Um caderno para ter ideias sem medo de errar com Pedro Lopes (InfiniteBook)

Um caderno para ter ideias sem medo de errar com Pedro Lopes (InfiniteBook)

Neste Episódio

Pedro Lopes

Pedro Lopes, fundador do InfiniteBook, um caderno reutilizável ao estilo de um quadro branco, onde podemos escrever, apagar e reescrever quantas vezes quisermos. Um caderno que não nos julga, e onde podemos ser livres para errar.

Show Notes

Neste episódio do Manual de Boas Ideias, converso com Pedro Lopes, fundador do InfiniteBook, um caderno reutilizável que funciona como um quadro branco portátil. O Pedro compartilha a sua jornada empreendedora, desde a criação do produto após o 12º ano, até ao sucesso na Amazon. Discutimos os desafios de equilibrar estudos e negócios, a importância de um espaço criativo e a liberdade de errar. O Pedro destaca ainda a relevância do crowdfunding, a necessidade de uma equipa complementar e a redefinição do sucesso como liberdade e estabilidade financeira.

Plataformas de Crowdfunding abordadas durante o episódio:

Transcrição

As transcrições são geradas automaticamente, com recurso a Inteligência Artificial. Podem conter erros.

Intro 00:00:00
Manual de Boas Ideias um podcast sobre pessoas por trás de negócios brilhantes, com Diogo Pires

Diogo Pires 00:00:07
De volta para mais uma conversa no Manual de Boas Ideias. Olá, bem-vindos! Se este é o primeiro episódio que ouvem, então o meu nome é Diogo Pires e acompanhem me nesta viagem, talvez um bocadinho rebuscada que quero fazer para começar este episódio. Eu, enquanto aluno, escrevi em quadros de giz quadros interativos e algures pelo meio, quadros brancos, pouco interativos, nada inteligentes, sabem? Mas olhem, pelo menos estava mitigada aquela possibilidade de voltar a ouvir um giz ranger no quadro. Se não era o pior som de sempre. Tenho boas memórias de quando iam ao quadro se responder ou não, quem é que nos pode julgar? Ou éramos escolhidos meio que contrariados pelos professores, ou então voluntariado mo nos numa espécie de ato heroico para irmos ao quadro. No fundo, só para deixar a nu a nossa sabedoria ou a falta dela. Sejamos honestos, eu acredito mesmo que essas idas ao quadro sejam as memórias mais longínquas que tenho de estar numa situação de julgamento quase público, sabem? Era a sala inteira a olhar para nós quando estávamos ali.

Diogo Pires 00:01:15
Ora, o meu convidado neste episódio é alguém que criou algo muito parecido a um quadro branco, mas portátil, que podemos guardar na mala, na mochila ou encaixar numa prateleira lá de casa para depois voltarmos mais tarde. O meu convidado é o Pedro Lopes, fundador do Infinite Book, um caderno reutilizável ao estilo de um quadro branco onde podemos escrever, apagar e reescrever quantas vezes quisermos. Um caderno que não nos julga e onde podemos ser livres para errar. Descrição poética Sim, para um produto particularmente simples. E se não, é na simplicidade que por vezes são os maiores rasgos de genialidade. Eu digo isto porque o Infinite Book foi pouco tempo depois do lançamento. o artigo mais vendido na sua categoria na Amazon, a maior loja do mundo. E nós estamos a falar de do top português? Não, não. Top mundial mesmo. Nada disto teria acontecido se as férias de verão pós 12.º ano tivessem sido diferentes para o Pedro e Infinito.

Pedro Lopes 00:02:16
Foi fundada em 2014, portanto foi antes de eu entrar para a faculdade mesmo.

Pedro Lopes 00:02:20
Foi no final do 12.º ano, pois tivemos as férias de verão e lançámos o crowdfunding nessas férias de verão. Antes a universidade e eu tinha me candidatado. Nem sei qual era a ordem, mas acho que era para a gestão Engenharia Eletrotécnica. A seguir entrei em eletrotécnica na FEUP, coisas um bocado diferentes, mas tive sempre essas duas duas paixões e tive um ano na FEUP com isso em letra. Depois a empresa foi crescendo, Entrei no UPTEC no Programa de Aceleração do MEC. E percebi que não ia conseguir fazer aquilo, não ia dar. Entretanto entrámos na Fnac. Começou a haver muito trabalho, muita coisa e eu interessei me completamente do curso. Fiz uma cadeira ou outra porque gostava daquilo e depois deixei ir. Deixei de ir e andei muito tempo a querer terminar aquilo e querer terminar um curso pela só porque sim, o que acabou por não acontecer. Mais tarde convenci me que não era preciso. Entretanto mudei para. Fiz umas cadeiras extra externas de aluno externo na FEP de Gestão. Consegui fazer aquilo, mas disse não vou conseguir a engenharia e voltei no ano a seguir para lá e depois disso não vai dar.

Pedro Lopes 00:03:37
E voltei para depois e depois pedir transferência mesmo a sério, pois estou na FEP, certo? Onde fiz as cadeiras que achei importantes para o negócio. Conheci muitas pessoas o quais foram principalmente contabilidade, Direitos, contratos e sociedades. Fiz mais cadeiras, fiz de finanças, fiz coisas mais práticas, digamos. Onde eu quando eu estava nas aulas, conseguia perceber Ok, vou conseguir implementar isto na empresa e tirava muito mais proveito daquilo que estava a ver, mas depois as outras acabaram por tinha que estudar muito mais e já não dava e fui deixando aos poucos. Depois congelei e acabei por pensar ok, não vai dar.

Diogo Pires 00:04:21
Foi muito difícil conciliar o negócio e estudar ao mesmo tempo.

Pedro Lopes 00:04:26
Foi porque eu queria fazer os dois e queria ter o melhor dos dois. E é um bocado impossível. O melhor dos três da vida académica de estudar e da empresa.

Diogo Pires 00:04:34
Pois é que tu ainda pões aí a vida académica, não é? Também não é muito tempo.

Pedro Lopes 00:04:38
Portanto só fui para uma Queima das Fitas na altura de estudante, depois fui a seguir, mas é um fez com com outro sofresse.

Pedro Lopes 00:04:49
Quando tentamos fazer muita coisa ao mesmo tempo, Bem, nunca vai dar, nunca vai dar certo. Foi essa uma das razões que deixei a faculdade porque pensei que. E tive a certeza E hoje tenho a certeza que foi uma boa escolha. Que evoluir. Eu ia evoluir muito mais se metesse 100% do meu foco na empresa do que se metesse 100% do meu foco na universidade, no curso de gestão, porque no fundo estava pronto. Posso fazer uma pós graduação, o que for, e a empresa tem o timing certo. Tinha a escala certa, portanto foi por aí.

Diogo Pires 00:05:23
Posso só pedir mais um bocadinho? Microfone à vontade? Sim, sim. É que nem eu estava a conseguir ver.

Pedro Lopes 00:05:30
Boa.

Diogo Pires 00:05:34
Pergunta Olhando para essa altura da tua vida, que estratégias é que tu podes passar a alguém que está a estudar e quer lançar o seu negócio ao mesmo tempo?

Pedro Lopes 00:05:43
Não faça.

Diogo Pires 00:05:45
Isso. É o melhor. O melhor conselho.

Pedro Lopes 00:05:48
Não é verdade? porque eu acredito que há vários rumos para seguirmos para quem quer.

Pedro Lopes 00:05:57
O tipo de pessoas, são diferentes. Não somos todos feitos para ser empreendedores, não somos todos feitos para seguir uma vida académica. Não somos todos feitos para trabalhar para uma empresa grande, para o que for uma empresa pequena. Portanto, cada um de nós tem a sua forma de estar na vida e as coisas que quer fazer. E acho que não podemos forçar certas coisas. E há muitas pessoas que forçam ser empreendedores e acabam por aquilo não funcionar porque é preciso levas muito no pêlo, é preciso ter até mesmo força para aquilo e querer muito. E enquanto estás a fazer um curso, alguma coisa vai sofrer e pá. Mas se quiseres mesmo, eu não gosto destes conselhos porque não faz sentido. Depende muito das circunstâncias de cada um, se da situação financeira, do background, dos pais, da família e o que for. Porque não se abandona um curso de animo leve, não se cria uma empresa de ânimo leve. Claro que com a minha idade, quando comecei, não tinha nada a perder. Podia começar o curso aos 25, sei lá.

Pedro Lopes 00:06:57
Mas acho que é importante não generalizar estas coisas nem dar conselhos. Porque não?

Diogo Pires 00:07:03
Se não é igual para igual.

Pedro Lopes 00:07:05
Para todos, é preciso viver mesmo caso a caso. Para nós vai dar.

Diogo Pires 00:07:09
Tu falaste aí da questão do background e eu gostava de te perguntar achas que alguma coisa na tua trajetória enquanto empreendedor teria sido diferente se não fosses de Viseu? O que é que a tua infância, a tua juventude trás? O que é que tu trouxeste dessa dessa altura da tua vida? Para o Pedro, empreendedor de hoje?

Pedro Lopes 00:07:31
Eu acho que eu já fui pensando um bocado nisso que eu neste momento a viver no Porto, Quer dizer, tou no Porto, mas ando meio meio porto de Viseu porque temos a empresa em Viseu também em produção lá. E pensei muito nisso. de que eu estando numa grande cidade. Teria aprendido as coisas da mesma maneira que aprendi estando em Viseu ou não. E teria me aborrecido da mesma maneira para querer criar as minhas coisas. Ou não, Porque eu acho que isso, isso foi o mais importante da minha experiência de ter estado no meio mais pequeno.

Pedro Lopes 00:08:06
Foi primeiro a ter espaço. Podia inventar as coisas, criar vontade, mexer na sala, cenas de electrónica, de madeira, de poder experimentar um bocadinho de tudo. Depois há sempre aquele primo que tem uma loja de computadores e eu ia para a loja de computadores dele e montei o meu primeiro computador na primária. Portanto, esse tipo de coisas que acho que se calhar numa grande cidade não teria essa oportunidade. E depois tive tempo de me aborrecer, que eu acho que é uma das formas mais interessantes de criar coisas. E é só assim que surgem boas ideias, que é quando não temos nada para fazer, estamos a olhar para o céu, a ouvir os passarinhos, a tentar criar a nossa própria diversão. E surgem ideias giras porque percebemos que há aqui um problema ou temos aqui uma necessidade qualquer. E por acaso surge uma ideia muito fixe.

Diogo Pires 00:09:00
A cena de eu estava a ouvir e estava a pensar também no meu contexto. Eu cresci no Alentejo, numa cidadezinha ponte de Sor e é algumas das ideias que mais gozo me deram.

Diogo Pires 00:09:15
Nasceram primeiro nas férias de Verão e porque estava aborrecido, tal e qual.

Pedro Lopes 00:09:21
É muito bonito e acho que está se a perder um bocadinho esse aborrecimento até nos pequenos centros, porque telemóvel é tic tac infinito. Portanto desligamos o cérebro ali um bocado e estamos sempre entretidos. Sim, e é muito importante. E eu tento cada vez mais afastar me, afastar me disso, fazer ter um tempo para mim sem aquele ruído posto imposto pelos outros no nosso cérebro. Então, para criarmos coisas, coisas diferentes.

Diogo Pires 00:09:54
Como é que tu fazes isso? Como é que tu desligas? E o que é que. No que é que consiste esse processo para ti?

Pedro Lopes 00:10:01
Imagina, há alturas em que eu percebo tudo tão em piloto automático, quase sinto uma névoa no cérebro que está a ocupar qualquer coisa, ocupar espaço e não consigo pensar como deve ser. E eu, muitas vezes a estratégia que eu utilizo mais é só simplesmente eu costumo ter em vez. Eu tinha isso agora no Porto não tenho tanto espaço. Tento remediar de alguma maneira, ter uma secretária só com um candeeiro e sem nada em cima, e cadernos ou cadernos ou folhas no infinito.

Pedro Lopes 00:10:30
Books de preferência. Sim, é só estar sentado a olhar para aquilo. Eventualmente vais querer começar a escrever coisas, vais ser obrigado a pensar em coisas confortáveis que não gostas. O pessoal tenta fugir um bocadinho hoje em dia a pensar porque pensar cansa e dói. E leva te para sítios que tu às vezes não queres ir, mas tens que ir para resolver os teus problemas e criar novas soluções, então é quase uma obrigação mental. Ok, eu sinto esta névoa. Preciso libertar o cérebro, limpar isto. Sento me na cadeira e eu normalmente a minha forma de fazer isso é escrever sem rumo, só começar a escrever e ir por no cérebro levar e acabo por depois nesse processo, surgirem coisas e sentir me muito melhor no final.

Diogo Pires 00:11:24
Tu falaste o Infinite Book? Obviamente que vamos falar do infinito book e o teu produto é um sucesso. E a certa altura eu já não sei. Acho que vi uma entrevista, ou ouvi ou li, aliás, uma entrevista que tu deves ter dado aqui há uns tempos, com uma forma muito inteligente e quase poética de descrever o Infinite Book como um caderno para não se ter medo de errar.

Diogo Pires 00:11:57
Eu acredito que já tinha respondido a esta questão algumas vezes. Mas como é que tu chegas a esta ideia? Como é que tu chegas à ideia do Infinite Book.

Pedro Lopes 00:12:05
A ideia a vários estados da situação, o surgimento da ideia e depois eu a tentar racionalizar porque é que ela surgiu, mas como surgiu e quando foi muito numa perspetiva de primeiro eu. Nessa altura, no final do 12.º ano, andava à procura de ideias, coisas para fazer. Eu tinha. Tinha começado a fazer um site do género do skill share. Não sei se conheces que é uma outra forma, quase.

Diogo Pires 00:12:40
De.

Pedro Lopes 00:12:41
Pessoal que sabe fazer qualquer coisa. Dá uma formação lá tu e não precisas de ser um certificado profissional. Então eu na altura queria fazer algo desse género. Tenho um site mais ou menos montado, ainda está live, mas nem funcionou nada de jeito e acabei por nesse processo todo a perceber que primeiro usavam muito os quadros brancos e gostava de arriscar em todo o lado e e também no estudo e nunca gostei de estudar muito com com lápis nos dedos.

Pedro Lopes 00:13:17
Na folha temos sempre aquele medo subconsciente de errar e as coisas Não és livre e não estás livre a escrever. Com a caneta isso acontece o mesmo e o quadro para mim sempre foi a solução perfeita. Então tinha lá um quadro no meu quarto e estudava em pé nesse quadro. fazia, fazia uns pensamentos, estudava. Aí escrevia nos vidros ou escrevo nos vidros de casa. Portanto, não é muito difícil, mas dá para apagar a 100% e surgir um bocadinho com isso. Ok, tenho aqui o quadro. Isto é pequeno, não é portátil. Tem que haver uma solução para levar comigo para todo o lado. Andei a pesquisar, não encontrei nada e acabou por surgir a ideia de pegar nesse quadro e transformá lo num caderno, em algo portátil que andasse comigo para todo o lado que me permitisse. Começou por ser para estudar porque a matemática 12.º ano, errava um bocado, errava muitas coisas, então dava jeito apagar. Dava para não chorar também, Mas mesmo assim. E começou por aí sim. Depois, com o tempo, comecei aqui a perceber E o que é que isto era para mim? O que é que isso significava para mim? O produto é um netbook e acabou por ser mais uma uma ferramenta de liberdade, uma ferramenta de criatividade.

Pedro Lopes 00:14:33
Algo que me deixa ser livre, que não, que não, não me vai julgar. Claro que é um bem e um bem material. Não me vai julgar pelos meus erros, porque não vai ter. Não tem consequências. Pode escrever a vontade e apagar a vontade sem estar com aquele medo subconsciente. É, e acho isso muito interessante, porque os nossos clientes dizem nos isso também. Há até um fundador. Agora há pouco tempo eu pus um post qualquer no LinkedIn a falar do início da Infinite Book e tem lá um comentário de um fundador de uma startup agora que está agora na moda, no tictac, que me disse que usou o infinito como uma ferramenta para o ajudar num momento muito bom da vida dele. É importante e é para isso que aquilo foi criado. É por isso que o infinito foi criado e pode não ser um caderno, pode ser outros produtos que vamos lançar ou outro tipo de coisas. Mas a nossa ideia vai ser sempre essa, essa ideia base de querer facilitar a inovação, a criatividade, de gerar, gerar coisas bonitas.

Diogo Pires 00:15:36
Como é que foi o processo de pesquisar? Como é que conseguimos criar um papel que não é um papel e meio que um quadro branco? É um híbrido entre os dois. Como é que foi esse processo?

Pedro Lopes 00:15:47
E foi. Foi fácil porque tive a felicidade do meu pai conhecer um dono de uma gráfica. Então, esse é um dos pontos do background que é importante. Quando decidimos largar, ir para o negócio ou largar a faculdade ou não, é importante percebermos. E eu tive essa sorte ter alguns contactos, tivesse contactos da gráfica, tive contacto contabilistas, então consegui logo abrir a empresa. E não fazer muitas asneiras ao início. Sim, descobri esse esse. Essa forma de fazer. Experimentámos várias coisas com essa pessoa da gráfica. Experimentámos várias canetas, vários marcador que também funciona com com este marcador. Portanto, encontrámos aqui um um fit perfeito entre ambos os materiais, tanto o papel, papel como o marcador e o produto. Demorámos dois três meses a fazer isso e depois foi.

Diogo Pires 00:16:50
Foi relativamente rápido. Boa a importância que que o background pode ter no desenvolvimento e na inovação, sobretudo que é aquilo que aconteceu aqui.

Pedro Lopes 00:17:00
O pessoal esquece disso, mas é mesmo muito importante.

Diogo Pires 00:17:03
Vocês fizeram uma campanha de crowdfunding como falavas há pouco para lançar o Infinite pouco no mercado. O crowdfunding é uma boa forma de avaliar a viabilidade de um produto.

Pedro Lopes 00:17:15
Eu acho que é ótimo, pelo menos na altura. Eu agora não sei como é que afastei me um bocadinho disso, mas na altura foi. Foi incrível porque nós na prática eu criei isto para mim. Eu criei o produto para mim, Só que eu não não queria gastar dinheiro nem tinha dinheiro para gastar a desenvolver o produto. Então eu até hoje gastei 15 € no infinito. Uau! Sim, e foi comprar as minas que na altura depois aquilo começou a dar dinheiro. Mas crowdfunding? É ótimo porque temos ali, sem compromisso com um MVP, um produto mínimo viável. Conseguimos perceber o que é que o público acha da nossa ideia e no fundo, não há nada a perder em fazer um Cross Fanning. Sim, nós cometemos, Não sei. Um dos erros que eu acho que nós fizemos ao início foi não ter ido logo para fora com força e fizemos o crowdfunding numa campanha portuguesa, O PPL.

Pedro Lopes 00:18:10
Eles estão incríveis. Eu gosto muito deles. Eles falam no nosso caso de sucesso muitas vezes nas palestras deles. É verdade.

Diogo Pires 00:18:15
Eu vejo várias.

Pedro Lopes 00:18:16
Vezes, mas. Mas foi se calhar um erro nosso. Não temos ir para um Kickstarter por exemplo, pela escala que isso nos traria, Mas sim, foi incrível. Conseguimos 185% do montante, Tínhamos pedido.

Diogo Pires 00:18:29
185%, quase o dobro daquilo que vocês procuraram.

Pedro Lopes 00:18:33
Pedimos mesmo muito pouco. O que vocês pediram? Nós pedimos 1.250 €.

Diogo Pires 00:18:37
Ok, mas é que eram os teus planos quando pediste 1.250 €. O que é que tu querias fazer aí?

Pedro Lopes 00:18:42
Aquilo estava, acho que era fazer 50 ou 100 cadernos, algo assim. Registar a empresa, que são 300 e poucos euros. Encomendar as primeiras canetas e não sei, acho que era por aí. E a.

Diogo Pires 00:18:57
Partir daí.

Pedro Lopes 00:18:59
Não pensei muito nisto. Foi e foi acontecendo muito, muito, muito naturalmente das coisas. Então eu estava nas férias de verão, fiz o crowdfunding a zero, deu e tenho empresa porreiro, senão vou para a faculdade agora daqui a dois ou três meses e logo se vê.

Pedro Lopes 00:19:17
Felizmente funcionou e caiu uma empresa nas mãos que já tenho alguns aninhos.

Diogo Pires 00:19:22
Sim. Olha, eu vi te dizer numa entrevista que tiveste recentemente que facturas te cerca de 700.000 €. No ano passado a Infinite faturou este valor. Desde a minha conversa com a Catarina Barreiros no início desta temporada aqui no manual que eu penso muito nesta questão da responsabilidade de gerir muito dinheiro, certo? Dá me a tua perspetiva. É mais fácil gerir um negócio que gera mais dinheiro ou menos dinheiro.

Pedro Lopes 00:19:51
Depende porque tu tens o gerir o negócio e gerir quase uma empresa contigo. Se estiver a gerar pouco dinheiro, essa é mais fácil, com mais dinheiro, como é óbvio é tudo mais fácil. Os problemas não são tão problemas, podes arriscar mais vezes, podes errar mais vezes. Portanto, não é one shot e se não funcionar, é fechar portas. Portanto, mais dinheiro é sempre bom, em parte porque dá liberdade, mas não sei. E são várias fases. Acho que eu achei muito giro o início, porque quando entrava no país dois ou 3.000 € por mês, seis, sete.

Pedro Lopes 00:20:30
Também foi crescendo um bocado, um bocadinho rápido porque não estava a pensar nisso. Não sei, mas eu acho que sinceramente nunca pensei muito nisso, porque é um processo gradual a crescer. É muito difícil gerir muito dinheiro se cair todo de uma vez. Se, por exemplo, alguém fizer levantar investimento e queiram os milhões na conta. E agora, o que é que eu faço? Isto tem que contratar centenas de pessoas, tem que fazer isto e aquilo e acaba se um bocado mais complexo. Como isto foi um processo de crescimento sustentável. Fui me adaptando e não sei.

Diogo Pires 00:21:06
Eu penso sempre nesta coisa de gerir muito dinheiro e o peso da responsabilidade que trás gerir muito dinheiro, muito associado a esta questão que tu falavas aí do risco o arriscar. Há mais margem para arriscar, arriscar, querer arriscar é uma característica essencial para um empreendedor.

Pedro Lopes 00:21:25
Sim, não tem atenção que nós não temos muito dinheiro. A nossa escala não é de muito dinheiro, portanto o nosso risco continua a ser um bocado alto. Mas sim, arriscar e arriscar é importantíssimo.

Pedro Lopes 00:21:41
Acho que tens que arriscar numa outra hipótese, principalmente quando tens pouco ou houve uma. Um dono de uma agência que quando fizemos o rebranding para Infinity Book que me disse que ou és criativo ou tens dinheiro na comunicação e é, é um bocado um bocado isso. E para ser criativo tens que arriscar muito, tens que fazer coisas que podem não funcionar. Podes ser chamado de ridículo, mas tens que ir porque não há outra forma. O dinheiro não vai cair do céu, portanto tens que arriscar muito, tens que arriscar nisso. Tens que arriscar falar com pessoas, tens que arriscar ouvir nãos. Tens que arriscar. é querer manter a empresa aberta. Tens que arriscar a manter esse estilo de vida de empreendedor, portanto, o risco faz parte. Faz parte do meu dia a dia, do dia a dia, de qualquer qualquer empreendedor. Mas acho que uma outra forma de fazer as coisas.

Diogo Pires 00:22:32
Já me contaste um bocadinho da tua história. O Infinite Book foi o primeiro produto que criaste.

Pedro Lopes 00:22:37
Produto físico? Sim, também quando há sete anos não conseguia criar muito mais, certo?

Diogo Pires 00:22:42
O que é que.

Diogo Pires 00:22:43
O que é que fizeste antes do infinito? Porque mesmo que tivesses 17 anos na altura, agora disseste primeiro produto físico sim, e outras coisas mais.

Pedro Lopes 00:22:52
Criadas no género. Sim, sim, sei.

Diogo Pires 00:22:57
Que nunca avançou.

Pedro Lopes 00:22:58
Não sei online, mas tenho lá dois tutoriais. Não, não está online só porque sim. Aqui no wordpress de borla tenho lá dois tutoriais de Photoshop. Portanto, o que eu fiz antes e acho que me deu um bocado de ferramentas que se calhar hoje em dia já não são precisas com a evolução tecnológica, mas na altura a energia era importante. Eu fiz muitas coisas. Com os computadores, desde a parte de montar o computador, desde editar fotos e vídeos na primeira, programar minimamente, sim.

Diogo Pires 00:23:34
Foi assim que eu comecei também a fazer aquilo que falava há pouco a agência que tenho hoje. Sim, sim, sim.

Pedro Lopes 00:23:40
Sim, ela está. Mas hoje em dia se calhar isso já não é tão importante, porque há muitas ferramentas não disponíveis e más. Mas em 2014 não era ainda.

Pedro Lopes 00:23:48
Eu às vezes dou.

Diogo Pires 00:23:49
Por mim a pensar o que é que eu agora vou fazer com este conhecimento que eu tenho efetivamente hoje em dia, com a quantidade de plataformas na cloud e com a rapidez com que se criam um MVP, mesmo em termos de site e aplicações. Eu fico só a pensar e agora eu sei, eu sei.

Pedro Lopes 00:24:03
Programar mais ou menos. Não é muito dar ordens.

Diogo Pires 00:24:07
É que hoje sei programar. Eu não programo, mas eu vendo código. Só que eu vendo código que não é, não é escrito por mim. Exato.

Pedro Lopes 00:24:13
Sim, está a ficar um bocado complexo. Mas sim, comecei. Comecei por aí, depois a fazer. Fazer coisas em madeira, desmontar tudo. Os meus pais estavam sempre a dar me na cabeça por estar a desmontar aparelhagens e amplificadores e portanto, tentar perceber como as coisas funcionavam. Sim, sempre tive essa curiosidade de descobrir como é que o mundo funciona e acho que também essa é. Uma das vertentes do empreendedorismo. Curiosidade porque queres saber mais? E tens que ser curioso.

Diogo Pires 00:24:49
Por isso é que lá está também há tantos fundadores de empresas que são que têm background em engenharia também. Sim.

Pedro Lopes 00:24:56
Porque é isso que queres perceber, como é que funcionam. Fazes tu? Aprendes melhoras ou ouves feedback, voltas, melhoras. Acaba por ser. Acaba por ser esse ciclo, essa, essa curiosidade de ver qualquer coisa na internet, uma notícia qualquer e vais pesquisar a fundo. Eu tenho esse problema grave de vez uma coisa que não conheço Alguém diz alguma coisa que eu não sei e entro numa espiral um bocado sem fim de pesquisar aquilo até até não dar mais. Acho que posso ser visto como problema ou não. Depende das pessoas que estão ao meu redor, talvez sim.

Diogo Pires 00:25:31
Das pessoas que estão ali a julgar. Não é exato, mas.

Pedro Lopes 00:25:34
Mas é giro e isso acaba por ser uma vantagem.

Diogo Pires 00:25:36
Sem dúvida.

 

Pedro Lopes 00:25:37
Para a empresa.

Diogo Pires 00:25:39
Concordo a 200% contigo. Tenho uma última pergunta para fazer sobre o infinito pouco antes de avançarmos. O Infinite Book é este produto de sucesso? Tu nunca pensaste? E agora, o que é que vai ser o próximo?

Pedro Lopes 00:25:59
Todos os dias, Todos os dias.

Pedro Lopes 00:26:02
Ainda estou a pensar, Estou a pensar nisso. Porque é um bocado. Há um limite, não é? Há um limite do infinito. Uau!

Diogo Pires 00:26:15
Poético? Que poético, Exatamente. Mas faz todo o sentido. Porque.

Pedro Lopes 00:26:21
Repara, nós vendemos um produto que não acaba.

Diogo Pires 00:26:23
Pois essa é uma. Essa foi uma das coisas que me passou pela cabeça. Como é que isto é um negócio rentável? Porque é um.

Pedro Lopes 00:26:29
Negócio.

Diogo Pires 00:26:29
Contudo, eu vejo por mim, sim. Se eu escrevi qualquer coisa que acho que faz sentido guardar, eu não vou apagar.

Pedro Lopes 00:26:40
O pessoal faz scan e depois apago, não explicando. Aqui o nosso problema é o problema entre aspas. Em O Futuro, o infinito não acaba. É um produto muito resistente e tem qualidade. E tenho. Tenho clientes que nos dizem, contentes, que têm o produto há nove anos. É boa, pois há nove anos que não recebo.

Diogo Pires 00:27:04
Uma coisinha assim mais agridoce.

Pedro Lopes 00:27:06
Exato. Sim, eu fico muito feliz, Mas. Mas acabo por me preparar para a sustentabilidade no negócio.

Pedro Lopes 00:27:12
Acaba por ser um negócio e, como é óbvio, ser um bocado complicado. Então o que é que nós fazemos? Nós tentamos inovar sempre de alguma maneira, criar um ecossistema com os nossos clientes através de acessórios consumíveis. Acreditamos que as pessoas estão a utilizar o Infinite Book, vão gastar canetas, vão gastar sei lá, várias coisas. Lançámos agora um infinito bulk modular, portanto dá para trocares as folhas, trocares as capas, as argolas. E no fundo estamos a tentar criar em primeiro, criar ferramentas mais úteis. Portanto, eu tenho um caderno que este interior já não faz sentido para a minha vida agora, então vou meter um planner. Vamos ter um campo de futebol, vou meter lá o que for e compro as folhas e troco. Portanto, é muito mais fácil. 1A1, as pessoas têm de gastar menos dinheiro para essa troca do que tiverem que comprar um caderno novo, então outro fora desperdício e um conjunto de situações. E depois a parte do ecossistema de criar produtos complementares. E é isso que estamos agora a fazer.

Pedro Lopes 00:28:21
Que façam, como disse ao início, de que vão de acordo ou que nós, aquilo que nós acreditamos enquanto negócio, na parte de serem ferramentas para nos melhorarem e para nos ajudarem a criar coisas. E é por aí que vamos ter que ir. Sem dúvida é estrangeiro, forte, estrangeiro, forte, porque Portugal está saturado e já estamos aqui há muitos anos. Muita gente já conhece, já compraram e.

Diogo Pires 00:28:50
Já nove anos e está satisfeito e está.

Pedro Lopes 00:28:52
Satisfeito.

Diogo Pires 00:28:54
Pedro Ao longo da primeira temporada do Manual de Boas Ideias, nós fomos recebendo muito feedback. Eu em todos os episódios, no início ou no fim, eu peço sempre para me darem feedback. Tu disseste me que vinhas na viagem a ouvir um dos episódios da primeira temporada, portanto já deves ter dado conta que estou constantemente a pedir este feedback e nas mensagens que foram chegando houve muita gente a dizer que tinha tirado as suas ideias da gaveta e houve tantas outras a perguntarem me por onde é que eu começo. E é por isso que nesta temporada decidi criar aqui uma rubrica chamada Action Plans, onde pergunto a cada convidado quais é que seriam os passos essenciais a dar.

Diogo Pires 00:29:34
Se hoje tivesses tu o Pedro de relançar o teu negócio do zero, um negócio do zero que passa que davas.

Pedro Lopes 00:29:44
O primeiro passo e não lançar.

Diogo Pires 00:29:48
Como assim?

Pedro Lopes 00:29:49
Mas não. Não no sentido de desencorajar as pessoas, mas no sentido de pensares se é mesmo isto que queres e que gostas. Isto porquê? Porque vai ser a tua vida durante os próximos tempos vai demorar. Normalmente demora muito a ter sucesso. Se tiver, porque há uma probabilidade enorme de falhar, de não funcionar. Embora tire sempre nas aprendizagens. Podes deitar fora só cinco ou seis anos da tua vida, dois ou três, o que for. Portanto, acho que é um bocado importante o pessoal querer mesmo é gostar mesmo daquilo que está a fazer. Eu gosto mesmo disto. Eu adoro. Estranhamente, adoro papelaria, que é uma coisa que não faz muito sentido.

Diogo Pires 00:30:35
Então não faz.

Pedro Lopes 00:30:36
Eu adoro entrar numa, numa simples, numa almar, o que for, numa papelaria pequenina, aquele cheiro de livros que adoro entrar numa gráfica, o barulho das impressoras daquelas impressoras gigantes.

Pedro Lopes 00:30:47
E eu adoro, adoro esse mundo, portanto é uma coisa que que eu gosto de estar e se não gostasse já tinha desistido, porque é muito complexo e complicado. Mas passando essa fase de Ok, vou assumir que vou levar porrada durante os próximos anos. Vou. Então o que é que eu fazia tendo essa ideia? Porque acho que forçar é sempre um bocado complexo, mas por norma os melhores negócios são os que vão resolver algum problema. Os melhores são os que são consumíveis e que não são infinitos. Os melhores são os que não se estragam.

Diogo Pires 00:31:26
Sim.

Pedro Lopes 00:31:26
Que consegues armazenar e não estraga. Tem uma cadeia logística. Eu vou falar nos negócios físicos, porque é o que eu sei. E é o que eu faria. Farei igual crowdfunding direto. Fazia um vídeo todo bonitinho. Hoje em dia qualquer telemóvel tem uma qualidade enorme, muito melhor do que aquela que nós gravámos. O vídeo do crowdfunding na altura tinha para o Nokia Lumia 700 e não sei o que é que aquilo vai ter três megapixels de câmera.

Pedro Lopes 00:31:54
Portanto, hoje em dia há condições para criar um bom crowdfunding, uma boa campanha com tantas ferramentas ai o que for, usava ai para tudo. Um chat GPT para ajudar em tudo, embora sabendo filtrar muito bem, mas auxiliar nos no processo estrangeiro, logo não começava por Portugal. É triste e chato, mas somos muito poucos, temos pouco dinheiro, embora eu adoro fazer negócios em português, falar com pessoas aqui, ver no meu dia a dia as pessoas utilizarem os produtos. Passamos 10 milhões e temos um ordenado médio horrível, pouco poder de compra, portanto tirar para fora dá o mesmo trabalho na prática, portanto, podemos ter o mesmo trabalho para 10 milhões ou para 260 milhões, o que for. Portanto, eu prefiro 60 milhões de pessoas. Isso é pequenino lá no meio. Fazia por aí logo depois que Fanning funcionou, temos um MVP. Agora vamos criar, vamos lançar isto e oferecer o produto às pessoas, porque funciona assim vamos produzir. Depois, há uma coisa muito importante. Idealmente, eu não começaria sozinho.

Pedro Lopes 00:33:13
Eu não comecei sozinho também.

Diogo Pires 00:33:15
Ok, por quê?

Pedro Lopes 00:33:17
É mais fácil estiverem dois ou três do que são. Acaba por ser aquela velha.

Diogo Pires 00:33:22
Máxima do PT ginásio não é? Alguém está contigo? Sim, sabes que tens um compromisso.

Pedro Lopes 00:33:26
Quando não está em baixo, outro apoia e vice versa. Acaba por ser um bocado desgastante, porque, imaginam, não tenho ninguém para culpar de nada. Isto não está funcionando. Está a vender, Sou eu, Está a vender, Sou eu. Não me posso queixar ao chefe. Não posso, não. Quer dizer, posso não ir trabalhar, mas é chato, É chato, não é recomendável. As pessoas também estão à espera que eu dê resposta a quem trabalha comigo. Portanto, não há. Acaba por ser um bocado solitário este percurso quando estás à frente de uma empresa. Porque, independentemente de tudo e da proximidade que tenhas com as pessoas que trabalham contigo, há problemas que nem deves ou não queres ou não faz sentido partilhar com todos e que essas pessoas também não vou identificar com eles porque não é deles, não está aqui ninguém, não está.

Pedro Lopes 00:34:19
Não sou eu, não são eles que têm a perder ou a ganhar muito se funcionar. Portanto, começava com uma pessoa muito, sempre que complemente a nível de conhecimentos. É chato fazer as vezes a mesma coisa. Isso para mim acho que é a coisa mais complicada, porque ter uma boa equipa, qualquer produto, qualquer produto no mercado está feito. Mas sim, começava por aí. Depois deixa ver se eu tenho aqui alguma coisa. Nas minhas, nas minhas pequenas cábulas. Sim, claro. Eu meti MVP Basic depois de estar a ouvir mudar de estar a ouvir, mudar e fazer isso para sempre. Acho que é o que é o que acabamos por fazer na Infinity Book. Aqui sim, já vou dizer aqui umas coisas, mas assim que aparecer isso de ouvir os clientes a ouvir o feedback e perceber o que é que estamos a fazer mal ou bem. Claro que aquela frase que do Word que dizia que se ouvisse as pessoas fazia cavalos mais rápidos. Mas temos que ouvir em parte e juntar com as nossas ideias e com o que nós queremos levar a empresa e adaptar e tentar fazer uma coisa melhor, porque vai ser muito arriscado inventarmos algo completamente do zero e que as pessoas vão gostar.

Pedro Lopes 00:35:34
Portanto, ir entrando devagarinho. E acho que é isso. Não há grande segredo, é só fazer. Contratar pessoas para te complementarem até estar numa escala diferente. Até tu não precisas de fazer nada, que é o que eu gostava já estar nesse nível, mas acho que é o passo a seguir em frente. E no meio disto tudo, viver um bocadinho. Eu tinha aqui esta parte a testar, testar, testar, viver um bocadinho, celebrar as pequenas coisas, porque acho que é pessoal. Esquece que os anos vão passando e eu felizmente fui conseguindo fazer isto que estou aqui a dizer para as pessoas fazerem, que é aproveitar os pequenos momentos, as pequenas vitórias e celebrá las, porque. Acabamos por só nos lembrar das coisas más durante este percurso. É um bocado chato porque aconteceram coisas muito boas. Então nessas coisas boas marcá las para para tornar isto mais mais divertido, senão um bocado seca. Temos que aproveitar isso e além disto, viver também fazer um bocadinho fora da empresa, porque também viver fora da empresa faz com que tenhas outra perspetiva.

Pedro Lopes 00:36:44
Acho que o Saramago dizia que precisamos de sair da ilha para para ver, para ver a ilha, para perceber a ilha. E acho que é. Acho que acho que é mesmo isso. Temos que estar de fora, afastar nos um bocadinho para conseguimos ter uma perspetiva a 360 sobre. Sobre a nossa empresa, no nosso negócio e depois voltar com força e implementar tudo. Acho que é isso, é tentar não ir à falência.

Diogo Pires 00:37:12
Essa é uma boa saída. No meio disto tudo.

Pedro Lopes 00:37:15
Esqueci uma coisa muito importante que o pessoal esquece agora que é vendas, vamos levantar dinheiro, vamos fazer não sei o quê, mas é preciso vender pessoal. Vendam coisas, vendam e com margem positiva depois.

Diogo Pires 00:37:29
Exacto, Há muita a muita variável aqui no meio, é verdade. Pedro, o que é que isto pode ser Agora um bocado filosófico Mas o que é que é isto? O que é que é sucesso para ti? Como é que tu pintas a versão mais bem sucedida do Pedro?

Pedro Lopes 00:37:45
O sucesso para mim. Já tive várias fases disso, sabes? Foi mudando a minha visão do sucesso ao longo longo dos anos.

Pedro Lopes 00:37:57
Começou. Era o dinheiro, o carro, a casa, a empresa. Não sei. Eu acho que só agora acaba por ser conseguir ir trabalhar com vontade todos os dias, ter calma, viver, não ter um cantinho para ninguém me chatear.

Diogo Pires 00:38:16
A tua secretária, a.

Pedro Lopes 00:38:17
Minha secretária, o caso, o que for. Eu gosto do alto, adoro muito. Então quero. Acho que sermos donos do nosso tempo sem preocupações acaba por ter sucesso. Isso vem com algum dinheiro, porque não consegues ser, ter tempo e ser livre se não tiveres forma de comer, não é? Claro, parecendo que não, é preciso e acaba por ser isso ser. Acho que ser livre acaba por ser o maior, o maior sucesso, o ser livre. Porque o ser livre é a consequência de tudo o resto, que são os mini sucessos que vão colmatar. Nesse de fazer o que eu quiser, de abrir o negócio que eu quiser, focar me neste projecto ou naquilo. Portanto, isso vai atingir de alguma maneira.

 

Pedro Lopes 00:39:07
Percebi que a parte financeira não é assim tão interessante quando trabalhas 16h00 a 07h00 por dia e não dormes e cheia de olheiras. Portanto, se calhar não é que o infinito, o que tenha gerado milhões, Não, não, Nunca na vida temos faturação acumulada de alguns milhões. Mas isso não é dinheiro palpável, não é? Há sempre muitos custos e, portanto, acho que acho que é isso. É ter liberdade, parece me. Mas amanhã se calhar tenho outra outra tua opinião, porque acho que é importante crescermos e irmos mudando as nossas opiniões com o tempo e com a aprendizagem que vamos tendo ao longo da vida?

Diogo Pires 00:39:50
Sem dúvida alguma. A última pergunta do no Manual de boas ideias é sempre esta. Se fosse de outra forma, que pergunta é que nunca te fizeram, Pedro? Cuja resposta iria revelar uma parte de ti que tu gostavas que o mundo conhecesse?

Pedro Lopes 00:40:10
Ótima questão.

Diogo Pires 00:40:11
Sendo que desculpa este este pequeno asterisco Toma o teu tempo à vontade, deixando aqui um asterisco. Eu peço te que não a respondas.

Diogo Pires 00:40:21
Peço te só a pergunta. Peço que não a respondas para que alguém que um dia oiça este episódio e que seja a próxima pessoa a estar aqui no meu lugar, a conversar contigo, que te possa fazer essa pergunta.

Pedro Lopes 00:40:32
Eu não sei, mas acho que nem sei se alguma vez me perguntaram, mas se se faria tudo outra vez de criar empresa aos 17 anos e todas implicações que isso traz ou separava um tempo de uns anos antes de começar a empresa.

Diogo Pires 00:40:49
Não te fazendo essa pergunta, sentes que perdeste alguma coisa pelo caminho? Não perdes.

Pedro Lopes 00:40:53
Sempre. Qualquer escolha que faças na vida vais ter consequências, boas ou más. Ganhas muito nos lados, perdes muito noutros e é o que é.

Diogo Pires 00:41:02
Ok, não estou a fazer aquela pergunta, Pedro, muito obrigada por teres aceitado o meu convite para vir até ao manual de boas ideias. Gostei muito de conversar contigo e muito sucesso para o infinito e para tudo aquilo que hás de criar depois. Obrigado, Obrigado.

Intro 00:41:17
Manual de Boas Ideias.

Diogo Pires 00:41:19
Gostaram da história do Pedro? Eu espero que estes episódios estejam a inspirar vos a criarem os vossos próprios produtos, a tirarem as vossas ideias da gaveta.

Diogo Pires 00:41:26
E no fundo, este episódio em particular que vos faça refletir sobre a capacidade que qualquer um de nós tem de, entre outras coisas, procurar financiamento junto da sociedade no seu todo, através de crowdfunding, por exemplo, como o Pedro fez para lançar o Infinity Book. Na descrição deste episódio tem os links para as duas plataformas de crowdfunding que falei com o Pedro no episódio o PPL que é uma plataforma portuguesa e o Kickstarter numa escala mundial. Estamos quase a chegar ao fim desta temporada e não sei se já deram conta. Estamos a uma conversa de terminar esta temporada de entrevistas no Manual de Boas Ideias. Na próxima terça feira, falamos sobre como começar um negócio entre mãe e filha, sobre como usar as redes sociais para difundir a marca e tirar uma vantagem positiva daí. E falamos sobre muito mais. Isso é seguro? Pelo meio ainda sai um novo sol. Portanto, olhem, o meu conselho para vocês é que subscrevam o manual de boas ideias na plataforma onde estão a ouvir este episódio, para não perderem os próximos.

Diogo Pires 00:42:29
Lembrem se de ativar as notificações para o podcast se estiverem a ouvir no Spotify e assim serão notificados sempre que um novo episódio estiver cá fora. Até ao próximo.

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Manual de Boas Ideias

com Diogo Pires