Clips: O Making-of de um Empreendedor, Parte 1

Clips: O Making-of de um Empreendedor, Parte 1

Show Notes

Neste capítulo do Manual de Boas Ideias, revisitamos conversas inspiradoras com vários empreendedores para explorar o início das suas jornadas empresariais.

Miguel Soares partilha a criação da marca de roupa BYMS, influenciada pelas memórias de infância nas confecções têxteis.

Vanessa Martins fala sobre o percurso que levou ao lançamento da Frederica.

Rosália Soares da Costa discute a fundação da Zesty

Patrícia Santos reflete sobre a transição da engenharia para a mediação imobiliária com a ZOME.

Por fim, Inês Mocho recorda a influência do avô e a criação de diversos negócios sob a marca Mocho.

São histórias de intuição, paixão e determinação, unidas pelo propósito e pela inovação.

Transcrição

As transcrições são geradas automaticamente, com recurso a Inteligência Artificial. Podem conter erros.

Manual de Boas Ideias Com Diogo Pires

Olá a todos, bem-vindos a um novo capítulo do Manual de Boas Ideias. Hoje revisitamos algumas das conversas que tive aqui no podcast para encontrarmos o primeiro momento de empreendedorismo nas vidas dos meus convidados. É, no fundo, o making-of dos empreendedores que por aqui passaram.

A história começa, como seria de esperar, pelo primeiro capítulo. Em junho de 2023 saía o primeiro episódio do Manual de Boas Ideias E o Miguel Soares era o meu primeiro convidado. O Miguel fundou a Bymes, uma marca de roupa de qualidade premium a preços acessíveis. Uma marca que resultava de um trajeto que havia começado sem o próprio Miguel ter dado conta, ainda em criança, quando acompanhava a mãe às confecções têxtil em Guimarães, onde, na altura, ela trabalhava.

Era a memória mais longínqua. O que me vem à cabeça é a minha mãe ficando a trabalhar às vezes A dar horas de confecção à noite e como eu não podia ficar em casa sozinho às vezes ia com ela e ficava lá nos rolos da malha ou nos rolos do tecido e ficava lá a brincar ou até ficava a dormir numa cesta, algo assim do género acho que é o que me vem à cabeça Muito fixe.

Há sempre alguma coisa há sempre alguma coisa que que inconscientemente nos deixa a pensar…

Fiquei super entusiasmado com a pesquisa. Já nem pensava nisso, já nem pensava nisso. Eu disse…

Eu acredito verdadeiramente que há sempre algo naquilo que fazemos hoje que vai beber ao que vivemos há alguns anos.

Sempre. E a Vanessa Martins é um dos exemplos disso mesmo. Ela vivia num T1 em Lisboa anos depois de ter decidido pôr a carreira de atriz em stand-by, quando teve a ideia de criar a Frederica.

Eu acho que não é de um dia para o outro, são vários acontecimentos que nos fazem… Querer fazer alguma coisa no meu caso foi eu nem sei bem porque as pessoas eu acho ou tenho a certeza que quando se começa alguma coisa tem que ir muito à base da intuição e de acreditar que poderá funcionar e correr bem mas o caminho é feito depois com o público, com as coisas que vão acontecendo eu não acredito muito em business plans Quer dizer, acredito no sentido em que convém ter uma linha condutora, mas o caminho vai-se fazendo.

E se nós estivermos muito fechados a uma ideia inicial, vamos perder várias oportunidades. Por isso, isso foi o eu aprendi até então. Mas nunca me baseei, apesar de na altura eu ir sempre falando com pessoas, dizer, não, faz uma estrutura do que é que queres do que é que queres fazer, o que é que vai acontecer, quanto é que queres faturar, não sei.

E pensava que aquilo era muito confuso para mim. Repara, eu era uma miúda, uma jovem miúda. Sou sempre uma miúda Mas que tinha os seus sonhos Mas não sabia muito bem por onde começar Bem, percebi que o importante Era começar e fazer alguma coisa E muito rapidamente percebi Que tinha que fazer alguma coisa que gostasse Que acreditasse Então este universo do lifestyle e da comunicação E da beleza, era onde eu me sentia de facto confortável e da saúde, tudo que tivesse a ver com bem-estar, eu queria estar associada.

Repare já foi há 10 anos, por isso ainda eram temas que parece que sempre falámos sobre eles, mas na altura não se falava assim tanto. E depois começa-se aos pouquinhos já se tem o nome, o nome é… É quase como, bora lá, ter um nome Começamos pelo nome Eu às vezes sinto que é muito mais fácil construir uma ideia Quando já tens um nome, pelo menos, para construir dentro dele Sim, não há nada de errado Se a pessoa quiser pôr-se a trocar o nome Exato exatamente Eu acho que as pessoas às vezes focam-se muito Em pequenas coisas que são realmente pequenas O nome é realmente importante De ter uma estratégia e o porquê E uma história, mas às vezes é isso Estava sentada no sofá e pensei no nome E ficou assim, ótimo É esta a história, não tem que ser mega a história Mas começa assim aos pouquinhos E a construir o blog E na altura não havia assim tantos blogs Mas já ouvia pessoas a dizer Mais um blog

Tal e qual como hoje quase que se diz mais um podcast Parece que nascem como cogumelos

Não há nada de grave nisso, acho que somos todos diferentes e esse é o nosso superpoder, nós conseguimos ser seres individuais, por isso a forma como tu fazes um podcast é completamente diferente de outra pessoa, por isso logo aí é a magia de ser diferente.

Claro que sim. Nunca ninguém vai conseguir fazer igual. Vou

partilhar contigo que eu estive muito reticente, durante muito tempo também, com esta ideia deste podcast do Manual de Boas Ideias na gaveta, porque de cada vez que Que sentia que estava pronto para o lançar Aparecia sempre algum dentro do mesmo estilo E…

Go, go with the flow A certa altura mandei só o podcast cá para fora E que seja, que seja o que tiver que ser

Mas é isso, é fazer… Porque o trabalho é sempre diferente, eu acredito que se houver uma outra, ou um Frederico, é sempre diferente. Nunca vai conseguir fazer igual porque nós somos todos diferentes e pensamos todos de maneira diferente.

E é desta singularidade que vive o propósito de cada um de nós, empreendedores, quando decidimos colocar-nos em prol de uma missão. Ou seja, qual for a missão que escolhemos abraçar. A missão de uma das minhas primeiras convidadas Era, de facto ambiciosa fazer de um pequeno prazer como comer chocolate, algo saudável.

A Rosália Soares da Costa serviu-se das bases que tinha enquanto marketeer e jornalista e, bom, foi à procura de tudo o resto para criar a Zesty.

Assim, para a Zesty em concreto não é uma memória assim tão longínqua, porque foi um processo… Que acaba de ser recente portanto se calhar lembro-me de estar em Londres e de fazer os meus próprios doces em casa, ou seja, eu senti Depois neste processo, estava a tentar ser um bocadinho mais saudável, mais consciente mais equilibrada e comecei a cozinhar muito, deixei de comprar produtos tão processados a fazer os meus doces em casa, a pesquisar a mudar completamente o meu leque de opções, se calhar com as éxitos.

É mais relacionado com isso No jornalismo claro que consigo ter essa memória Lembro-me de ser miúda e de escrever para o jornal da escola Desde a primária Isso realmente estava na minha gênese essa parte Agora, o chocolate, não Realmente não estava na minha gênese desde criança A não ser pelo facto de, claro Que adorava chocolate como todas as crianças Claro, claro A minha avó adora chocolate E o meu maior objetivo é que ela adore o Zest e tanto os outros chocolates.

Aquela consola.

Uns capítulos depois, surge uma das minhas conversas favoritas no manual. Eu bem tento não partilhar muito quais é que são as minhas conversas favoritas, mas acho que já tinha dito isto há alguns sobre esta. Eu recebi no podcast a Mafalda Rebordão e a Sara Aguiar. Que fundaram o Ponto Zero, um podcast que depois deu lugar a uma ONG e a um grupo de mentoria para capacitar mulheres com ferramentas de liderança.

Estão a formar uma pipeline de potenciais novos líderes no feminino Palavras delas. A Mafalda teve um percurso muito claro desde que entrou na universidade para estudar Economia e depois, mais tarde, Gestão, até chegar à Google, onde trabalhava na altura num dos departamentos que viria a ditar o futuro não só da própria empresa, mas da tecnologia no geral.

Inteligência Artificial. Já o percurso da Sara não foi sempre assim tão óbvio. Ela licenciou-se em Ciência Política mas depois foi percebendo que, para mudar o mundo, Como ambicionava, teria que arranjar trabalho em marketing, inovação, startups?

Sendo que eu não sabia praticamente nada. E foi-me dada uma oportunidade em que eu pude dizer que sim, sem saber como fazer e ainda aprendi a fazer no caminho.

Foi esta oportunidade de trabalhar como Entrepreneur-in-Residence numa incubadora na fábrica de startups. Basicamente isto consistia em ser quase uma consultora de inovação a Navigator contratou a fábrica de startups no contexto de um programa de inovação aberta da empresa, onde surgiu uma possibilidade de abrirem uma nova unidade de negócio e a fábrica de startups Tinha uma equipa de duas pessoas, eu e um outro colega, a trabalhar no desenho do modelo de negócio desta nova unidade, na estratégia de ida para o mercado e na validação da recepção que o mercado teria esta app.

Era uma app.

Em que ponto da tua vida académica é estavas nessa altura?

Estava a terminar a minha licenciatura. Em

ciência política? Em ciência

política e relações internacionais.

Que te vês a fazer um trabalho nada a ver Eu

tinha feito um curso, uma disciplina eletiva Que no fundo unia todos os estudantes da Universidade Nova de Lisboa Das diferentes faculdades Em equipas para que eles aprendessem a lançar uma Venture Um projeto, não era necessariamente um negócio o principal objetivo era realmente ser um negócio mas podia ser outro tipo de projetos foi um curso de um semestre onde aprendi os básicos do que era o empreendedorismo do que era algo relacionado com a inovação e startups E pensei eu tenho aqui uma pequena base, sei que conceitos é que eu tenho que ir explorar mais a fundo, se quero ter este trabalho, filo, durante a minha entrevista já demonstrei conhecimento suficiente para me terem permitido esta oportunidade, embora eu claramente não tivesse nenhuma experiência anterior que fosse útil para este sentido Estou muito certa Que eles tinham candidatos melhor qualificados Nessa área Mas demonstrei Interesse suficiente E as bases Para me darem esta oportunidade Foi altamente assustador Para mim própria Mas ao mesmo tempo foi Foi o passo Mais certo que eu podia ter dado Porque se eu não tivesse dado aquele passo Se eu não tivesse arriscado E aceitado esta oportunidade Onde estava realmente muito desconfortável, provavelmente não estava aqui hoje e eu hoje estou muito feliz aqui.

Portanto, para mim, acho que foi este o passo mais arriscado.

Falando de passos arriscados, imaginem terem-se formado em Engenharia e Gestão Industrial, um curso que não é, primeiro, fácil, segundo, rápido. E depois descobrirem-se plenos na mediação imobiliária. Apresento-vos a Patrícia Santos. Foi minha convidada no Manual de Boas Ideias, é a fundadora e CEO da ZOM, uma das principais agências imobiliárias no mercado nacional

Foi assim, um salto parece ser assim um salto estranho, mas tem a sua explicação, ou seja, na área da segurança o que é que eu fui descobrindo?

É uma área que tem a sua complexidade porque tipicamente as pessoas sentem, aliás quando viam a chegar às obras, era sempre aquela reação de toda a gente a correr e pôr os equipamentos de segurança, e muitas vezes eles nem sequer eram necessários, e eu questionava, mas… Porquê que está para o capacete Ah, porque chegou a engenheira.

Ou

seja, os equipamentos são necessários quando efetivamente é para proteger de alguma coisa. Portanto a minha abordagem sempre foi muito no sentido de explicar às pessoas, e tenho uma história engraçada, numa obra num parque eólico estava um senhor a soldar, E não estava a usar a viseira de proteção, e nunca usava a viseira de proteção.

E, portanto a minha abordagem foi no sentido de perguntar porquê é não usava e de lhe explicar as consequências, ou seja, perguntei se tinha filhos se tinha netos, e se realmente gostaria de, dali a uns anos, e tinha, tinha filhos tinha netos, se gostava dali a uns anos de continuar a poder ver os netos a crescer.

Ele ficou assim, ah, para mim, mas porquê é que está a perguntar? Ah, estou a perguntar porque se continuar a soldar sem utilizar a viseira, aquilo que vai acontecer daqui a uns anos é que vai ter cataratas e se calhar não vai conseguir ver os seus netos. E só disse isto, não o obriguei, ou seja, não lhe disse que tinha que usar a viseira, nem obriguei a ter que usar a viseira.

Continuei a fazer a visita à obra. Quando voltei novamente à subestação, o encarregado vendeu comigo, olha O que é que disse, já não me recordo do nome dele o que é que disse à pessoa tal e eu, o que é disse, como já nem me lembrava é que ele está a usar a viseira e eu, não, só lhe expliquei quais eram as consequências e portanto Isto para dizer o quê?

Ou seja, aquilo que eu percebi foi o que é que me apaixonava, não é, era o ajudar as pessoas genuinamente, é ver e procurar ajudar as pessoas a entenderem aquilo que era, neste caso também o seu potencial e como é que elas podiam melhorar as suas condições. E portanto rapidamente percebi e comecei a tirar formações na área do desenvolvimento pessoal, na área do coaching, na área da PNL.

E portanto, pensando e olhando a que gostaria de desenvolver a minha carreira nessa área, aquilo que descobri foi, o imobiliário era, de facto, o ecossistema perfeito, porque trata-se disso, trata-se de ajudarmos os consultores imobiliários a desenvolverem o seu próprio negócio e, portanto, senti que conseguia trazer aquilo que eu gostava de fazer, aliado à A minha formação básica é gostar de simplificar e de sistematizar as coisas, portanto olhei para um setor que ainda era um diamante em bruto e tinha muito para ser trabalhado muito para sistematizar, portanto não havia ainda sistemas, a forma de trabalhar na mediação ainda era um bocadinho rudimentar quando entrámos e, portanto vi ali todo um potencial, de Criar modelos sistemas de trabalho, aliada a esta humanização de olhar para as pessoas e desenvolver o seu potencial.

Portanto apaixonei-me por aí, por ver todo o potencial que existia em tornar, de facto, industrializar o processo, mas com o propósito de ganhar tempo e alavancar para nos podermos dedicar às pessoas e ao seu desenvolvimento.

Dedicar-me-nos às pessoas. Olhem que ótima frase para saltarmos para a última conversa que vamos…

Revisitar hoje. É que o momento que eu aguardei para partilhar convosco agora é sobre isso mesmo, sobre querer desde cedo estabelecer ligações com pessoas. É assim que começa a jornada da Inês Mocho, CEO da Mocho Beauty, do Mocho Loft, da Mocho Academy e que assume a missão de construir pessoas e sonhos.

Eu perguntei-lhe pela primeira memória que tinha de algo que a ligasse ao que faz hoje.

Tanta coisa… Olha, lembro-me do meu infantário, das brincadeiras que eu tinha, desde as brincadeiras de bonecas ou eu pegar no giz, sabes que é engraçado porque há sempre coisas direcionadas, há sempre temas em comum, que é as minhas amigas, o meu núcleo era sempre muito importante para mim, os meus namorados Sempre muito romântica E muito apaixonada Afinal

estamos a falar de histórias de amor Como tínhamos falado inicialmente Eu

não estou-te a vender um peixe falso Podemos falar Porque eu lembro-me Dos meus primeiros namorados serem no infantário Eu lembro-me deles E também da parte De ser criativa Parece que ainda me lembro De me porem É fragmentos de memórias Eu lembro-me de porem o papel De meterem a farinha E de eu adorar cheirar a farinha E depois meterem tinta E de eu, com as minhas mãos Fazer as pinturas com farinha e com tinta Da mesma maneira que me lembro Na primária De levar pintarolas E de lamber as pintarolas e de maquilhar Da mesma maneira que me lembro De tipo Com um corretor de pincel Que antigamente era o que existia De eu estar a pintar as minhas unhas E de eu estar a escovar o cabelo Às minhas amigas quando elas estavam tristes a chorar Porque era a maneira que eu conhecia Era ouvi-las E pô-las bonitas Lá está o empoderar a mulher Já estava lá, só que de maneira muito Mais simples e básica Que era a maneira como eu Enquanto uma criança de 6 anos Conseguia fazer

Bom, eu li que quando eras mais nova tu ias para a loja do teu avô.

Que loja era esta e o que é que fazias lá?

O meu avô é uma pessoa que ainda vive muito na minha mente. É um homem altamente poderoso, inspirador e fascinante. E sabes que é tão engraçado porque… Eu quando era miúda olhava para ele com admiração, só que eu sinto que quanto mais passa o tempo, e ele hoje em dia já não está cá, já não está cá há algum tempo, mais eu o entendo, mais eu consigo entender a dimensão do que ele conseguiu, mais o respeito então parece que…

Cada vez o meu fascínio pelo meu avô é maior. O meu avô era um empresário muito grande e eu sinto que, de certa maneira, a ambição dele continua em mim, viva. E ele era uma pessoa muito que vivia para a equipa dele e vivia para o negócio dele. E, na verdade, ele começou de nada, imagina o meu avô… Ele foi para a loja dos meus bisavós trabalhar como castigo porque ele era muito maroto na escola.

Então, por castigo ele depois, acho que foi depois da quarta classe, quando tinha 14 anos, 13 ou 14, foi à volta disto Ele foi trabalhar para a loja do meu bisavô Como castigo no verão Resultado, a loja era uma coisa mais pequenina E ele saiu-se tão bem Mas tão bem, tão bem que nunca mais saiu de lá E ele transformou A loja Num império E é engraçado porque As pessoas mais velhas ainda se lembram do meu avô em Chaves.

A loja Silva e Mocho era uma coisa gigante, gigante mesmo. Então foi engraçado porque era uma lojinha, de repente ele comprou uma loja ao lado, depois comprou uma loja ao lado, comprou uma loja ao lado e de repente tornou-se num prédio gigante o… Parte de baixo, em que era uma coisa gigante que era o que havia mais parecido com o conceito de shopping.

Ele fornecia tudo, era a loja que fornecia tudo. E depois, ainda para mais, ele apanhou aquela altura da guerra, então ele acabava por ter, ia à Espanha vinha a Portugal, então ele fez ali um império mesmo Gigante e conseguiu construir e o que ele mais se orgulhava era dizer numa altura em que houve tanta fome e tanta escassez de ele conseguir criar um projeto que albergava Montes de funcionários montes e montes de funcionários e foi engraçado porque depois já ele era muito velhote, já era muito velhinho e vendeu na altura passou o projeto e isso tudo e eu lembro perfeitamente que a preocupação número um do meu avô era Todas aquelas pessoas Que estavam a trabalhar Iam ficar bem entregues Desde a pessoa que era O braço direito dele Ficou com o negócio Por isso hoje em dia ainda existe uma lojinha muito pequenininha Que já não tem nada a ver com a nossa família Mas que era da pessoa que trabalhava Era o braço direito do meu avô que ficou com essa pessoa E depois numa das lojas Foi para lá uma farmácia Então o meu avô fez com que algumas das funcionárias Fossem trabalhar para fazer assistência À farmácia e por aí adiante Por isso não houve Pessoas desamparadas E para mim aquilo é o que torna o meu avô Um homem muito especial

Eu acho muito bonito que falas Que descrevas o negócio dele Tão facilmente como descreveste o teu Nos últimos minutos Quanto dessa menina que ia para a loja Do avô é que existe hoje na mulher Que gera estes negócios?

A 100% Da mesma maneira que eu vou e crio o meu perfume E tu não te enganas Com esta disciplina toda Eu tenho um lado selvagem dentro de mim Que adoro, aliás a minha equipa sabe Eu sou a pessoa que sou estruturada e disciplinada Mas nas festas se for preciso Eu sou a primeira a paixão dançar A fazer Tudo o que seja para nós nos divertirmos E eu vejo eu vejo eu lembro-me perfeitamente de eu entrar na loja do meu avô e lembro-me mesmo disto Diogo, eu lembro-me de desatar a correr e de ir atravessar a loja toda, que era gigante, e de ir bem lá para o fundo para os armazéns e de me esconder atrás dos…

Sacos gigantes De café e de coco Que ele vendia a granel E de eu meter a mão que não podia Eu sabia que não podia Metia o máximo de fundo possível a sentir aqueles grãos de café todo E tireva e cheirava o meu braço E sentia que ficava a cheirar a café Depois ia e metia no coco E comia o coco E sabia que não podia fazer nada disso E depois lembro-me Uma coisa que eu adorava Que eu pegava em lápis Roubava os máximos lápis que eu conseguia E ia ao gabinete do meu avô E ele tinha uma fia lápis Que era de roldana E eu gastava-os todos Era

essa

pessoa que fazia isso Completamente louca Era café, era coca era isso tudo Como também gostava muito de Ir-me sentar no balcão das funcionárias e falar com elas, delas me porem na caixa registradora a registar, a receber os trocos, a embrulhar os bacalhaus.

Gostava de estar a fazer isso tudo, por isso sentia mesmo que era uma privilegiada de estar naquele mundo do meu avô e acima de tudo Tudo, eu sentia que aquilo era uma família. Então eu entrava lá e sentia tipo uau que fixe eles estão aqui todos os dias sempre juntos, uns com os outros. É incrível.

Incrível também é o privilégio que eu tenho tido de me sentar à conversa com pessoas com tão boas histórias, todas elas inspiradoras Em algum momento eu sinto que me desligo do papel de entrevistador ou de… Fazedor de perguntas se é que isto existe e acabo por ficar a viajar nestas nestas histórias que também a mim me inspiram e há mais eu guardei outros tantos momentos para revisitarmos no episódio da próxima semana até lá, subscrevam o manual de boas ideias na app onde estão a ouvir este episódio boas festas

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