Neste episódio do podcast, Diana Taveira e Diogo Dias, da Milk and Black, partilham desafios e estratégias para quem quer empreender em Portugal, enfatizam a cautela necessária ao iniciar um negócio, a gestão financeira e o equilíbrio entre ter um full-time job e um side-hustle. Discutem as dificuldades financeiras em Portugal, como pagamentos atrasados e impostos, e o impacto na saúde mental dos líderes. Abordamos ainda a necessidade de revisão do sistema tributário para apoiar o crescimento económico.
Comunicar para Vender com Diana Taveira e Diogo Dias (milk&black)
Comunicar para Vender com Diana Taveira e Diogo Dias (milk&black)
Neste Episódio
Show Notes
Transcrição
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Intro 00:00:00
Manual de Boas Ideias um podcast sobre pessoas por trás de negócios brilhantes com Diogo Pires.
Diogo Pires 00:00:07
Bem vindos a um novo episódio do Manual de Boas Ideias. Antes de avançarmos para a conversa de hoje, tem sentido que a vossa capacidade de atenção, aquela que conseguem dedicar exclusivamente a uma coisa tem sentido que está a diminuir? Não estão sozinhos nisso. O chamado attention span está a diminuir à medida que novas gerações surgem e com elas, claro, novos hábitos de consumo de conteúdos. Conteúdos esses cada vez mais rápidos, cada vez mais urgentes. E isto depois tem implicações em tudo o que fazemos no nosso dia a dia. Em 2000 reparei nisto. Em 2000, a capacidade de atenção de uma pessoa a um conteúdo, fosse áudio ou vídeo, rondava mais ou menos os 12/2. Eram 12/2 para decidir se valia a pena continuar ou não a consumir aquele conteúdo. Em 2015 esse número baixou para 8/2 e quando pomos as coisas em perspetiva, 2015 foi há quase dez anos. Bom, estamo nos a distrair cada vez mais facilmente.
Diogo Pires 00:01:16
As estatísticas mostram que vemos o email 30 vezes por hora. Pegamos nos nossos telemóveis 1500 vezes por semana. Não ficamos mais do que 15/2 numa página de um website e os números continuam. Para profissionais do marketing e da comunicação, isto é um desafio brutal para empreendedores também. Atenção! Até porque um empreendedor à frente de um negócio é um bocadinho um bombeiro que tão depressa está a gerir vendas. Como está a tratar do marketing também todos estes números são importantes. Ora, hoje falamos de comunicação ou não fossem os meus convidados dois nomes grandes da área em Portugal. Diana Taveira e Diogo Dias conheceram se na MTV, onde foram ouvidos durante anos e anos, tempo suficiente para se conhecerem, a ponto de terem conseguido identificar como as valências de um completavam as do outro e que, por isso, deviam abrir um negócio juntos. A Milk and Black é a agência de comunicação que fundaram e onde queriam ter uma equipa de gente talentosa e capaz de pegar em grandes contas de empresas. Tiveram a sorte de não falhar um único casting? Sim.
Diana Taveira 00:02:23
A sorte. E eu não acho que seja só uma questão de sorte, mas acho que a sorte também está muito associada. Ok? Porque às vezes tu podes identificar um perfil numa pessoa e tu metes as fichas nessa pessoa. E depois não é propriamente aquilo que era a primeira imagem e a primeira máscara que te apresentava, não é? Isso acontece tanto a nível pessoal como a nível profissional e eu já tive muitas pessoas na minha vida que se apresentaram de uma forma e depois foram outra. Portanto, e eu digo sorte porque tu podes estar a identificar a pessoa com terminado perfil, mas depois revelar ser outra coisa. E nós? Felizmente eu acho que não tivemos muita sorte nesse sentido, porque a forma como as pessoas se apresentaram praticamente todas desde o início, são efetivamente a essência que elas são e os valores que elas são. E ao fim do dia, o que importa também são os valores das pessoas e a forma como se envolvem nos projetos. E eu acho que isso aí tem de ser identificado. Quando tu estás à frente de uma empresa e estás a escolher pessoas para virem trabalhar contigo.
Diana Taveira 00:03:21
Além de que hoje em dia as pessoas têm muita preguiça em trabalhar e nós temos muita sorte em ter pessoas que não têm esse perfil de todo. As pessoas gostam de fazer o que fazem dentro da nossa equipa e eu acho que nós temos muita sorte nesse sentido.
Diogo Dias 00:03:34
Sim, sim e não só. É o olho também de escolher as pessoas certas. Eu acho que tudo é à volta de pessoas, seja a nível de clientes, seja a nível de profissionais que trabalham contigo. E eu acho que nem sei. E é a Diana que trata muito deste lado dos recursos humanos. Eu acho que tu tens mesmo uma aptidão natural para escolher pessoas.
Diana Taveira 00:03:56
Energia e sentir a energia.
Diogo Dias 00:03:58
Aquilo que estávamos a falar antes de começar este podcast da energia é exactamente isso. Eu acho que ela vai guiar se muito pela energia. Eu acredito também piamente nas energias e não naquilo que as pessoas passam de vibes e por aí fora. E eu acho que isso interfere em tudo, em qualquer parte do negócio, seja nas pessoas diretamente com quem tu trabalhas, seja depois num cliente.
Diogo Dias 00:04:17
E eu acho que é preciso um bocadinho de sorte, porque cá está, tal como a Diana diz, muitas vezes tropeças e tens uma impressão errada de uma coisa que não é realmente aquilo que é. Mas até agora temos tido essa sorte de estarmos no caminho certo, tanto a nível de pessoas que trabalham connosco como dos clientes que temos tido e.
Diana Taveira 00:04:39
Mas eu acho que também com a idade. Há uma coisa que nós ouvimos sempre, desde pequenos, que é a primeira impressão que tu tens de uma pessoa, normalmente é que bate certo. Só que depois tu, quando começas a conhecer as pessoas, começas a ficar confundida com todo o ruído à volta da interação com essa pessoa. E eu acho que conforme nós ficamos mais maduros emocionalmente, porque a decisão de um recrutamento também é uma decisão que acaba por ser emocional, tem muito a ver com isso. Se tu fores pelo feeling que tens na primeira impacto que tens da pessoa, na primeira com. Versa normalmente. E se a tua primeira impressão vai te indicar logo o que é que essa pessoa te vai entregar? E muitas vezes nós também.
Diana Taveira 00:05:20
Então, na vida pessoal, quando nós nos apaixonamos, depois cancelamos todas as reflex e a nível profissional é a mesma coisa. Eu acho que é não cancelar, não fazermos de conta que não estamos a ver os indicativos piores da pessoa. Temos de ver logo a pessoa como ela é, de forma imparcial e porque depois acaba por ser isso que ela vai entregar no dia a dia. Quando está contigo num projecto, quando está contigo, numa empresa, quando está contigo. A nível pessoal, eu acho que é efectivamente leres as pessoas pelo que elas te estão a entregar na primeira conversa que elas estão a ter. Porque normalmente as pessoas quando te conhecem pela primeira vez e entregam se de uma forma mais crua depois e começa a haver ali o barulho das luzes. Quando tu começas a conhecer uma pessoa, ter mais relação com ela, a gostar ou não gostar dela, a ter problemas de convivência. Aí é que começa a ficar o barulho das luzes, digamos por.
Diogo Pires 00:06:09
Vezes ser se ou não permeável a.
Diana Taveira 00:06:11
Opiniões.
Diana Taveira 00:06:11
Exatamente. Se tu consegues logo entender, eu acho o caráter e o perfil da pessoa numa conversa de 01h00, ou seja, aquilo que tu podes contar do lado dela. E nós acabamos muito por ir por aí, que eu tenho normalmente a primeira entrevista com as pessoas, eu digo e eu senti. E eu gostei. E eu amei. E eu amo. E digo isto quer dizer que eu adorei toda a energia da pessoa e nós vemos muito por aí. Depois, a partir daí, como é lógico, escolhemos e selecionamos a pessoa tendo por base, fazemos uma série de desafios. Convidamos sempre as pessoas para virem almoçar connosco, para nós conhecermos num registo assim mais descontraído. Eu estava a pensar nisso a semana passada. A nossa fase de recrutamento envolve um almoço connosco e isso é ótimo.
Diogo Dias 00:06:53
Exatamente. Isto sim é normalmente o restaurante do hotel.
Diana Taveira 00:06:57
Nós escolhemos um restaurante fixe normalmente. Mas porquê? Porque as pessoas assim baixam um bocadinho a guarda, Estás a entender? Estão ali numa refeição e descontraem mais um bocado e mostram te mais quem elas são.
Diana Taveira 00:07:06
E toda a nossa fase de recrutamento tem uma fase de desafio, de uma coisa mais concreta, de projecto, de análise. Como é que a pessoa se comporta num momento de profissional? Ok, mas é muito baseado na parte pessoal do que tu sentes, do tato da pessoa, da energia que ela te passa, se é simpático, se se é educado, Ou seja, isso para nós conta muito mais.
Diogo Pires 00:07:33
Sobre aquilo que estamos agora aqui a falar sobre esta questão de ainda de ser uma questão de quase sorte de cruzarmos com alguém com boas energias que preencha os requisitos que estamos a procura. Vocês trabalham com gerações diferentes na vossa equipa há várias gerações.
Diana Taveira 00:07:50
A geração, portanto.
Diogo Dias 00:07:53
Então a.
Diana Taveira 00:07:54
Millennials.
Diogo Dias 00:07:55
Geração x Millennials é Alpha Alpha, não é Geração.
Diana Taveira 00:08:01
Z, é Alpha, não é? Sim.
Diogo Dias 00:08:04
Ainda não temos nenhum Alpha, Não temos. Não podemos dizer que é os alfas pai não é?
Diana Taveira 00:08:10
Pois não? Nós trabalhamos em Alphas para comunicação da Alpha, isso normalmente é geração de malta de 21 22 anos que que nos passa muitas vezes esse tipo de comunicação.
Diana Taveira 00:08:22
Sim, porque nós temos algumas marcas que direcionam a comunicação para esse segmento muito mais jovem.
Diogo Dias 00:08:28
Portanto nós devemos ter em consideração Alpha e ele faz isso através de nós. Não, não, não.
Diogo Pires 00:08:34
Não, mas. Mas ainda bem que tocaram nisso, porque na verdade, vocês não só trabalham, não só têm a noção das gerações que trabalham convosco, mas aquelas para quem trabalham também. Sim. Eu que há dias ouvi numa conversa de café de corredor aqui na rádio, que. Por esta coisa agora de as gerações compreenderem um período de tempo muito mais curto do que tu, que eram as gerações dos nossos pais, por exemplo, que tinham um período de tempo muito maior. É muito mais difícil para estas novas gerações conseguir agarrá los durante muito tempo. Vocês sentem isso.
Diana Taveira 00:09:13
Claramente? Por exemplo, nós temos um cliente que nós tratamos do tic tac e o tic tac é claramente para essa geração mais nova e a necessidade de conteúdo para manter a fidelização, digamos, desse público nessa página é muito complicada. Isso reflete efetivamente o comportamento do consumidor que nós estamos aqui a falar.
Diana Taveira 00:09:37
O comportamento público que estamos aqui a falar. A malta hoje em dia está sempre a ser bombardeada por informação, muitas vezes errada e está sempre a ser bombardeada com conteúdo. Portanto, já nada é novo para eles e trabalhar esse segmento de mercado e eu acho que é o mais desafiante, porque é efetivamente um segmento que nós não somos impactados por ele, pelo algoritmo e inclusive, às vezes chegamos a reuniões e não fazemos ideia do que a malta está lá a apresentar. Mas dizemos mesmo até gozamos com a situação que é. Isso é o quê mesmo? O que é que se está a passar no tic tac? E olha que eu tenho tic tac, portanto sou muito voyeur no tic tac. Mas o meu algoritmo, como o tic tac, sabe a minha idade não me parece as mesmas coisas que aparece a malta de 20 anos. E esse generation gap eu acho que é brutal. Hoje em dia sente se muito. Se calhar há uns anos atrás, não sabes?
Diogo Pires 00:10:29
Eu ainda não percebi. Aliás, o fundador do TIC TAC diz que o algoritmo é puramente matemático.
Diogo Pires 00:10:33
Eu, Ou seja, passas mais tempo a ver um tipo de conteúdo, determinado tipo de conteúdos, e ele vai estar constantemente a circundar aquele ecossistema. E nós lá em casa, eu e a minha namorada temos mais ou menos a mesma idade. Ela é uns meses mais velha do que eu, portanto somos da mesma geração, a mesma idade e o tic tac dela não tem nada a ver com o meu. Ela às vezes.
Diana Taveira 00:10:55
Os interesses.
Diogo Pires 00:10:56
Às vezes ao almoço. Diz me pá, tens de ver não sei o quê que está a bater mesmo. TIC tac. Ok.
Diogo Dias 00:11:01
Não sei, mas. Mas é o que Diana estava a dizer. Eu acho que isto hoje em dia há uma urgência de conteúdos e estar constantemente a aparecer coisas novas. Ou seja, tu podes estar a ser trend, mas não é trend para ti, mas é trend para aquele segmento. A única coisa que tens de estar atento agora é eu acho é que a nível geracional eu falo por mim, eu sou o extremo, eu sou o mais velho para os mais novos, ou seja, eu não entendo mesmo, Não entendo a linguagem, não entendo as piadas.
Diogo Dias 00:11:32
Não, não é o mesmo gosto que eu tenho. No entanto, eu próprio sinto que eu perdi a capacidade de me ligar a um conteúdo durante muito tempo, porque eu não deixo de estar nas redes também. E estando nas redes, os conteúdos são rápidos e eu tenho que ter a minha memória. Cá está. Vou dar um exemplo música. Eu adoro música. A forma como eu consumo música hoje em dia não tem nada a ver com a forma como me consumia antigamente. Eu antigamente pegava num álbum e aquele álbum era o álbum do ano. E eu durante um ano ouvia aquele álbum milhares e milhares de vezes. Hoje, em dia um álbum, o meu álbum favorito este ano saiu em fevereiro, consumiu até mais não. E agora já já está numa gaveta. Já estou a ouvir outro álbum. Ou seja, eu acho é que isto, esta rapidez de conteúdo faz com que tu também te desinteresse, Ou seja, aí já não acho que seja uma cena tão geracional. Acho que é uma questão de passar e não a necessidade de causa.
Diogo Dias 00:12:30
Como é que se diz? A expressão necessidade criou um pronto. É uma expressão em qualquer que seja.
Diana Taveira 00:12:38
O comportamento cultural neste momento.
Diogo Dias 00:12:40
A partir do momento que as redes dão coisas de forma curta, tu também interessas de forma.
Diana Taveira 00:12:45
Criam nos. E se eu sei o que tu queres levar.
Diogo Pires 00:12:50
Mas vai ir nesse e nesse estudo em particular. Esta coisa de do do tentes acaba por e quanto mais evolui, quanto mais madura se torna. A geração que cresceu com o tic tac, sobretudo na pandemia, isto está a estender se a outros campos da vida. É muito difícil hoje alguém ficar mais do que dois ou três anos no mesmo emprego, sobretudo quando não há promoções. Mas whatever, É difícil ficares mais do que dois ou três anos na mesma empresa. E há quase que esta necessidade, esta ansiedade por dar o salto, mudar é que está a ser muito emancipada por pelas redes.
Diana Taveira 00:13:36
Eu sinto que nós vivemos na geração do FOMO e eu revejo me no FOMO e eu acho que eu sou uma pessoa hoje em dia já não tenho tanto como eu tinha há uns anos atrás, mas precisamente há uns anos atrás.
Diana Taveira 00:13:48
Eu precisava de estar em todo o lado a fazer tudo. Se tivesse de ir a três eventos num dia, ia. Não era pela cena do show off, era. Eu precisava de estar lá porque eu podia estar a perder algo incrível e às vezes era só mais uma coisa que estava a acontecer igual a todas as outras. Mas eu acho que nós vivemos. Na geração do FOMO. Nós estamos sempre com o filme em On Something, que faz com que também muitas vezes não estejamos a viver em plenitude aquilo que está a acontecer no agora. E nós? E eu acho que a nossa geração é uma geração de constante insatisfação por causa disso, por causa desse comportamento que acho que é provocado pelas redes sociais. Ok, estamos sempre a compararmos com os outros e nós passamos pela geração não termos redes sociais, ou seja, que estávamos efectivamente a sentir as coisas no momento. E nós sabemos essa diferença de não ter redes sociais, não ter a ter de fazer nenhum statement digital daquilo que eu estou a viver, a experienciar e o passar a fazer isso e começar a fazer isso.
Diana Taveira 00:14:50
E eu acho que esse é esse ponto de field missing out faz com que as pessoas achem que estão sempre a perder algo e faz com que nem é só a nível de emprego e a nível de relacionamentos, as pessoas acabam por saltar relacionamentos muito mais. Tens muito mais malta a divorciar se e a investir menos nas relações pessoais e amorosas. Tens muito menos gente a dedicar se efetivamente a tentar crescer dentro de uma empresa. Por acaso na Milk não temos muito isso. Normalmente a taxa de retenção, digamos, de talento na Milka é muito alta e isso é bom. Portanto, nós, a malta que entrou normalmente fica connosco, até porque vamos criando desafios novos e vamos dando oportunidade porque são as pessoas internamente. Ou seja, há uma série de características a nível de recursos humanos que alimenta isso, de continuar a tornar desafiante as pessoas ficarem lá a trabalhar. Mas eu acho também que há empresas que fazem isso e as pessoas pura e simplesmente acham sempre que estão a perder algo.
Diogo Dias 00:15:48
Eu acho que também há falta de resiliência.
Diogo Dias 00:15:51
Não é aquela coisa do eu à primeira. Tipo, à primeira adversidade eu vou desistir ou eu vou sair, vou saltar fora. Não é para mim. Eu acho que nós tínhamos em gerações antigas uma capacidade de aquela coisa de levar a cruz atrás, tipo epá, embora é difícil. Exactamente. É preciso arder para curar, não é? E eu acho que eles têm um bocadinho menos. Mas eu também acho que era aquilo que a Diana estava a dizer, que a partir do momento que tu querias as condições necessárias para uma pessoa se sentir bem em casa também faz com que elas numa numa situação de adversidade se sinta ok. Mas eu tenho aqui um apoio que provavelmente lá fora posso não vir a ter. Então, juntos, eu acho que parte do segredo também da mente que passa um bocadinho por aí, que é as pessoas sentem se ali um bocadinho em casa e o facto de tratares as pessoas bem e o facto das pessoas.
Diana Taveira 00:16:43
E darmos abertura qualquer coisa podem vir falar connosco. Isto é mesmo real.
Diogo Dias 00:16:47
E eu acho que isso aí faz toda a diferença e faz com que as pessoas também ganhem essa resiliência que naturalmente a sociedade anda a retirar um bocadinho.
Diogo Pires 00:16:56
À velocidade. A que é que vivemos hoje? Exacto. Claro que sim. Eu quero vos perguntar como é que a vossa experiência na televisão e na música também? Diogo Como é que as vossas experiências acabaram por influenciar a vossa abordagem com o American Black?
Diogo Dias 00:17:15
Eu, eu. A Diana costuma dizer. E eu sinto mesmo que sou uma pessoa afortunada na vida. As coisas foram acontecendo. Eu não. Não é que tenha procurado nada, e sim, procurei. Tinha uma paixão que era a música, Ou seja, meti me na música e a partir da música fui. Fui desbravando o mato todo até chegar aqui a meu canto black. E eu acho que sempre tive muita sorte. E eu acho que mais uma vez volta a ser as pessoas e volta a ser a tua essência enquanto pessoa que te leva a ir pelo caminho, caminho certo. Eu vou ser o mais sincera possível, eu por mim próprio, criar uma empresa e criar a Milky Black, eu acho que seria algo completamente impossível.
Diogo Dias 00:17:55
Teria de haver uma Diana Taveira a aparecer e a sentir que eu poderia ser uma mais valia juntamente com ela para criar uma empresa para isto acontecer, porque eu não é da minha natureza. Agora eu sei que eu tenho uma capacidade de trabalho que se for necessário eu invisto. E cá está, se eu tiver o gosto, eu invisto. E eu acho que nós conseguimos isso, que é a Diana, não tem nada a ver comigo, mas nós, a partir do momento que começámos a trabalhar em conjunto, percebemos as mais valias de cada um e fomos inteligentes na forma de aproveitar as mais valias de cada um. E eu acho que é isso um bocadinho que muitas vezes nós temos que perceber na vida. E quando tu queres criar uma empresa, quando tu queres, eu acho que tu tens que perceber as tuas capacidades, porque tu podes não ser o melhor do mundo a fazer isto, o melhor do mundo a fazer aquilo, mas tu hás de ter as tuas qualidades e tu hás de ser bom a fazer alguma coisa.
Diogo Dias 00:18:48
Tu só tens que. Talvez se não fosses tu a fazer tudo, se calhar encontrar as pessoas certas para para colmatar aquilo onde tu não és tão, tão forte. Eu tenho um bocadinho isto, diz.
Diana Taveira 00:19:00
Mas a questão que eu estava a perguntar é televisão? O que é que a televisão trouxe daí?
Diogo Dias 00:19:05
Epá, a televisão para mim cá está. Trouxe me as pessoas. Não, não, não é tanto a parte da comunicação. Eu era uma pessoa extremamente tímida e passei uma pessoa muito má. Passei a ser uma pessoa, por exemplo, mais, mais aberta, mais, mais capaz de estar aqui num diálogo contigo ou com qualquer pessoa, fazer conversa de circunstância. Era uma pessoa completamente incapaz de fazer uma coisa dessas. Eu morro um bocadinho.
Diogo Pires 00:19:27
As coisas que tenho que fazer. O que? O quê? Eu morro um bocadinho de cada vez. Tenho de fazer conversa de circunstância porque não sei, não sei, não sei.
Diogo Dias 00:19:34
És obrigado a saber porque tu entrevista as pessoas. Ou seja, tu tens que ter.
Diana Taveira 00:19:38
Sempre o momento antes de entrar no ar.
Diogo Dias 00:19:40
E a mesma coisa se passa depois para uma empresa que muitas vezes estás ali a falar com uma pessoa que é a primeira vez, tens que convencê la, tens que cativá la. Sabes que muitas vezes. Comunicador desculpa.
Diogo Pires 00:19:52
Eu muitas vezes digo que não sei como é que como é que fiquei a trabalhar na Mega. O meu primeiro ano eu entrava, mudo e saía calado. O meu primeiro ano. Eu acho que a minha sorte foi ter calhado ter caído numa equipa super pequenina. Na altura a Filipa Calarram e a Teresa Oliveira. Eu era produtor delas e lá está, com menos pessoas. A relação estabelece muito mais rapidamente, pelo menos comigo é. E elas conseguiram ver as tais mais valias que depois talvez possam ter comunicado a direcção. Mas eu lembro me que a meio do ano, seis meses volvidos desde que eu tinha sido contratado o Nelson, o meu diretor perguntou me Estás a gostar? Ninguém te ouve, pá! E tinham se passado seis meses e a ideia de me contratarem era falar, não é? Exato.
Diogo Pires 00:20:37
Mas sim, não.
Diogo Dias 00:20:40
Eu acho que tu, enquanto comunicador, ou seja, tu aprendes o teu lugar e tu aprendes a forma como tu comunicas. Cá está. Nem todos temos que comunicar da mesma maneira. Eu sou completamente diferente da Diana. Eu acho que a Diana, por exemplo, eu acho que é uma coisa que lhe é inata para marcar assim que ela faz Na MTV ela tem 18 anos, ela falava mais do que qualquer pessoa que eu conheço. Era uma cena impressionante. Eu a primeira vez que fiz um casting, eu era a pessoa mais introvertida à face da Terra. Ou seja, eu acho que tu encontras a tua forma de comunicar. E, por exemplo, o que é que a televisão nos deu? Deu para nos autoconhecer muito bem e tu sabes fazer esta gestão. Mas uma das coisas que cá está, mais uma vez para o meu campo, para o meu cabelo, é que é extremamente interessante o facto de sermos comunicadores completamente diferentes e isso também é uma mais valia para a American Black, no sentido em que nós vamos a uma reunião de um cliente.
Diogo Dias 00:21:30
Eu sei exactamente onde é que eu devo intervir caso eu sinta que ela não está a conseguir captar um cliente e vice versa. E então eu acho que a parte da televisão foi importante na parte do comunicar. Sim, nós tornámo nos comunicadores, na arte, as pessoas voltamos à mesma coisa. Tu podes ter todos os estudos do mundo, mas não deixa de ser pessoas. E tu estás a tentar interligar te com uma pessoa. E se tu conseguires entender como é que age, dar a volta por aí fora faz toda a diferença. Por mais estudos que tu tenhas, não é não é estudar. Tu aprendes a fazer isto e na prática. E eu acho que a televisão deu nos essa prática.
Diana Taveira 00:22:05
Eu acho que a televisão anda a também. Mais uma coisa eu acho que fazer televisão em Portugal é duro e há muitas adversidades em fazer televisão em Portugal, porque falta te uma rede de apoio muito grande quando estás em frente à Câmara. E eu acho que as pessoas não têm consciência que equipas grandes em televisão em Portugal há para aí cinco ou seis pessoas que têm depois.
Diana Taveira 00:22:24
De resto, é o self made, é o repórter e o apresentador é quem faz o guião, é quem faz a produção, é quem convida as pessoas, é quem escolhe os espaços. E há muita gente não tem consciência desta realidade televisiva que é o desenrasca e normalmente 90% das pessoas estão em frente à Câmara, têm capacidades inacreditáveis de desenrascar qualquer situação e eu acho que esse é esse ponto também. Nós encontramo nos muito em comum nesse ponto que é o arranjar soluções, principalmente a MTV. Eu acho que nos nos trouxe essa melhor, desenvolvermos essa capacidade. Não trouxe porque eu acho que nós já tínhamos isso como característica, como personalidade, mas acabou por sedimentar mais essa característica de conseguirmos encontrar soluções para coisas que, à partida, nem sequer sabíamos por onde começar para encontrar essas soluções. É a televisão em Portugal. Para mim foi muito importante ter feito televisão e eu tive dez anos no ar sem parar. E eu às vezes até me esqueço que eu estive dez anos no ar sem parar. E eu basicamente parei em novembro do ano passado.
Diana Taveira 00:23:30
Mas foram dez anos de em estruturas e em canais que por vezes tinha tinha apoios e tinha. Tinha equipas grandes em alguns projectos, noutros era eu e o Câmara, noutros era eu e o Diogo e o Câmara e o André que era o que vamos almoçar a seguir. Nós ficamos na nossa equipa da MTV. Sim, imagina, não há essa e esse apoio. Tu tens mesmo de ter capacidade de desenrasque, tens mesmo de ter capacidade de desenvolver o teu networking para conseguir chegar a certas pessoas que queres entrevistar, porque sabes que vai ser um conteúdo muito bom para ti. Se tu. Eu fiz aquela entrevista. Eu acho que a televisão te dá isso, que é o correr atrás, correr atrás e agilizar. E a televisão em Portugal? DAT Isso, Com certeza, isso não há sombra de dúvidas, porque não há equipas. Queres desabafar?
Diogo Pires 00:24:20
Desabafa a pensar que isto é se eu vos disser na primeira temporada eu não recebi ninguém da televisão, acho eu. Tive a Inês Mocho, que está no lado de makeup.
Diogo Pires 00:24:34
Sim, sim, de alguns, de alguns grandes programas de televisão. Mas nem foi ela que me disse isto, mas vários empreendedores de várias áreas destacaram essa capacidade de desenrasque como sendo uma das mais fundamentais no nosso dia a dia em Portugal, exatamente por essa falta de máquina.
Diana Taveira 00:24:50
Sim, porque não é porque não há capacidade muitas vezes financeira para ter mais pessoas nas equipas e sabemos qual é que é a realidade portuguesa. E eu acho que televisão é das áreas piores nisso. E é chocante, até porque eu passei por vários canais e essa foi a realidade que eu vi em todos os canais por onde eu passei.
Diogo Pires 00:25:11
E estamos a falar do mais alto que temos. Sim.
Diana Taveira 00:25:13
Exato.
Diogo Pires 00:25:16
Olha, vocês trabalham numa área e sobretudo com clientes que muitas das vezes vos apresentam projectos que vos obrigam a balancear criatividade e estratégia. Como é que isto se faz?
Diana Taveira 00:25:30
Tem a ver com a taxa de esforço, Ou seja, tu tens de ver onde é que tens de colocar as tuas frentes e o teu esforço, tendo em conta a expectativa do cliente.
Diana Taveira 00:25:39
E eu acho que a expectativa do cliente tem de ser logo analisada à priori. Tu quando tens uma equipa com mais experiência, eles gerem logo a expectativa do cliente, porque a criatividade e a estratégia, os dois dependem do orçamento que está disponível, quer para a equipa dedicar horas ao projecto, quer o budget geral de investimento do projecto em si.
Diogo Pires 00:26:00
Posso só perguntar porquê isto? Porque já já recebemos comentários e aliás é o mais fácil de aparecer. Não digo no manual de boas ideias, mas é o mais fácil de de aparecer e alguém comentar, pois eles movem se a dinheiro. Mas há uma razão por trás disto. Não posso perguntar porquê? Porque é que essa. Porque é que essa dependência de orçamento é importante para definir isso? Porque eu não.
Diana Taveira 00:26:23
Posso montar um projecto com ideias de 100.000 € com 5.000 € e só ser realista, ou seja, o trabalhar assente num budget e trabalhar de forma real. E em Portugal tu tens de trabalhar de forma real, com poucas marcas a quem tu podes efetivamente chegar com um conceito criativo Mad Fucker Inacreditável.
Diana Taveira 00:26:43
Aliás, eu tenho uma ideia que eu ando a vender a tentar vender há quatro anos a marcas em Portugal que nunca consegui, mas eu quero acreditar que um dia ainda vou. Eu não vou falar, claro, não vou falar, não vou falar que é uma ideia incrível, só que implica um budget só para o Marcel. Mas é uma ação. Não, não, mas é uma ação que eu sei que aquilo vai ter resultados e vai ganhar 1000 prémios, mas até hoje. E nós trabalhamos com marcas muito grandes. Ninguém quis não e ninguém quis. Não há possibilidade financeira para isso e nós queremos ter uma empresa. Primeiro, temos de ser realistas, porque no fim do dia tem de se pagar, tem de se pagar salários, tem de se pagar rendas, tem de se pagar despesas. Mas acima de tudo, tu não podes estar a montar um projecto de 100.000 € com um budget de 5000. Portanto, nós temos de ser realistas em todos os passos que tu dás dentro de uma estrutura de uma empresa, juntamente com uma agência de comunicação em que tenha uma vertente criativa que muitas vezes tem de ser travada ou tem de ser adaptada, digamos, tendo em conta aquilo que o cliente nos pode entregar.
Diana Taveira 00:27:43
Nós não condicionamos a criatividade da nossa equipa, mas desconstruímos, vamos dizer assim, ok? Porque tem de se desconstruir e meter dentro daquilo que é possível ser feito.
Diogo Pires 00:27:55
Numa agência de comunicação. Isto é a pergunta. Vou fazer pergunta de forma crua. Podem desconstruí la depois numa agência de comunicação para onde é que vai o dinheiro?
Diana Taveira 00:28:06
Pessoas.
Diogo Dias 00:28:07
Acima de tudo pessoas boas. Ou seja, cá está, foi uma coisa que desde o início nós nós percebemos de make black, que é ponto número um. Ninguém aqui vai ficar milionário. Era uma coisa que nós estávamos sempre a dizer. E em segundo lugar, e isto só cresce a estrutura crescendo, que é uma coisa.
Diana Taveira 00:28:28
Boas pessoas a trabalhar conosco.
Diogo Dias 00:28:29
Que é um pouco assustador, porque se tu falas com qualquer tipo de empresário que eles dizem, não crie estruturas porque as estruturas é um fardo, ou seja, quanto mais pessoas tu tens sobre a tua alçada, pior pode ser a queda. Por isso, cuidado. Mas efetivamente, uma agência de comunicação, se tu não alimentas com pessoas a tua agência, tu não tens possibilidade de crescer, porque tu só tens mais clientes com uma boa capacidade de resposta.
Diogo Dias 00:28:56
Isso são através das pessoas E acima de tudo, é aí que está está o maior custo de cada projeto, que não.
Diana Taveira 00:29:04
É um custo, é um investimento e é um investimento. Tem sido bem feito desde o início, porque eu acho que temos tido, mais uma vez, sorte e pessoas que efetivamente algumas têm crescido com a estrutura, o que é ótimo para nós, porque dá um gosto particular uma pessoa entrar como Júnior dentro da Milky, depois vês la a crescer e a florescer profissionalmente. E nós temos muitos casos destes dentro da empresa. Mas por outro lado, tu sentires que efetivamente os teus clientes viram se para ti e dizem te folga, não sei quem ela é mesmo uma máquina.
Diogo Pires 00:29:35
Este é um ótimo cartão de visita.
Diana Taveira 00:29:38
É maravilhoso e maravilhoso tu ouvires isso. Mas a maior parte do nosso investimento e a nossa maior preocupação é sempre direcionada para a equipa que temos e para as pessoas. Temos a trabalhar connosco, de efetivamente gostarem do que estão a fazer, estarem a ser remunerados de forma justa para o aquilo que entregam à empresa, mas também para o cargo que estão a ocupar.
Diana Taveira 00:29:57
E depois há outra coisa nós temos dentro daquilo que é a questão do constante crescimento. Ou seja, todos os anos nós em setembro fazemos uma uma avaliação do ano e quartos foram os casos em que nós não demos aumentos salariais à equipa porque se a equipa se entregar, a empresa cresce e o que tem estado a acontecer é que a empresa tem crescido e a equipa também. A nível individual também tem crescido e isso refere se que quer dizer a nível do espaço que ocupam e cargos que ocupam dentro da estrutura, quer a nível salarial, como é lógico.
Diogo Dias 00:30:26
E deixa se dizer mais uma coisa e acho também que é importante uma coisa uma pessoa não se tornar gananciosa a um budget para por um projecto. E tu sabes quanto é que custa a tua a tua empresa teres a equipa a trabalhar? Isso é um custo. E depois tens o resto do dinheiro que é como tu pensas na tua estratégia e naquilo que tu vais aplicar. E eu acho que em Portugal existe muito. As pessoas de vez em quando perdem a noção das coisas que é não vais ganhar mais dinheiro aqui neste projecto porque cá está isto.
Diogo Dias 00:30:59
Costuma se dizer isto é uma guerra, isto não é uma batalha e tu acertas batalhas. Tu podes não vencer da maneira que tu queres, mas, mas tipo, ou seja, ser inteligente na forma como ajudar e não sejas ganancioso e caras, queres mais para ti e simplesmente para não e podes não entregar um trabalho tão bom. E eu acho que essa gestão também tem que ser da parte dos líderes. Cá está. E eu acho que isso nós na Milky Black sempre tivemos que nunca tivemos. Quando eu e a Diana começámos a Make Black, nós estivemos durante dois anos sem sacar salário porque tínhamos essa capacidade, ou seja, tivemos essa vontade de criar uma empresa, tivemos essa loucura, mas tínhamos os pés bem assentes na terra, que é pá, eu por enquanto não posso sacar salário daqui. Se eu quiser manter isto nesta bitola, não ir.
Diana Taveira 00:31:49
Buscar determinadas pessoas para a equipa. Ou seja, o objectivo era esse, era termos pessoas qualificadas a trabalhar connosco, mas para isso implicava nós não podermos tirar dinheiro durante dois anos.
Diogo Dias 00:32:00
E eu acho que há muito esse fascínio dos empresários em Portugal do passado um ano eu estou a ganhar dinheiro. Passados seis meses, passados seis meses, já ouvimos isso.
Diana Taveira 00:32:09
São malucos.
Diogo Dias 00:32:10
E depois há os que conseguem e perdem um bocadinho a noção e aí também é outro problema. Ou seja, eu acho que acima de tudo tu tens mesmo os pés na terra e perceber que isto é um percurso e cada cada banda que tu tens e cada projecto tens. Tu tens que abraçar aquilo com uma paixão, ai não podes ser tudo ganancioso.
Diana Taveira 00:32:31
E há mais um ponto que eu acho que eu e o Diogo temos. Temos isso os dois e por isso é que nós também funcionamos tão bem. Eu e o Diogo não temos deslumbramento com dinheiro. Nunca tivemos. Nós temos. Não é deslumbramento. Temos pica por coisas fixe, por estar a fazer coisas fixes. Ok, nós não temos meramente com dinheiro. E eu acho que a principal característica para uma empresa não correr bem é quando as pessoas estão à frente da empresa a gerir o dinheiro.
Diana Taveira 00:32:59
Tem deslumbramento com dinheiro. Isso existe muito em Portugal, porque o dinheiro nunca é assim tanto, a não ser que estejas a falar de um unicórnio que tenha investimentos de fundos perdidos, de milhões que não são assim tantos casos em Portugal e mesmo assim, e mesmo assim, acontece o que aconteceu. E sabemos que agora, recentemente, a questão da Farfetch, do que aconteceu e que acima de tudo não ter a pessoa que gere dinheiro toma as decisões financeiras das empresas não podem ter deslumbramento com dinheiro. E eu acho que isso é o problema da maior parte dos empresários em Portugal. Mal têm um fundo. Vão comprar um Ferrari ou um Porsche. Eu sou de Famalicão e vi isso acontecer muito na minha terra que os empresários, principalmente nos anos 90. E há coisas que eu vi enquanto crescia a acontecer na realidade, onde eu estava inserida, dos empresários ali no norte, que se há coisa que eu acho que passou para a empresa que nós temos hoje em dia é nós nunca iremos ser assim. Nós temos o mesmo carro desde o início.
Diana Taveira 00:33:55
Quer dizer, o Diogo trocou porque o dele parou de funcionar. Só para vocês verem o nível de Lampião sobre isso que ele trocou. Nós não temos deslumbramento nenhum associado a nível financeiro. Nós gostamos de ter uma vida tranquila, não somos gananciosos e acho que essa cultura e essa forma de estar também passa para a restante empresa e passa também essa energia para os os clientes. É muito isso. Aliás, um dia desses estava a comprar voos na TAP para Londres e o Diogo faz pela TAP e eu vou pela Ryanair. Não estou a perceber porque é que vais pela TAP. Isso é bué caro, Portanto isto é o nossa linha de pensamento, tás a ver?
Diogo Pires 00:34:36
Olhem Diana e Diogo, nós vamos aqui. Já assumimos que estamos a regravar esta esta entrevista. Muito obrigada! Para já, já para ficar registado. Já vos agradeci diversas vezes. Obrigado por isso.
Diana Taveira 00:34:48
Mas já sabíamos que ia ser uma conversa inteligente, portanto voltávamos outra vez e voltávamos novamente se fosse preciso.
Diogo Pires 00:34:52
Eu não vou tocar outra vez nisso, porque última vez assumimos que ia ser e olha no que deu.
Diogo Pires 00:34:58
Estamos a ter duas conversas inteligentes, por sinal. É bom? Bom, não. No último dia eu tinha tinha vos pedido para trazerem umas cábulas que desta vez me esqueci de vos voltar a dizer para. Mas contextualizando, na primeira temporada do Manual de Boas Ideias nós fomos recebendo algum feedback que que a mim particularmente me deixou muito contente. Saber que a malta que ouve este podcast e que isto serve quase de ignição para trazerem projectos à luz do dia e muitas das vezes as perguntas que me chegavam depois dessa fase era Por onde é que eu começo? Por isso estamos aqui a abrir uma rubrica na segunda temporada do Manual de Boas Ideias chamada Action Plans. Eu pergunto vos se vocês tivessem que relançar a American Black hoje, que pontos é que não poderiam faltar nessa estratégia de lançamento?
Diogo Dias 00:35:56
Estás a olhar para mim.
Diana Taveira 00:35:57
De outra vez? Foste tu que respondeste e respondeste super bem?
Diogo Dias 00:36:01
Não? Então vá eu. Eu não te vou dizer aquilo que se voltasse atrás que fazia. Eu acho que nós, sinceramente e modéstia à parte, fizemos.
Diogo Dias 00:36:12
Fizemos bem. Então eu voltava ao início do American Black e como nós criámos a American Black, então eu acho que ponto número um tu criaste, seja o que for, um primeiro ponto tem que haver loucura. Mas havendo a loucura com os pés bem assentes na terra, volto a dizer, eu e a Diana durante dois anos não sacamos em Camden da empresa simplesmente para ter uma estrutura de pessoas que fossem não só confiáveis, mas bons profissionais, que nos ajudassem a pôr a empresa no sítio onde ela está hoje em dia. Ou seja, essa loucura é importante, mas é uma loucura minimamente sábia que não se atirem de um penhasco sem uma corda presa, porque a corda pode dar os seus jeitos em caso em caso de queda. A segunda coisa. Para mim que eu não fazia ideia, é que foi a Diana que me ensinou a 100%. Organização Não há nada que tu faças a nível de trabalho se não tiver uma boa organização que vá triunfar a organização. Eu hoje em dia atribuo mais de 50% do sucesso da Milka à organização que ela conseguiu pôr na empresa.
Diogo Dias 00:37:27
E eu acho que isso é fundamental e para uma pessoa desorganizada. Se queres começar. Um projecto, um trabalho, eu acho que é fundamental tu perceberes que se não te organizares de alguma maneira, vai ser impossível triunfar. Já não me lembro bem dos outros. Terceira que eu vou dizer E as pessoas, Os recursos humanos, Como é que tu vais agarrar as pessoas certas? Vai muito pelos teus feelings. E não te esqueças, é muito aquele ensinamento quase bíblico não faças aos outros aquilo que tu não queres que te façam a ti. Mas é tipo trata as pessoas como tu queres ser tratado. Nós profissionalmente tivemos experiências de vida e eu não posso apontar muito dedo. Mas a Diana teve alguns episódios mais, mais, mais, mais pesados. Eu tive alguns também, mas a única coisa é a partir do momento que tu te apercebes o que é que tu queres e o que é que tu não queres. Essa sabedoria é importante tu trazeres para a tua empresa e eu acho que nós conseguimos fazer isso muito bem em cima disto tudo, de.
Diana Taveira 00:38:34
Sacrifício.
Diogo Dias 00:38:35
Espírito de sacrifício e business plan.
Diana Taveira 00:38:37
Sim, Ou seja, eu acho que é espírito de sacrifício pensar que quando estás a montar uma empresa tens de ser otimista, mas tens de pensar que pode falhar, ok? Nunca podes tirar isso da tua balança que pode falhar. E como é que tu vais lidar com essa falha e com a tal questão da rejeição? Nós falamos da outra vez que é prepara te muito bem mentalmente para seres rejeitado por toda a gente. Olha para a construção do negócio como cada vez que uma pessoa te vai dizer sim, tu tens de festejar por todas as outras 50 vezes que te disseram que não. E se não tiveres essa estrutura mental e essa força mental e emocional, eu acho que é muito fácil as pessoas desistirem de montarem negócios, principalmente em Portugal. E posto isto. Portanto, lidar bem com a rejeição eu acho que é muito importante ter essa capacidade de sacrifício. Eu acho que está um bocadinho também associado a esta esta questão da rejeição. Mas por outro lado, também diria aqui a questão do ter sempre um plano B, um plano B.
Diana Taveira 00:39:37
Eu acho que é fundamental para tu não estares desesperado a montar um negócio. Nós conseguimos conciliar o trabalho que tínhamos na altura com a construção da Milka ao longo de dois anos. Só ao terceiro ano é que nós efetivamente nos começamos a dedicar muito mais a Milka Black. Mas isso foi sempre um ponto muito falado entre nós os dois que e nós não vamos entrar no ponto de desespero, estarmos dependentes directamente disto, o que implica mais uma vez sacrifício, porque muitas vezes estamos a gravar durante o dia, à noite e ao fim de semana íamos trabalhar para desenvolvermos a empresa. Isto acaba por ser tudo pontos que eu acredito serem fundamentais no início da construção de uma de uma empresa e não ter o tal deslumbramento de começares a ver algum dinheiro a entrar na conta e o tirares porque tu vais ter de pagar impostos e impostos, tu não fazes ideia que vais ter pagar, tu vais ter de pagar. No ano a seguir do ano anterior. Portanto, ter muito respeito pelo dinheiro, porque tu nunca sabes quando é que ele entra e quando é que ele vai ter de sair.
Diana Taveira 00:40:34
E isto é muito O problema em Portugal da questão de gestão financeira, por causa de todos os impostos associados às empresas em Portugal, que se tu não tiveres um fundo de maneio confortável é muito difícil uma empresa em Portugal se safar.
Diogo Pires 00:40:46
É muito difícil. Garantir cash flow.
Diana Taveira 00:40:50
É muito difícil, É muito difícil em Portugal porque tu tens.
Diogo Dias 00:40:53
Porque tu tens cobranças, cobranças difíceis e isso mata.
Diana Taveira 00:40:58
Tens grandes empresas em Portugal que pagam há 120 dias 120 dias. Digam uma coisa e eu não acho que isto faça sentido. E não vamos enumerar empresas. Mas eu acho que a política financeira em Portugal e eu compreendo que a questão dos impostos é muito pesada e não faz sentido para o tamanho do país que nós temos. Mas a cultura de pagamentos em Portugal está nos anos 80. Isto está tudo errado, principalmente com a rapidez a que o mundo neste momento se move. Há uma cultura de pagamentos que não faz muito sentido e nós, sendo mais essa comunicação, estamos um bocadinho aqui no meio. Muitas vezes, entre o pagamento do fornecedor final, que pode ser influenciadores, pode ser empresas de eventos, pode ser uma série de coisas.
Diana Taveira 00:41:41
Ativações é o cliente. Portanto, nós estamos aqui a gerir o budget, estamos aqui no meio. O nosso lugar muitas vezes é ingrato por por causa dessa cultura de porque eu não estou a dizer que há falta de noção, por isso simplesmente já é uma cultura existente em Portugal dos prazos de pagamentos que faz com que seja muito difícil as empresas terem fundo de maneio. No entanto, isto sendo um dos pontos importantes para nós os primeiros dois anos da Milka. O objectivo foi efectivamente construir um fundo de maneio. Isso foi uma das principais razões de nós não tirarmos dinheiro nenhum, porque eu não conseguia viver numa ânsia. Para mim era impensável montar um negócio numa ânsia constante de eu não sei se no próximo mês vou ter dinheiro para para pagar na altura da pandemia ou um exercício muito engraçado. Uma série de estudos que saíram relativamente às empresas. Quanto tempo é que elas durariam se estivessem fechadas e na altura a média em Portugal? Acho que era cerca de dois meses que as empresas aguentariam. Tendo em conta o fundo de maneio que tem o nosso, não era esse, o nosso era bem mais longo e eu uso muito isto, com o Diogo a dizer lhe que a cena de eu ser paranóica com o fundo de maneio se calhar permitisse com que a nossa empresa passasse pelo processo de de uma pandemia e ter saído de lá ainda mais forte.
Diana Taveira 00:42:55
E acho que todas as empresas têm responsabilidade financeira e não são deslumbradas com o dinheiro que entram. São essas que acabam por prevalecer no final do dia.
Diogo Pires 00:43:04
Eu vou aproveitar para partilhar convosco e também com quem estiver a ouvir um. Há um episódio que tive aqui há uns anos. Eu tenho empresa aberta já aqui há alguns anos. Anos suficientes para já ter experienciado vários anos diferentes no que toca a impostos e cenas. É e nunca foi, porque, lá está, não é o meu full time job, não é ali onde me dedicava até há uns meses a mais do que 60%. Nunca foi uma intenção minha garantir que no ano seguinte havia sempre mais rentabilidade do que no ano anterior, até porque não tenho estrutura que necessite disso. Problema é que o problema, aliás, é quando o ano seguinte não é assim tão fixo, diria. Ah, e nós só quando chegamos a Maio.
Diana Taveira 00:43:56
É que estás a pagar os impostos.
Diogo Pires 00:43:57
Percebemos que se calhar devia ter sido um ano mais fixe do que aquilo que está a ser.
Diogo Pires 00:44:02
Portanto, para quem também está a pensar agora abrir a empresa, lembrem se que no ano seguinte há sempre impostos a pagar face ao que foi a rentabilidade da faturação do ano anterior.
Diogo Dias 00:44:11
A obrigatoriedade está sempre a crescer. Isso também é uma coisa muito capitalista.
Diogo Pires 00:44:15
Tal e qual.
Diogo Dias 00:44:16
Tens de estar sempre a subir.
Diogo Pires 00:44:17
Eu senti que, para já, aquele foi o meu pior ano mentalmente.
Diana Taveira 00:44:23
Exato.
Diogo Pires 00:44:23
Porque tivemos um ano muito bom na Claudia, na minha agência de webdesign. Tivemos um ano muito bom, mas no ano seguinte eu fui. O meu mindset era. Eu quero me dedicar a outra coisa, Portanto, nem sequer tenho esta obrigatoriedade de ter que continuar a saltar degraus na agência. Vou levar as coisas com mais calma. Talvez tenha que repensar este meu mindset, porque o sistema assim o obriga.
Diana Taveira 00:44:51
Mas tu falaste nesse ponto que é a parte mental. As pessoas não têm noção. Muitas vezes os CEOs, os os donos de empresas, patrões, seja o processo mental que é tu teres um negócio em Portugal, principalmente em Portugal, por causa da carga fiscal que têm.
Diana Taveira 00:45:08
E eu acho que isto afeta mesmo a nível de saúde mental, muita gente que está em frente às empresas porque acho que uma irresponsabilidade e uma desumanização o nível de impostos que tu tens no nosso país. E pensa noutra coisa que é tu tens. Efetivamente, em 2022 1021 foram dadas uma série de benesses e aumentados os prazos de pagamentos. No entanto, em 2022 as empresas tiveram de pagar tudo o que deixaram de 2022 1021 a nível dos prazos de pagamento que foram aumentados de impostos 2022. Foi um ano desesperante para muitas empresas. Era desse.
Diogo Pires 00:45:51
Ano que eu falava.
Diana Taveira 00:45:52
Exactamente e eu estava a pensar porque eu sinto que este ano foi o ano, por exemplo. E eu quando compreendi o nível de pagamentos que iríamos ter foi que eu comecei a exigir mais à equipa e foi aí que nós entramos, se calhar noutro, noutro patamar, na empresa. Foi aí que atingimos os objetivos que efetivamente nós tínhamos desde o Plano Negócios, ou seja, foi que nós atingimos o nível que nós pretendíamos e que eu sinto que começámos a tornar uma empresa mais a sério.
Diana Taveira 00:46:20
Mas, mas porque a minha, o meu core, a minha coisa de estar sempre a correr atrás. Deve se também muito essa cultura de impostos que está em Portugal que tu não podes parar. Tu não podes relaxar um segundo, um dia em que tu relaxe e um dia em que tu podes estar a prejudicar para daqui a um ano e meio. E isto é chocante. Principalmente este processo do pagamento dos impostos que cedeu 2021, 2020 2021, em que houve uma sobrecarga das empresas em 2022 e depois, de repente, eles aumentam o salário mínimo do nada, porque têm de fazer as pessoas felizes, mas não ouvem as empresas e as PME’s em Portugal para compreender o processo de de quase de estar em corda, de corda, de corda ao pescoço das empresas a nível de pagamentos, como é que há aumentos do salário mínimo num ano em que nós estamos a ser quase violentados no pagamento de impostos? É tipo, É surreal a uma falta de consciência, mas há uma falta de não é uma falta de consciência, é uma falta de noção.
Diogo Dias 00:47:22
Porque nunca fizeram, porque.
Diana Taveira 00:47:23
Nunca fizeram, porque nunca fizeram. E era brutal. Se em Portugal efetivamente houvesse um grupo, um workshop.
Diogo Dias 00:47:30
Não políticos, Não.
Diana Taveira 00:47:31
Não é um workshop para políticos. É um grupo de pessoas que tem PMEs em Portugal, que há muitas com PMEs muito bem sucedidas e o Estado tem acesso às IES de todas as empresas em Portugal. Porque é que eles não tomam a iniciativa de convidar uma série de CEO’s? E se fosse de PME, patrões de empresas em Portugal, de PME, em que eles vêem os Yes e dizem Porra, esta empresa está óptima, deixa me falar com este gajo para perceber como é que ele trabalha, Porque é que não há essa humildade e não há esse grupo de trabalho que efetivamente junto a uma série de pessoas, mas numa base mais regular para ouvir aquilo que efetivamente movimenta Portugal e que meios Portugal ouvir. Estas pessoas estão à frente destas PME, perceber como é que elas fazem para ultrapassar todos estes problemas e de que forma é que nós podíamos beneficiar um bocadinho mais.
Diana Taveira 00:48:16
Nem é beneficiar, é só dar mais condições às empresas para efetivamente pagar melhor as equipas que têm e para continuarem a crescer. Isto muitas vezes só se olha para os números e não se olha para a parte humana. É aí que as pessoas quebram porque as pessoas não são de ferro e quem está à frente de negócios passa por processos mentais e emocionais muito pesados, principalmente com este processo da pandemia. Sim, e há pessoas que vão estar a pagar durante anos empréstimos para não fazer durante este processo. Sabe o que é que não é esse pensamento sequer?
Diogo Pires 00:48:44
Sabes o que é que o que é que eu senti nesse ano? Eu senti que estava constantemente a fazer um empréstimo, mas o Estado estava constantemente a emprestar dinheiro que depois iria reaver no IRC do ano seguinte, porque aquele ano não foi assim tão fixe e senti me literalmente a fazer um empréstimo ao Estado.
Diana Taveira 00:49:00
Mas tu fizeste foi isso?
Diogo Pires 00:49:02
Tu fizeste com o IVA, não é?
Diana Taveira 00:49:04
E houve uma série de países a nível da União Europeia que perdoaram parte do valor.
Diana Taveira 00:49:08
Falou se durante muito tempo que Portugal iria fazê lo, mas acabou por não haver nenhum, nenhuma parte do valor a ser perdoado. Eu acho. Também é uma falta de humanidade quem faz a gestão financeira durante este processo, porque se havia uma bazuca que ia entrar isto depois isto. Entramos por um lado que eu nunca mais me calo, mas havia uma bazuca que ia entrar essa bazuca, em vez de estar a ir para fundos perdidos de empresas que pertencem ao Estado. Devia ter existido uma parte para perdoar impostos de PME que estão bem, porque é só eles olharem pós viés e perceberem estes, estes, estes rapazes aqui, estas raparigas. Pá, Vamos perdoar uma parte dos impostos com a questão da bazuca. É muito simples. Sim.
Diogo Pires 00:49:52
Queria só contextualizar aqui uma uma cena, porque há pouco falavas da da questão de enfim, quem quer que seja o governo, de não de não falar com. Com quem gere PME. E eu queria só contextualizar aqui uma cena para quem estiver completamente fora do que é o mercado empresarial e como é que se gere ou o que é que está por trás da gestão de uma empresa para que um funcionário receba 1.000 € líquidos na conta? O dinheiro que é preciso movimentar seja saído da parte da empresa, seja desconto por parte do trabalhador.
Diogo Pires 00:50:29
São 1.700 € para que caiam líquidos numa conta 1.000 € a 1700 que são movimentados nesse processo todo e é muito difícil subir salários neste contexto.
Diana Taveira 00:50:41
Claro que é.
Diogo Dias 00:50:41
Isso. Sobretudo se tu tivesses repercursões depois nesse nesse pagamento. Mas é que tu não sentes essa repercussão. Ou seja. Mas cá está, estamos. Estamos a pecar muito na política, mas eu acredito piamente que um Estado tão tão carregado quanto quando quase 50% do teu país trabalha para o Estado. Tens aqui uma máquina que não é saudável.
Diana Taveira 00:51:06
Tem de ser alimentada e.
Diogo Dias 00:51:07
Tem que ser alimentada. Exato. E eles não percebem simplesmente que não deveria ser assim. Devias ter muito mais empresas a trabalhar porque cá está, há uma necessidade da empresa se safar e há uma vontade. Enquanto que quando tu estás a trabalhar num estado, se por acaso a coisa não correr bem, há sempre uma maneira daquilo se safar, porque há dinheiro aqui que está para este buraco. Não existe essa urgência do estarmos bem financeiramente e eu acho que a partir daí tens aqui um estado que se torna aquilo que tem hoje em dia em Portugal.
Diogo Dias 00:51:41
Mas não vale a pena estarmos a ir muito pela política, porque até o que é.
Diana Taveira 00:51:46
Mas como só quando começa. Tem que ter consciência dessas responsabilidades. Porque se não há diversidade de felicidades, porque o que acontece é que nós temos que pagar impostos. Calma, eu não sou aqui extremista baixo Não, não. Nós estamos a morar em Portugal, nós existimos em Portugal, nós contamos em Portugal, nós temos aqui um espaço e o nosso negócio é sediado cá, não se gere cá. Neste momento a Black já tem uma parte da exportação muito grande, mas é que a nossa casa, logo é lógico que eu tenho que pagar impostos. E eu acho é que o sistema de impostos em Portugal tem de ser revisto e só isso, porque continuamos com o sistema de impostos da altura da outra senhora e já não faz sentido nenhum da forma como o panorama empresarial em Portugal funciona neste momento termos o sistema de impostos que temos actualmente. Se todos os outros países estão a dar mais leveza ao seu sistema de impostos, porque é que Portugal também não vai nessa tendência? E por que é que os outros países não a fazer isso, que é para fazer a economia crescer? Não é difícil.
Diana Taveira 00:52:46
Isso não é uma fórmula para descobrir exatamente. É só copiar o que os outros fazem. Não é muito difícil. No entanto, quando se começa uma empresa e eu acho que tem de haver esse estudo e essa dedicação para compreender, é esse lado de impostos que vai existir associado à empresa. Porque tu podes ter de fechar a tua empresa só porque num mês tu não pagaste o IVA, porque a multa do IVA, se tu te atrasar 01h00 ou cinco minutos da meia noite, o dia de pagamento é 30% do valor. Esta multa não faz sentido nenhum.
Diogo Dias 00:53:20
A menos que tu sejas uma empresa que deve.
Diana Taveira 00:53:22
Biliões e aí não há multas a.
Diogo Dias 00:53:24
Multas.
Diogo Pires 00:53:25
Pois, pois.
Diana Taveira 00:53:26
Mas. Mas pensem nisto se tu tens, se tu tens uma empresa que paga de IVA, vamos dizer 10.000 €. Se tu te atrasar no pagamento do IVA porque te faltou o entrar dinheiro, tu vais ter uma multa de 3.000 € associado a isto. Isto é pornográfico. Na minha opinião, este sistema de multas que existe porque muitas vezes as empresas, quando não pagam, precisamente quando estão no início e porque não têm esse cash flow, não têm esse dinheiro para pagar porque os fornecedores ainda não pagaram.
Diana Taveira 00:53:53
E é um sistema muito simples em Portugal que é. Porque é que se o Governo sabe quando o as faturas foram pagas, nós temos de emitir recibos? Quando a entrada de dinheiro nas contas? Porque é que os governos não declaram os IVAs? Não consideram os IVAs nos meses em que os pagamentos são feitos? Porque o sistema informático pode ser corrigido nesse sentido? Porque se os recibos são emitidos a partir do momento em que um pagamento é feito, o Estado consegue ter acesso ao valor real de IVA que uma empresa deve pagar. Porque é que isso não está? Não está instituído?
Diogo Pires 00:54:21
Já a irresponsabilidade deixava de ser sobre ti que vendes um serviço, mas sobre quem compra Exactamente.
Diana Taveira 00:54:26
É que isto não faz sentido nenhum. Isto para mim é base da construção financeira e do crescimento financeiro de um país que é. Tu não podes estar a exigir um imposto que ainda não foi cobrado, que ainda não entrou na empresa. E nós temos isto tudo errado. E são sistemas que são muito simples de identificar. Se calhar implementar a nível informático vão dar trabalho, mas tem de se começar esse caminho para isto ser resolvido.
Diogo Pires 00:54:49
E vão existir uns meses em que não há o tal cash flow de claro nos cofres do Estado. Mas bora aproveitar este excedente orçamental este ano. Exacto.
Diana Taveira 00:54:59
Era tão simples, mas é que eu acho que são coisas tão óbvias. Estás a perceber que tu nem precisas de ser um CEO de uma empresa de milhões para identificares este ponto. Até malta que trabalha de recibos verdes identifica te este ponto em 2/2.
Diogo Pires 00:55:13
Até porque há muita gente a recibos verdes que também é paga A30195.
Diana Taveira 00:55:18
Dias. Exactamente.
Diogo Pires 00:55:20
É uma cultura do caraças. Bom dia Ana e Diogo, para fecharmos Eu não sei. Eu não tenho ideia de vos ter feito esta pergunta. Da outra vez? Sim, mas. Gostava muito de ouvir as vossas histórias em relação a isto. Eu tenho um livro de um autor lá em casa chamado Daniel Priestley. Ele é aquilo que hoje é fancy chamar se ele é um serial entrepreneur. Ele monta empresas e vende as em série. Faz isso a uma velocidade muito rápida. E aqui, recentemente, ele deu uma entrevista a um outro podcast que eu também gosto muito, do Ali Abdallah, o detective, onde partilhou esta ideia.
Diogo Pires 00:56:04
Em cima disto, ele é consultor de outros negócios e trabalha com uma série de empreendedores. E ele diz que a maioria dos empreendedores com quem trabalha 98% dos empreendedores com quem trabalha algures na vida, entre os dez e os 13 anos sentiram. Houve um momento qualquer da vida. Houve um episódio qualquer da vida em que sentiram que. Eu vou à minha casa e melhor, lá está. Há um momento em que. Em que pensam. Uau, Eu não sou mais apenas uma criança qualquer. Há aqui qualquer coisa que eu consigo fazer que me pode soltar das amarras dos meus pais. Ser independente entre os dez e os 13 anos, por mais simples e rebuscado que isto possa ser. E lá está, 98% dos empreendedores que trabalham com ele trabalham, de uma forma ou de outra, para voltar a esse estado. É essa sensação que tiveram entre os dez e os 13 anos. Isto materializa se num episódio para cada pessoa. É o seguinte numa demanda para ver se isto é verdade. Tem algum episódio que consigam identificar entre os vossos 10 e 13 anos que vos tenha marcado a ponto de hoje serem os empreendedores que são The Cure Time?
Diana Taveira 00:57:14
E que lindo! Não é que eu tenho claramente.
Diana Taveira 00:57:19
E eu tenho claramente. Agora imagine a minha. A minha única questão é só a questão da linha de pensamento, que é eu desde os nove anos e os meus pais falam disto, que é o meu irmão e eu desde os nove anos sempre tive essa necessidade de independência muito grande e nunca senti que os meus pais me prendessem. Ok, sempre foi me dando aos bocados essa, essa liberdade com responsabilidade, porque sempre me disseram que se fizeres alguma coisa de ma vai ser para ti, vai ter consequências na tua vida. Portanto, acho muito engraçado esse exercício, porque foi nessa idade que eu comecei a chatear os meus pais para a questão de eu ir estudar para Londres. Foi exactamente nessa altura que a chama School em Londres e eu não. Foi nessa altura que eu descobri que isso existia e comecei a persuadir com muita argumentação e sendo muito chata por ser porque eu quero alguma coisa. Os meus pais, precisamente a ir para Londres, peça chama se Schultz. Eventualmente consegui. Fiz com que os meus pais assinassem um documento sem eles saberem o que é que estavam a assinar, porque ele estava em inglês a dizer que me autorizavam ir para uma residência universitária.
Diana Taveira 00:58:32
Isso podia.
Diogo Pires 00:58:32
Ter corrido muito mal.
Diana Taveira 00:58:33
Mas que relativamente bem. Eu acho que foi essa a parte que foi boa, porque ou seja, eu não fui para uma família de acolhimento nem fui para a escola e eu fui para uma residência universitária, sendo menor de idade, com autorização legal dos meus pais, sendo que eles não sabiam o que é que estavam a assinar e eu na altura consegui que isto acontecesse. E eu acho que todo esse processo de chegar a um sítio, não conhecer ninguém, estar numa residência universitária em Londres, não esqueça que eu sou de Famalicão, portanto uma terrinha pequena. Estar em Londres, numa residência universitária, sozinha, sem conhecer ninguém, a tentar me desenrascar e a tentar descobrir o mundo, que Londres é um mundo ok e continua a ser hoje em dia. Mesmo quando vou lá, hoje em dia sinto me overwhelming e eu acho que foi determinante para eu perceber que consigo fazer as coisas, que consigo ter esse dia também e consigo ter essa independência e o correr atrás e conseguir fazer algo por mim.
Diana Taveira 00:59:27
Portanto, para mim isso é muito claro e muito engraçado. Este exercício que eu nunca tinha pensado nisso. Para mim é muito claro o momento em que eu comecei a sentir isso foi aí.
Diogo Dias 00:59:38
Vou ser o mais sincero possível. Não, acho que não tenho nenhum episódio, mas vou tentar fazer, tentar dizer aquilo que eu acho pronto. Sociologicamente e psicologicamente. Há psicólogos que estudam isto e quando tu chegas à idade dos quarentas, daí para a frente tu atinge o teu prime de autoconhecimento. Então é onde as pessoas se sentem mais plenas daquilo que são e confiantes das pessoas que se tornaram e por aí fora. Ou seja, eu sempre fui uma pessoa extremamente insegura em tudo e eu acho que atingi neste momento a minha autoconfiança máxima, no sentido em que eu, mesmo que não saiba, eu vou tentar aprender e vou fazer. E mesmo que erre, eu vou tentar novamente. Fazer até conseguir fazer. E eu acho que isso demorou me este tempo todo até chegar a esta idade para eu poder fazer. Eu acho que isto depende também da confiança das pessoas.
Diogo Dias 01:00:42
Nunca, por certo, nunca. Eu aos 12, 13 anos tinha esta confiança que a Diana tem. Mas cá está, isto reflete se na forma de ser da Diana e na forma com ela com 30, 30 e poucos anos, ser o monstro que é na forma de fazer negócio. E isso tudo isso reflete porque ela sempre foi uma pessoa confiante e a confiança é uma coisa que qualquer pessoa que queira fazer, seja o que for na vida, se tiver essa confiança, eu acho que vai ser dez vezes mais fácil. Tu podes não ter estudado nada, podes ter, não feito nada, mas tu demonstras uma confiança do tu vais chegar longe. Basta ver um documentário que está na Netflix, que é o pequeno Nicolás, em Espanha, que é um documentário inacreditável. Vale muito a pena ver. Mas pronto, pegando em mim, eu por volta dos 13, 14 anos, cá está. Tive a minha primeira experiência com música. Sempre quis ser, sempre tive uma paixão por música e pela primeira vez juntei um grupo de pessoas e criei e criei ali uma banda e fomos tocar pela primeira vez ao vivo.
Diogo Dias 01:01:46
Para uma pessoa extremamente insegura, tu subires em cima de um palco e não demonstrares a tua insegurança que é impossível. Se tu fores a ver os vídeos dessa atuação, tu sentes uma pessoa completamente. Tens vídeos disso, tenho vídeos disso maravilhoso, mas no entanto tive que me automotivar e é uma coisa que ainda hoje em dia eu faço sempre que eu tenho a confiança em baixo ou eu tenho medo que alguma coisa não acredite. E eu tenho formas e tenho mecanismos de uma autoconfiança de me dar a autoconfiança necessária para eu tentar fazer. E eu acho que isso aí talvez tenha sido aquele momento em que eu consegui me motivar o suficiente para subir para cima de um palco e para dar o meu primeiro concerto, vá, digamos assim. Ou seja, não foi uma não foi desamarrar me dos meus pais e agora não preciso de vocês, porque eu agora tenho. Mas foi mais do eu se me empoderar a mim mesmo das coisas, eu consigo lá chegar e pronto.
Diogo Pires 01:02:46
Foi muito difícil, muito difícil. Última pergunta tenho.
Diana Taveira 01:02:52
Que ler esse livro porque agora fiquei curiosa com esse.
Diogo Pires 01:02:54
Ano ele tem alguns livros publicados. Isto foi uma coisa que ele disse numa numa entrevista, porque a conversa se encaminhou para aí. Mas este é o trabalho dele enquanto consultor de negócios com outros empreendedores. Sim, ele vai a cada um perguntar, ou seja, volta à estaca zero o que é que aconteceu entre os dez e os 13?
Diana Taveira 01:03:13
Giro.
Diogo Pires 01:03:14
E a partir daí começam a trabalhar. Eu ainda não li nada dele em que isto viesse escrito, mas ele disse isso numa entrevista agora. Última pergunta do manual de boas ideias, acreditando que quem vier a seguir vai fazer um ótimo trabalho de campo. Vocês também estão fartos das entrevistas que eu agora estou farto de ver entrevistas vossas por todo o lado. E são.
Diana Taveira 01:03:35
Duas.
Diogo Pires 01:03:36
Mas apareceram muitas vezes e renderam muitos cortes. Renderam muitas cartas. Parece muito.
Diana Taveira 01:03:42
Más.
Diogo Pires 01:03:42
Mas acreditando que quem vier a seguir vai fazer um ótimo trabalho de campo e vai ouvir este episódio até ao fim. Qual é que é a pergunta que vocês querem, não é? Querem é que se alguém vos fizesse, iria revelar uma parte vossa que o mundo ainda não conhece e vocês gostavam que conhecesse isto.
Diana Taveira 01:04:02
Nós já tínhamos falado outra vez a análise que a retrospetiva e a auto análise que isto que isto implicou foi muito engraçado outra vez. Mas eu vou responder a uma coisa porque efetivamente eu nunca tinha chegado àquele ponto até tu teres colocado essa pergunta Daí isto ser uma conversa inteligente que ele está nos a fazer pensar em coisas.
Diana Taveira 01:04:17
Que nós não tínhamos pensado, não, mas efetivamente.
Diana Taveira 01:04:21
Ou seja, nós hoje não falamos da questão da minha parte académica, da minha construção académica, ou seja, de tudo o que eu fiz, por exemplo, em Coimbra, como dirigente associativo, que eu fui a primeira mulher a exercer vários cargos em Coimbra, num ambiente associativo que é puramente machista e continua ainda hoje em dia a ser ali a Assembleia da República, neste momento é reflexo de efetivamente, de uma política misógina e machista que nós vivemos em Portugal, cada vez menos mulheres a serem terem cargos. E isto também acontece no ambiente universitário. E Coimbra é o ambiente universitário por excelência da construção de políticas e políticos em Portugal. E eu acabei por conseguir construir um caminho diferente lá e conseguir contrariar essa tendência machista da estrutura universitária e assumir cargos de liderança dentro da Associação Académica de Coimbra e da Universidade de Coimbra, também sendo a primeira mulher a exercê los na história da Academia de Coimbra.
Diana Taveira 01:05:16
Mas aquilo que eu tinha colocado era a pergunta que nunca me fizeram foi O que é que perdeste para conseguir isso? Porque perde se muito, principalmente quando tu és a primeira pessoa a querer quebrar uma barreira ou a querer quebrar uma tendência ou um pensamento cultural que já está pré definido a priori. E estamos a falar uma instituição com 123 anos que eu fui a. Primeira mulher a conseguir efetivamente ter cargos de liderança naquele espaço. Foi um processo complicado. Foi um processo complicado. Foi um processo extenuante emocionalmente e pessoalmente. E há muita coisa que tu perdes pelo caminho para chegares até esse ponto e prevalecer essa tua vontade e conseguires atingir esse teu objectivo. Há muita coisa acabas por perder pelo caminho. E nunca me perguntaram o que é que eu perdi ao longo desse processo.
Diogo Dias 01:06:07
Eu estava me a tentar relembrar do que é que eu tinha tido. E estava difícil. Mas eu acho que o que eu já me lembrei que era uma era uma pergunta que eu próprio não sei responder, mas que é uma pergunta que eu me pergunto muitas vezes que é vivemos numa era cá Estado.
Diogo Dias 01:06:24
Muita informação, muito, muito, muitos conteúdos, muito estudos e as pessoas têm uma necessidade de verbalizar tudo e de pôr as opiniões cá para fora. E eu acho que não querendo ofender ninguém, nem querendo entrar certos pontos mais polémicos, eu simplesmente acho que todos nós temos a nossa opinião e todos nós temos que exprimir a nossa opinião. No entanto, muitas vezes nós podemos simplesmente guardar a nossa opinião para nós próprios, porque hoje em dia há experts em todas as matérias e toda a gente sabe sobre tudo e as pessoas começam simplesmente a opinar sobre assuntos que provavelmente não até podem ser doutoradas, até podem ser tudo, mas nem sempre a tua opinião tem que ser exposta. Então eu acho simplesmente e não querendo calar pessoas, mas eu acho que era fundamental que as pessoas se apercebessem que o silêncio também valor muitas vezes e que muitas vezes a parte de tu não verbalizar tudo aquilo que tu pensas é importante. E eu acho que tenho um bocadinho isso em mim que é eu falo quando eu tenho uma certeza intrínseca naquilo que eu estou a dizer e e gostava que houvesse um bocadinho mais isso do outro lado.
Diogo Dias 01:07:44
Então a minha pergunta seria de que forma é que tu achas que este conseguiríamos silenciar um bocadinho este ruído todo que existe? Porque há muito aí está muito. Há muita coisa criada à volta disto tudo porque cá está através de uma opinião. Há alguém que vai discordar e isso vai gerar todo esse efeito. Então eu por mim era de que forma é que conseguiríamos? Não calando as pessoas, porque não é isso. É tentar controlar um bocadinho este ruído todo que está a ser feito no mundo hoje em dia, com toda a gente constantemente a sala.
Diogo Pires 01:08:21
Muito obrigada por terem vindo ao manual de boas ideias.
Diana Taveira 01:08:23
Obrigada nós duas.
Diogo Pires 01:08:25
Vezes.
Diana Taveira 01:08:26
Obrigado, Obrigado, Obrigado.
Intro 01:08:29
Manual de boas ideias Duas vezes.
Diogo Pires 01:08:32
Sim, repararam que esta foi a segunda vez que conversámos os três? Eu, a Diana e o Diogo. Yep, shit happens. No dia em que gravámos a nossa conversa houve ali um problema. Mas lá está, nada que não se resolvesse com second round. Espero que estejam a gostar destas conversas. O Manual de Boas ideias é isto um lugar de partilha de conhecimento sobre empreendedorismo, negócios e tudo o que anda à volta deles.
Diogo Pires 01:08:59
No episódio anterior a este, falámos sobre pequenos negócios e hoje volto a desafiar vos, gestores de pequenos negócios, a partilharem comigo algumas informações sobre eles. Vou desvendar vos um bocadinho daquilo que estamos a preparar. Vamos construir uma montra com os negócios de quem faz parte da comunidade do Manual de Boas Ideias. É 100% gratuito. Estamos a dar este boost aos vossos projetos para que eles tenham também mais uma chance de prosperar. Por isso, cliquem no link que está na descrição deste episódio e registem o vosso negócio na montra do manual de boas ideias. Cá vos espero. Até porque vamos conversar depois disso. Subscreva o manual de Boas ideias na aplicação. Onde estão a ouvir este episódio? Spotify Apple, Podcasts ou qualquer outra? E assim subscrevendo, não perdem um único episódio. Há um novo sol na sexta feira. Até lá.