos dos comentários de feedback que chegaram na primeira temporada, que vinham sempre com um apêndice que era a pergunta E agora, para onde é que eu começo? Eu tenho uma ideia.

 

Diogo Pires 00:31:36
Eu quero tirá la do papel. Mas e agora? Por onde é que eu vou? E por isso pergunto te a ti, Mariana, se hoje tivesses de relançar os teus negócios do zero, o que é que farias?

 

Mariana Ribeiro 00:31:48
Olha, eu acho que o primeiro ponto é assim. Obviamente que eu agora tenho 26 anos, não tenho 20. Mas o primeiro ponto é ter um conceito bem definido, uma ideia bem definida, propósito, valores. Era uma coisa que eu na altura eu só queria lançar o negócio e foi uma coisa às três pancadas. E não pode ser. Tem de ser um trabalho pensado. E eu não digo, porque obviamente que há muita gente que não vem da área dos negócios. Se calhar criar um business plan é uma coisa super assustadora, mas nós não temos de ter um business plan super detalhado. Se tiveres um conceito para a marca, se tiveres uma ideia bem definida e se fizeres uma projeção a curto médio prazo, já te dá uma base para começar e estruturar melhor o negócio.

 

Mariana Ribeiro 00:32:37
Eu acho que ir às cegas é só experimentar e testar e investir sem ter um plano definido. Acho que é dos maiores erros que que se pode fazer. E o segundo ponto também está muito interligado com isto, que é estudar muito bem o mercado, porque inicialmente lá está ele, detetei aquela falha, mas foi um trabalho muito longo até eu perceber para quem é que eu estava a falar, que tipo de produtos é que fazem sentido. Testar, obviamente é muito importante. Mas se desde o início nós fizemos uma pesquisa muito completa do mercado, o que é que está a falhar? Onde é que tu podes actuar E para quem é que vais falar? Acho que vai fazer toda a diferença, porque muitas vezes nós queremos falar para toda a gente e depois acabamos por não falar para ninguém e nós não falar, por exemplo. A nossa primeira coleção tinha imensos produtos e criar montes de produtos diferentes, muitos modelos diferentes é muito dispendioso. É uma dor de cabeça enorme e para chegar aos protótipos certos. E nós não precisamos de ter uma coleção gigantesca, nem precisamos de ter calças.

 

Mariana Ribeiro 00:33:43
O armário completo. Ou seja, a nossa ideia inicialmente era nós tínhamos de ter o casaco, o a blusa, as calças. Tínhamos de ter tudo. Não temos. Nós podemos ter os nossos produtos estrela e ser conhecidos por um segmento da moda. E foi. Foi a partir do nosso caminho que fomos descobrindo esse segmento. Portanto, é Estar no mercado, estudar o cliente onde quer chegar, porque a partir daí também vais conseguir fazer uma comunicação mais acertada para essas pessoas. Porque falar para pessoas de 20 anos não é a mesma coisa do que falar para pessoas de 35? Então, estudar o mercado, onde é que tu quer estar o conceito da marca e perceberes o público para onde vais falar? Acho que dos mais importante, os três pontos mais importantes para antes de de pensares se querem lançar alguma coisa. Outro ponto que que eu me arrependo um bocadinho, mas que ao mesmo tempo é aprendizagem, é a nível de investimento também foi. Fez sentido, foi procurar não procurar ajuda mais cedo. Ou seja, nós estávamos a fazer tudo sozinhas e eu sempre fui muito.

 

Mariana Ribeiro 00:34:46
Vamos, vou investir menos e vou. Eu desenrasco me. E eu também tenho o meu lado digital, portanto eu costumo dizer que tenho duas profissões, então é muito difícil de gerir e eu demorei muito tempo a arranjar alguém para trabalhar a marca comigo, o marketing comigo e arrependo me um bocadinho de não ter feito mais cedo porque eu era muito perfecionista e eu gosto muito de fazer aquilo à minha maneira e tinha muito medo de alocar tarefas. E eu já faço o Instagram da marca há muito tempo. Eu sei como é que eu gosto das coisas e trazer alguém para a equipa com novas ideias é muito importante, mas é um processo. Mas é importante perceber que nós, acompanhados e com pessoas com outras vertentes que nós não temos, vai nos sempre acrescentar muito. E foi uma coisa que eu percebi um bocadinho tarde demais. Mas ao mesmo tempo é uma aprendizagem, sem dúvida. Outro ponto é arriscar com calma. Devemos arriscar financeiramente, mas com calma. E acho que o teste é muito importante, principalmente no mundo da moda.

 

Mariana Ribeiro 00:35:48
Acho que há muito aquela tendência de vamos já para fábrica e vamos já produzir só estas quantidades e vou arranjar um investimento externo e vou. Mas ainda não testei nem testei se o produto vai vender, não sei se vai ser aceite no mercado, Não. Se há espaço para mim, então eu acho que faz mais sentido começar pequeno até perceber qual é que é o caminho certo do que ir além. Nós tivemos uma coleção que correu super bem e que nós demos. Depois decidimos dar o passo de vamos além porque aquela correu super bem e outras não correu tão bem porque demos um passo maior que a perna. Então isto foi uma das coisas que eu aprendi ser muito cautelosa nos passos que dou. Financeiramente, a nível de investimento. E por último. E por último, eu queria deixar aqui uma dica que para mim não é não me fez falta, porque eu tenho a minha mãe contabilista, mas das coisas mais importantes e desde o dia um arranjar um contabilista que ajuda a registar a marca, que te ajude a estruturar o negócio, a fazer um orçamento, a fazer o business plan, mesmo que seja uma coisa simples desde o dia um.

 

Mariana Ribeiro 00:36:53
Acho que é muito importante ter este tipo de ajuda, porque é tudo. Porque no fundo, Ideias, produtos, marketing. É tudo muito bonito, mas no fim do dia também a marca tem de sobreviver de alguma forma. E é, eu tenho esse apoio, ou seja, a minha sócia e a minha contabilista. Mas nem toda a gente tem essa sorte, portanto, acho que é a minha dica final para quem quer começar um negócio.

 

Diogo Pires 00:37:16
Última questão que é o que é que dizem os teus olhos aqui do manual de boas ideias que pergunta e estás à vontade para tomar o tempo que quiseres e precisares? Que pergunta e que nunca te fizeram? Cuja resposta iria revelar uma parte de ti. Que tu gostavas que o mundo conhecesse.

 

Mariana Ribeiro 00:37:36
Que eu gostava que conhecessem.

 

Diogo Pires 00:37:39
Sendo que tu comunicas diariamente para milhares e milhares e milhares. Sim.

 

Mariana Ribeiro 00:37:42
Isso não é fácil, porque eu acho que sou um livro aberto, ainda para mais com o meu podcast. Eu falo de de muita coisa que se passa, seja nos meus negócios, seja na minha vida, na minha vida pessoal.

 

Mariana Ribeiro 00:37:54
Mas curiosamente, Eu também faço perguntas finais no meu podcast e há uma que que eu fiz ao meu último convidado. É que normalmente essas perguntas não são feitas de volta a mim, né? Então eu nunca acabo por responder. E a uma pergunta que eu não respondi e que eu acho que iria revelar algo sobre mim, que se eu pudesse mudar uma coisa na minha vida, fazer uma mudança, pedir um desejo neste momento para mudar alguma coisa na minha vida, o que é que seria?

 

Diogo Pires 00:38:30
Esqueci me de dizer uma coisa eu não devolvo as perguntas. É mesmo só para ficar a pergunta no ar. Porque acredito? Porque acredito que a próxima pessoa a entrevistar te vai fazer um ótimo trabalho de campo e vai ouvir este episódio até ao fim. E por isso vai começar a próxima entrevista com esta pergunta. Mariana, muito obrigada por teres passado pelo manual de boas ideias e que tenhas gostado.

 

Mariana Ribeiro 00:38:50
Gostei muito. Obrigada e boa sorte.

 

Outro 00:38:52
Manual de boas ideias.

Relacionados

Subscreve o Podcast

Manual de Boas Ideias

com Diogo Pires